Trinta e sete

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"Você tem o poder de fazer
o meu coração bater mais rápido
e a minha mente
funcionar mais devagar."

Candace Beaumont

quarta-feira, 18h47

— Não acredito que fiz isso – murmurei colocando ambas mãos no rosto.

Respirei fundo relembrando da reação de Nathan quando falei estar apaixonada por ele. Onde eu estava com a cabeça?!

Lembrar do seu sorriso e do brilho em seu olhar me fazia ficar um pouco menos arrependida.

— Eu também não acredito, nunca pensei que você fosse capaz de se apaixonar por alguém. – Dylan murmurou – Mas estou feliz por você.

Eu estava apenas parcialmente feliz.

Quer dizer, quando estou na presença de Nathan parece que nada mais existe, e me sinto completa e quase sem medo de demonstrar tudo que sinto por ele.

Mas quando começo a pensar com calma... Me sinto em um buraco sem saída, e isso é péssimo.

— Puta merda! – respirei fundo e voltei a encará-lo.

— E o que Robert falou sobre... Vocês terem saído daquele jeito do jantar? – Dylan me encarou curioso.

— Falou que...

— Hm?

— Que foi irresponsabilidade.

— Tudo para o seu pai é irresponsabilidade. – rolou os olhos – O que mais?

— Falou que começamos do jeito errado e que agora vai ser mais difícil do pai dele ficar tranquilo com a nossa relação.

— Que relação? Se você disse na cara de Nathan que não quer nada com ele.

— Não falei nada disso, além do mais não precisamos de um rótulo Dylan. – Bufei

— Mas por que não quer ter um relacionamento sério? Qual o problema de ter um relacionamento com ele?

Respirei fundo enquanto pensava em uma resposta aceitável para a pergunta, já que no fundo eu se quer tinha uma motivação forte o suficiente para me justificar. Além de apenas não querer um relacionamento rotulado e sério.

— Eu tenho só dezessete anos!

— Por mais um mês.

— Não vejo nenhum motivo plausível que me faça querer ter um relacionamento nesse momento.

— Gostar dele deveria ser motivo o suficiente. Ou você não gosta?

— Você sabe que sim Dylan. Por mais que eu tente com todas as forças não gostar... Por mais que eu queria arrancar todo esse sentimento de mim, gosto dele.

E infelizmente, admitir que gosto dele é frustrante.

— Ah, entendi. – deixou o corpo cair na cama.

— Entendeu o que? – perguntei deitando ao seu lado.

— Você tem esperanças que esse sentimento desapareça, e estar em um relacionamento impede que isso aconteça... É isso que você pensa?

— Talvez.

O pior de tudo... Ele estava certo. Completamente certo.

Algo ainda me levava a crer que eu podia esquecer tudo isso a qualquer momento. E colocar um nome na nossa relação parecia que impediria isso de acontecer, como se estivesse me fechando e impedindo de ter uma forma de escapar de tudo isso... 

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