Incandescente

Vinte e nove

"Amar

Já não sei se é correto
Amar e roleta russa
é a mesma coisa
Uma hora alguém
atira no outro
E eu não quero ter
uma bala no peito."

Candace Beaumont

segunda-feira, 15h34

— Tem certeza que você não está gostando dele? – Emma me encarou.

Engoli seco antes de respondê-la.

— Não sei Emma. – bufei desanimada – Acho que não.

Deitei ao lado dela encarando o teto branco em seguida.

Respirei fundo incontáveis vezes, fechando meus olhos com força em seguida. E agora negar ficava cada vez mais difícil...

Aquele sentimento crescia dentro de mim a cada dia. Aumentava a cada minuto que eu passava ao lado dele.

E tentar admitir isso a mim mesma estava sendo péssimo. Desconfortável ao extremo.

Primeiro, não sei lidar com nada do que estou sentindo. Obviamente porque nunca passei por nada disso antes.

Segundo que... É tudo tão confuso. Parece tão difícil, nem de longe me parece que vai ser fácil as coisas entre nós.

Sábado depois do jantar foi... Surreal. Não a transa em si... Que foi maravilhosa também;

Mas também e principalmente todo o depois.

A volta de carro pela cidade iluminada, as músicas que tocavam no rádio durante a madrugada.

A champanhe compartilhada enquanto observamos o tráfego da cidade sem nos preocuparmos com nada. Como se existisse apenas eu e ele no mundo. Como se nada mais importasse.

As risadas escandalosas quando a quantidade exagerada de álcool estava presente em nossos corpos.

Os beijos, olhares e carícias...

Tudo fazia as coisas saírem do meu controle, como se eu não soubesse mais nem pensar por vontade própria. E era tudo tão bom que as vezes eu nem me importava com o turbilhão de sentimentos e confusão dentro de mim.

— Conversa com ele – Emma deitou ao meu lado.

— E vou falar o que?

— O que você está sentindo. É um bom começo.

— Não – Bufei tapando meu rosto com as mãos – eu nem sei o que estou sentindo, Emma. Nem se realmente estou sentindo algo ou apenas estou enganando a mim mesma... Me iludindo... Não sei.

— Candy... Alguma coisa você está sentindo. – murmurou – Não bloqueia os seus sentimentos. Você vai tentar negar e vai se machucar.

— Seria mil vezes mais fácil se eu não estivesse sentindo nada. Que inferno! Por que isso está acontecendo?

— Porque não conseguimos controlar nosso coração.

— Que brega Emma, por céus.

— Tenta conversar com ele Candy... Provavelmente ele se sinta da mesma maneira.

— E se ao invés disso eu...

— Você? – me encarou.

— Eu deveria beijar outras bocas até esse sentimento ou sei lá o que está acontecendo... Até isso tudo desaparecer.