Vinte e um

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"Não quero me suportar
quero me apaixonar
pelos meus pedaços."

Candace Beaumont

domingo

Acordei sentindo meu corpo dolorido, demorou alguns segundos até que eu conseguisse raciocinar e lembrar onde e com quem eu estava.

Podia ouvir a respiração alta de Nathan, enquanto mesmo dormindo ele abraçava meu corpo com força. E eu me perguntei como vim parar ali, com ele. De novo.

Relembrei que na tarde anterior eu havia perguntado pra ele me levar pra casa... E depois disso eu bebi mais, e as lembranças são vagas e confusas. Maldito álcool!

Agora como eu vim parar aqui, nesse quarto, domingo de conchicha com ele... Era quase que uma incógnita.

Tirei seu braço delicadamente, para que ele não acordasse.
Coloquei os pés no chão gelado e cocei os olhos com certa força.

O gosto horrível em minha boca me lembrava o quanto eu havia exagerado na bebida na noite anterior. O pessoal ficou bebendo até quase amanhecer.

Levantei indo em passos lentos até o banheiro, joguei uma água gelada em meu rosto prendendo o cabelo da maneira que pude em seguida.

Aos poucos vagas lembranças voltavam a minha mente, como eu dançando com Nathan, e bebendo com ele no meio de todos. Tentei evitar pensar no quão má ideia isso foi.

Voltei para o quarto procurando meu celular, que por sorte estava na mesa de cabeceira. Agradeci mentalmente quando vi que ainda restava um pouco de bateria.

Era quase meio dia, e eu podia ouvir vozes e músicas vindo do lado de fora.

Não sabia se Nathan iria gostar de ser visto comigo novamente, então vesti a minha blusa que estava no chão, em seguida a saia, abri a porta com cuidado, o corredor estava quase vazio e ninguém pareceu ligar quando andei por ali. Desci as escadas até estar na parte externa, olhei ao redor procurando alguém que pudesse me levar pra casa. E meu corpo foi dominado por alívio quando vi meu primo.

— Desgraçado! – Bati na cabeça de Dylan que estava deitado em uma das cadeiras usando óculos escuro.

Dylan baixou o óculos abrindo os olhos com dificuldade, o sol forte batia contra seu rosto visivelmente cansado.

— Você ainda está aqui? – murmurou desanimado.

— Não. Isso é um holograma de uma gostosa.

Dylan começou a rir enquanto se levantou em pé parando na minha frente.

— Vamos?

— Por favor. – concordei e começamos a andar.

Eu estava exausta e não via a hora de estar na minha cama.

Dylan se despediu de algumas pessoas e eu também. Enquanto torcia para não ver Nathan por ali, não queria lidar com o misto de sensações que sentia toda vez que o via. Era muito cedo pra tudo isso.

Entramos no carro e liguei o rádio em seguida, que foi desligado por Dylan rapidamente.

— Por que isso? – bufei.

— Estou com dor de cabeça – murmurou desanimado – Dormiu com quem?

— Nathan. – respondi sem me importar.

— De novo?

— Só dormimos. – rolei os olhos.

— E de tarde? Só dormiram também?

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