Quarenta e sete

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"Te amar foi o meu primeiro grande ato de coragem na vida.
O segundo foi te deixar partir."

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Candace Beaumont

sábado 5h36, dia da formatura

Estávamos próximos a parede, ora ou outra ele movia o corpo tentando seguir a batida da música que já não era mais tão alta. Sentia meu coração quentinho, se é que isso é possível.

— Você quer ir pra casa?

— Ainda não – respondi de prontidão.

Tudo que eu queria era passar tempo com ele. Independente de quanto fosse. Era como se nada fosse mais interessante do que ele, e pra ser sincera... Nada mais era.

— Gostou de hoje? – perguntou.

Como se houvesse outra resposta além de sim. A noite havia sido incrível, em todos os sentidos. Não existiria despedida melhor do colegial do que a que eu tive hoje.

— Sim – sorri e ele apoiou a mão sobre minha bochecha – sempre fui fã de bibliotecas.

Nathan soltou uma risada abafada enquanto observava meu rosto levemente avermelhado, o que era inevitável. Mesmo assim, incomum.

— Estou bêbada – murmurei e ele sorriu.

— É, eu sei e eu também. – sorriu – Não tanto quanto você.

— Será?

— Cherry – sussurou – Você bebeu a garrafa praticamente sozinha. E se eu tivesse deixado você estaria desmaiada no chão de tão bêbada.

— Ah! Menos – ri e ele beijou minha bochecha enquanto segurava em minha cintura.

Embora eu estivesse bem mais bêbada do que ele. Sentia meu corpo leve e cansado ao mesmo tempo.

Uma parte dos nossos colegas já tinham ido para casa, cogitei que era hora de ir também... Mas com ele.

Porra, por que ninguém me avisou que era um porre ficar apaixonada?

Eu nem me reconheço mais.

— Então não podemos sair por aí de carro. Nenhum de nós pode dirigir.

— Tem razão.

— O que vamos fazer?

— Não sei.

— Responde direito. – murmurei irritada.

O que fez ele alongar ainda mais o sorriso em seus lábios. Dando pouca importância para as palavras que eu estava dizendo, como se gostasse de me ver irritada.

— Calma, irritadinha – me deu um selinho demorado – É que além de estar um pouco bêbado e também...

— Também?

— Não consigo me concentrar em nada mais quando estou olhando pra você.

— Ah...

Era melhor apenas resmungar do que formar uma frase, já que eu não fazia a mínima ideia do que dizer após aquilo. Sem contar minhas bochechas queimando. É absurdamente incrível a sua capacidade de me deixar sem palavras.

Eu estava exausta, precisava me deitar...

— Minha casa não é longe – murmurei.

— Quer ir caminhando? – me olhou.

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