Cold e eu no banco de trás, pra variar, e meu pai conversando com Nat e ela resmungando sobre as receitas maravilhosas que a velha fazia.
Chegamos num fim de mundo, literalmente. Era um lugar com um campo enorme amarelo (sim, amarelo. Tipo feno) e duas casas laaá no final.
Entramos em uma das casas e quase caí pra trás. Lá estava uma réplica E-X-A-T-A do Cold. Só que careca, com rugas e beeeem mais velho.
-Cold! Como você cresceu! Parece que só aparece quando alguém morre, seu imbecil! -ele falou. Mal humor é de família. Confere.
-Oi, vô.
-Quem é a azulzinha?
-É a filha do cara que está com minha mãe.
-Sua mãe está com um cara!? NATALY WAY! -ele gritou.
-Então, pai, onde vai ser minha caverna provisória? -perguntei pro meu pai, que tinha acabado de entrar na casa.
-Lá em cima. Você e Cold vão dividir o quarto.
-Pra variar. Ô beleza! -falei e subi pro corredor.
Estava trovejando e chovendo. Muito.
O corredor estava sombrio e a cada trovão que trovejava (não, o trovão mugia. Não, pera, quem muge é minha madrasta), meu medo aumentava.
-Bu! -Cold-panaca-filho-da-vaca (rimou) saiu de um dos quartos gritando.
-AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA! -gritei e ele riu- Vou te jogar na parede -falei e dei um soco na cara dele. Vai ficar roxo por um bom tempo.
Entrei no quarto e adivinnha? Tinha um beliche. Deitei na cama de baixo e escolhi uma roupa. Cold entrou no quarto.
-Olha pra lá, quero trocar de roupa -falei.
-Não não, prefiro ver a cena de você só de calcinha e sutiã -brincou, eu acho.
Ele gosta de brincar, né?
-Como quiser -falei e tirei minha calça e a blusa ali mesmo. Ele arregalou os olhos e percebi um volume em sua calça, se é que me entendem.
Vesti uma blusa com as mangas cortadas e um logo surrado do Batman, um short preto, ankle boots estilo roça, óculos escuro e colírio pra fingir que estava chorando.
Logo em seguida, Cold tirou só a blusa e vestiu uma blusa normal. Pronto, não estávamos indo a um enterro. Estávamos indo pro show de AC/DC!
Chegamos na sala e estavam todos lá, sussurrando sobre a morte da ovelha.
Logo depois todo mundo foi caminhando pra capela, do outro lado da rua.
Entramos no local onde haviam umas fotos da velha. Era bem parecida com a Nataly, só que mais velha e mais feia.
Aquele lugar não me afetou nem um pouco. Nem a Cold que era neto da mulher! Que menino sem coração! Igual a mim.
Saí daquele lugar e voltei pra casa. Mas lá estava escuro e sombrio. Ok,vou voltar pro enterro e me fingir de triste. Só que uma coisa muito estranha aconteceu: quando abri a porta, não tinha nada mais, nada menos que MUITA neblina. Muita mesmo! Tipo, muita! Estava tudo branco.
Neblina + noite + enterro = Cathrina com medo pra caralho!
Fui andando mas não achei nada. Opa, opa! Uma construção! Corri até lá e entrei. Era um celeiro. Ótimo! Agora zumbis vão vir e comer meu cérebro!
Peguei meu celular e estava escrito No Service, ou seja, SEM SINAL!
Ouvi uma vibração no ar. Adentrei mais. Era uma vibração de corda de violão.
Cheguei mais perto e ouvi uma voz. Que voz!
Vinha do segundo andar.
Subi nas escadinhas pra saber de quem era a voz.
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Cathrina
Teen FictionEmbarque nessa aventura de amor e ódio entre os meio-irmãos Cold Way e Cathrina Monroe. all rights reserved @reet_