𝐇𝐨𝐬𝐭𝐚𝐠𝐞|P.P

⁕Capítulo 23⁕

O clima de pós-batalha se instalava em Asguard. Algumas construções perto ao castelo estavam em chamas enquanto, outras estavam destroçadas em meio ao caos da luta contra os monstros infernais. Durante as horas que duraram a guerra, muitos dos soldados haviam morrido em meio ao cenário sangrento, enquanto outros eram levados para uma enfermaria mais próxima. Os cidadãos, escondidos em seus abrigos, apenas se perguntavam uma única coisa. Qual parte da profecia havia sido cumprida?

Qualquer parte deveria ser cumprida para que os reis e rainhas pudessem tomar uma atitude mediante a situação, e então, conseguir conselhar qualquer ação quanto ao reino. Os nobres saíram dos esconderijos, sendo guiados por uns dos soldados do palácio. Todos observavam o topo do castelo, esperando que alguém fizesse um pronunciamento, e a verdade fosse imposta sobre a sociedade. Assim, Lyra aparece com sua postura turva e seus olhos cansados. Os mesmos olhos que uma vez estiveram tomados pela fúria, estavam com sua cor natural, e a espada em sua mão esquerda. Seus olhos pairavam os corpos mortos sob a ponte de intermédio com o transporte, enquanto o resto dos soldados observavam a mesma. A mão pesada de Nêmesis, toca o ombro da mesma, fazendo com que um arrepio percorresse a espinha da mais nova. A garota, já sabendo da verdade, se ajoelha apenas com um dos seus joelhos. Sua irmã mais velha, eleva seu rosto mostrando soberania sobre todos que estavam esperando que Lyra assumisse o trono.

Os mesmos se entreolhavam confusos porque tinham plena certeza de que Lyra seria coroada rainha, mas perceberam que aquele realmente era o veredito. Thor, mesmo com seu olhar de raiva, se ajoelhou para a rainha de Asguard, e então, todo o resto copiou a posição do mesmo assim que a profecia começou a se tornar uma realidade. O céu se tornou escuro, e as cores douradas do local, foram se tornando escuras como o reinado que viria pela frente. Lyra sentia seu coração despedaçado por não ter conseguido vencer mesmo após tanto treinamento e suor que dedicou a batalha. Parecia que seu esforço não valia de nada, e além disso, havia levado a esperança do povo para o inferno, assim como os Nymphones. Chamas quentes e avermelhadas comiam a esperança viva. Sua mãe, se posicionou ao lado da filha mais velha, a olhando dos pés a cabeça lentamente. 

—Atenção povo de Asguard. Se curvem sob a soberania da rainha de Asguard desde o dia de hoje. Assim como estava escrito na profecia dos mil anos, uma das minhas filhas iriam disputar a coroa, e hoje, a resposta se cumpriu.— Anger disse em voz alta, a qual ecoou sob todos os cantos.

Dando um passo a frente, Nêmesis se pronuncia.

—Lyra Laufeyson se tornará minha escrava pela eternidade e não poderá assumir o trono até o dia em que eu vier a morrer. Ninguém pode alterar a profecia, e desde então, todos deverão seguir ao meu comando.

Respeitando o que deveria ser feito, o povo se curvou e aceitou a derrota digna. Lágrimas escorriam sobre a face da mais nova, percebendo que seu esforço não havia sido o suficiente. Naquela tarde, houve a coroação. O peso da coroa caiu sobre a cabeça da mais velha, e o juramento de manter a união entre povos, foi feita. Aquele foi o dia em que Asguard havia perdido seu brilho. Não havia pobreza ou crimes, mas toda a cor que um dia existiu, escorria pelos lados de uma pia cheia de decepções e dores de parto.

                                                                                      ࿇

—Ok, eu entendo. Obrigada por avisar.— Tony responde um comunicado de Thor, desligando seu chamador intergalático em seguida.

—E então?— Peter se levanta com uma perceptível ansiedade em sua voz.

Tony fecha seus olhos, respirando fundo e tentando ao máximo pensar numa forma menos dolorosa de dizer o que havia acontecido.

—Criança, eu...— O mesmo se vira, encarando o moreno e aluns dos outros vingadores que acompanhavam a situação na sala oval de conferências.— Lyra perdeu. Ela será escrava de Nêmesis até o momento em que a mesma decidir dar a liberdade para Lys. Até então, não podemos fazer nada. Sinto muito.