⁕Capítulo 19 ⁕

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⚠️Esse capítulo contém: Conteúdo sugestivo, palavrão e menção de morte⚠️

A vida é como um poço desconhecido. Não sabemos o quão profundo é, e temos sintomas de ansiedade já que não sabemos o que pode acontecer se chegarmos no fundo, e se houver um fundo. Os medos te sugam como se alguém tentasse tirar sua paz através de batidas violentas em seu coração de ouro. A sociedade diz que devemos ser mais atenciosos com o próximo, e sempre dar a outra face quando alguém de machucar, mas quando somos egoístas pelo bem de outros, estamos errados e nos sentimos errados. Não seria mais fácil que o mundo concordasse com aquilo que tanto sonhamos?

A responsabilidade caem sobre nossas costas, e ainda temos a pressão das pessoas a nossa volta, as quais tem expectativas de nos assim como nos mesmos esperamos algo vindo da nossa parte. Ser mais calmos, ou mais sinceros. Dar mais atenção para nossos amados, e menos atenção para os sentimentos ruins que invadem nosso coração, e mais uma vez, somos forçados a aceitar tudo como se estivesse bem. Como se não estivéssemos gritando frustradamente num infinito da praia a qual se passava uma tempestade devastadora, destruindo casas, arrancando árvores e jogando areia em nossos olhos. Somos obrigados a nos calar em meio ao caos, porque se surtamos, também estamos errados. Foi aprendido que chorar é sinal de fraqueza, enquanto outros dizem que chorar faz bem, mas desde criança tudo foi ao contrário, então como seria agora? O que esperavam de alguém que jamais foi ensinado que se doar dói e é necessário para os outros a nossa volta?

Não há maior dor no mundo do que a perda. Seja a perda de alguém ou a perda de um sentimento. O momento de realização, quando percebemos que alguns meses atrás, estamos transformados e felizes, mas agora não nos reconhecemos pela frieza que voltou ao nosso interior. Para Lyra, tudo estava desabando por mais que esse desastre já fosse algo que esperava. Não parecia justo tudo que havia construído ser retirado da mesma a força no momento em que se encontrava numa paz de espírito, amor e comunhão com Peter. A Deusa se sentia no topo do mundo, como se tivesse conseguido bater todas as suas metas, e aquelas as quais jamais havia pensado que um dia poderiam se tornar sua realidade. A injustiça e mentira eram coisas que andavam juntas, e uma realidade vivida pela mesma, que se tornou repulsiva após aprender o certo.

—Lyra?— Thor chama a atenção da sobrinha, que tonha seus olhos fixados no chão da sala de estar da base dos Vingadores.

A menina balança sua cabeça, dispersa de toda a conversa de meia-hora que havia acabado de ter. A Deusa coça sua garganta, olhando para os heróis sentados nas pontas e meios do sofá cinza imenso que tomava grande parte da sala.

—Eu compreendo tudo que estão dizendo e concordo.— A garota diz segura de si, mesmo sem ter ideia do que estavam conversando.

Sam, olha para a tela de seu celular, observando os números grandes que indicava que já passava das três da manhã. O moreno cruza seus braços, arregaçando as mangas de seu moletom cinza, antes que pudesse se pronunciar:

—Você não prestou a atenção no que dissemos, não é?

—O quê? Claro que prestei! Vou para Asguard, batalharei com minha irmã e serei coroada rainha. Tirando o fato de que terei que engravidar para gerar o novo rei ou rainha. Meu pai irá me abandonar para cuidar da minha irmã alucinada por vingança, e talvez minha mãe também vá. Ficarei uma eternidade em Asguard, abandonarei Peter e meus amigos sozinhos na terra, contanto que tornarei minha cidade natal mais evoluída com as tecnologias de Stark. Wanda e Strange me ajudaram com minha magia e terei treinos com Wong também por algum motivo. Já posso ir para casa?— A morena de blusa de manga comprida vermelha diz repete tudo que se lembrava, resumindo os detalhes que passaram despercebidos.

Os heróis se encararam, percebendo que algo estava errado. Não era surpresa da decepção da mais nova ter de abandonar sua vida na terra, mas também não esperavam tanta tristeza. As reclamações de sua adolescência mostravam que o que a garota mais queria era sumir da terra, e tentar morar em outra realidade. Até mesmo ocorreu um caso, o qual Lys pegou o anel de Strange enquanto o mago tomava banho, e tentou abrir um portal para uma realidade qualquer. Desistiu da ideia assim que depois de vinte tentativas, apenas algumas faíscas saiam do meio do nada. O homem estava certo sobre algo, a magia pode ser bem cansativa. A resposta de seu medo era óbvia, e surpreendente após muitos presenciarem brigas e gritarias no meio da noite entre o casal.

𝐇𝐨𝐬𝐭𝐚𝐠𝐞|P.P Onde histórias criam vida. Descubra agora