𝐇𝐨𝐬𝐭𝐚𝐠𝐞|P.P

⁕Capítulo 5⁕

⚠️Esse capítulo contém: Palavrões e menções de morte⚠️

Casamento

Palavra de origem latina-medieval, que significa "União que, efetuada de modo voluntário e entre duas pessoas, é sancionada conforme a lei, dando origem a uma família."

Irônico, não?

União efetuada de modo voluntário que iria se originar numa família.

Família

Não que Lyra tivesse a melhor noção da palavra família, mas ela com certeza entendia que para formar uma família dentro de um casamento, ambos os cônjuges deveriam se amar, e até onde a Deusa sabia, Peter não a amava. O casamento, visto de um ponto Asgardiano, significava unificação de alma, corpo e mente. A alma refletia na ideia de confiarem um ao outro suas maiores intimidades. O corpo refletia na ideia de entregar nossos corpos para nossos parceiros, seja de forma sexual, ou como um ato de sacrifício. Por fim, a mente refletia na ideia de dividirem ideias e resolverem seus problemas de forma unida.

Analisando pelo fato de Lyra não estava ligada com Peter nem mesmo de forma amigável, dava a entender que o casamento seria um desastre. Apenas em livros Best-Sellers e filmes de Hollywood casamentos por contrato davam certo. Uma pura fantasia se pudéssemos entender realmente o que é passar pela dor de perder sua liberdade de escolha. Lyra jamais foi a mais romântica, e muito menos a mais sonhadora de seus grupos de amigos, mas não poderia negar que um de seus sonhos era se casar com um homem que amava. A única coisa que Lyra e Peter dividiam no momento, era o ódio e a tristeza que sentiam perante a situação em que se encontravam.

Uma mistura de sentimentos que fazia com que o sangue de ambos fervesse como a própria lava fervente do vulcão mais ativo do mundo. A porta da sala de conferências bateu com força assim que Peter saiu do local. Seus passos pesados e rápidos seguiram até a saída do bloco, esperando que Happy o levasse para casa.

—O que houve, garoto?— O homem com cabelos grisalhos questiona para o menino que se encontrava tenso.

—Só me leve para casa.— Peter abre a porta do carro preto, se sentando no banco de trás.

O motorista lança um olhar preocupado de longe, e entra no carro para levar o adolescente para leva-lo para casa. Os olhos de Parker ardiam, enquanto pequenos chiados saiam do peito do mesmo enquanto chorava em silêncio. Seus braços se cruzaram e sua postura se desmanchou, fazendo com que ficasse encolhido no canto da porta de trás. Porque ninguém havia contado para ele sobre isso? Porque isso tinha que estar acontecendo agora?

O moreno de moletom azul-escuro não sabia responder suas próprias perguntas, uma vez que não sabia se poderia confiar nas pessoas ao seu redor. Parecia que seu mundo havia caído por terra, o deixando sem chão e sem direção. Seu foco estava em entrar para uma faculdade boa após um ano sem estudar, e depois conseguir seu emprego para por fim, se casar com Michelle Jones. Um menino de vinte e um anos não estava pronto nem para se mudar para a Inglaterra, e agora, muito menos para se casar. Tantas oportunidades que ele estaria perdendo deixando de estudar para se casar. O que ele diria para MJ? O que seria de seus sonhos? Tia May sabia daquele contrato?

Todas essas perguntas teriam que ter suas respostas o mais breve o possível antes que o herói entrasse num colapso nervoso.

                                   ࿇

—MAS QUE MERDA SE PASSAVA NA SUA CABEÇA PARA DEIXAR COM QUE ASSINASSEM ISSO!?— Peter exclama para sua tia, que estava sentada num sofá marrom de sua sala de estar.

—Abaixe a voz para falara comigo, Peter!— A mulher se levanta rapidamente, com seus braços cruzados.

O moreno dá uma risada sarcástica, andando de um lado para o outro, tentando acalmar seus nervos. O ar do pequeno apartamento parecia ficar mais sobrecarregado, assim como a mente inquieta. Suas mãos passavam pelos seus cachos escuros, respirando profundamente para tentar manter o último pingo de calma que ainda havia em seu corpo.