Capítulo 13 - Cidade

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-Aqui eu acabei! -gritei pra Cold e ele levantou a cabeça sorrindo.

-Vamos ver essa belezinha em ação! -falou e eu ri.

Entramos e ele rodou a chave... no lugar de colocar a chave (que eu não sei o nome. Pra que eu iria querer saber?) umas três vezes, mas o carro não ligou.

-Deve ser algum problema no cano -disse com o nariz torto- Vou lá ver. Tenta ligar quando eu mandar.

Peguei a chave e ele foi lá pra trás.

-LIGA AGORA! -gritou e eu o fiz. Depois ele soltou um "argh" e apareceu com a cara toda preta, aparentemente pela fumaça.

-Não é pra rir -ele falou e eu ri só de deboche.

-Ah, é? -ele disse e passou a mão na bochecha, tentando encostar em mim. Fui correr, mas ele agarrou meu braço e me puxou de volta.

Ao invés de me sujar, ele ficou me olhando nos olhos e tirou uns fios azuis que estavam na minha cara.

Ele fez que ia me beijar, mas peguei um pano sujo (acho que de cera) e passei na cara dele.

Comecei a rir, saindo dali.

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É, bem, Cold conseguiu me sujar e agora estamos dentro do carro, passeando pelo campo.

-NÓS JÁ VOLTAMOS! -gritei enquanto passávamos em frente da casa.

-Aonde vamos? -Cold falou.

-Tomar sorvete -respondi com um enorme sorriso.

-Eu quero aquele azul. Adoro coisas azuis -ele disse e piscou pra mim, que corei na hora.

MAS NÃO TINHA NADA ALI! SÓ CAMPOS E UMA ESTRADA SEM ASFALTO!

Só se alguém que vem do além (rimou) aparecer vendendo sorvete.

E foi como se alguém lá em cima tivesse me escutado! Vimos uma sorveteria minúscula num quintal de uma casa literalmente no meio do nada e Cold parou o carro na estrada mesmo, já que não tinha mais nenhum sinal de outro carro ali.

Pedi um de chocolate e Cold pediu daquele azul que eu não sei o nome.

Entramos no carro e ficamos em silêncio, tomando sorvete.

Ele me olhou e deu um meio-sorriso.

-Estou com uma incrível vontade de te beijar agora -ele disse e eu ri, roxa de vergonha.

Ignorei e voltamos pra casa.

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Estávamos jogando um tipo de Mario num Nitendo super-hiper-mega-power antigo, enquanto os adultos ficavam na cozinha conversando.

-Vamos sair? -perguntou.

-Pra onde?

-Uma boate perto que eu e meus amigos frequentamos.

-Ok. Que horas?

-Você já pode se arrumar -falou e eu subi.

Lá no quarto, encontrei meu pai procurando algo.

-Perdi meu relógio, você viu? -perguntou e eu neguei com a cabeça- Aonde ia?

-Vou me arrumar pra sair com o Cold.

-É bom que estejam se dando bem! Eu e Nat sabíamos que iam se dar bem!

-É. Claro! -falei por falar. Tudo pro meu pai calar a boca.

Ele saiu e fui me arrumar.

Coloquei uma blusa branca da Ramones, uma jaqueta de couro com tachinhas, um jeans rasgado e ankle boot preta com spikes.

Cold chegou no quarto e pôs uma blusa polo com uma jaqueta de couro por cima (botas e calça também, óbvio).

-Os adultos estão vindo. Vamos ter que pular a janela.

-O QUÊ? -gritei.

-Anda logo!

Fomos pro parapeito e eu ia questionar, mas ele pulou! E me levou junto!

-SEU IDIOTA VESGO! EU PODIA TER MORRIDO!

-Morrido não. Talvez machucado, mas não morrido.

Revirei os olhos e fomos pro carro. Ah é. Vamos de carro.

Aquele carro lindo de Cold!

Fechamos o capô, pois estava frio, e fomos.

Já dava pra ver as luzinhas da cidade.

Cidade, querida cidade. I'm back!

CathrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora