Quarenta e seis

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"Eu te disse
que meu peito era um campo minado
que existiam muitos traumas armados
eu avisei para que tomasse cuidado
você, teimoso como é
correu por dentro de mim
deu cambalhotas, caiu, se debruçou;
não tinha como dar certo
estamos em pedaços."

ps. por favor NÃO esqueçam de votar no capitulo;

Nathan Legrand

sexta-feira 13h17 - uma semana antes da ligação

— Nathan – meu pai chamou meu nome quando passei pela cozinha.

— Hm?

— Vai sair?

— Sim, mais tarde. – respondi com calma.

— Você vai... Ver a Candace? – perguntou com certo cuidado.

Respirei fundo, ele certamente já sabia sobre meu envolvimento com ela e que ainda estávamos juntos. Não era mais algo que eu fosse negar, não a ele.

Antes de respondê-lo, prestei atenção em seu rosto. As olheiras fundas representavam que algo estava errado. Muito errado. E não era sobre mim.

Muito menos sobre mim e Candace.

Ele não conseguia disfarçar o completo desespero que estava estampado em seu rosto. Engoli seco, enquanto centenas de coisas passavam pela minha cabeça. Eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, mas era algo grave, eu nunca tinha visto ele desse jeito antes.

— Sim. – respondi.

— Ah... – ele queria falar algo.

E eu precisava dar abertura para que ele falasse o que carecia...

— Aconteceu alguma coisa? – o encarei.

Vê-lo respirar fundo enquanto parecia pensativo me deixou nervoso e pronto pra sair correndo dali.

— Aconteceu algo com a Kelly?

— Não.

— É sobre a empresa? – questionei.

Meu pai largou alguns papéis sobre a mesa e soltou o ar com certa dificuldade antes de me olhar seriamente.

— Você pode sentar?

Fiz o que ele pediu sentando a sua frente e aguardei que ele prosseguisse.

— Podemos perder tudo – murmurou com a voz cansada e arrastada.

Engoli seco. Tentei permanecer indiferente enquanto digeria as palavras ditas por ele. Isso se quer fazia sentido. Eu precisava de uma explicação plausível.

— Como assim?

— Aconteceu... – suspirou – Podemos perder as ações da empresa Nathan. Tudo está prestes a ir por água abaixo.

— E qual a solução? Tem solução?

— Eu...

— Pai, o que está acontecendo? Já entrou em contato com a advogada? Você já discutiu isso com ela? E com Robert? – o desespero em minhas perguntas não parecia ter algum efeito sobre ele.

O mesmo permanecia pensativo e sério, como se analisasse a situação com cautela.

— Preciso da sua ajuda. – me olhou.

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