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" Bem, amo o chão que ele pisa e o ar que o rodeia e tudo que ele toca e tudo que ele diz

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" Bem, amo o chão que ele pisa e o ar que o rodeia e tudo que ele toca e tudo que ele diz. Gosto das feições dele e de todas a suas ações; gosto dele todo. Pronto!"

- Emily Bronte, Morro dos Ventos Uivantes.

Lalisa Manoban

Desde criança, jurei solenemente que nunca teria filhos, porque nunca me dei bem com crianças, e para o meu azar eu encantava mais crianças do que Robert, o sorveteiro, que passava em uma van colorida pela minha rua tocando uma musiquinha infantil que eu particularmente ficava enjoada só de escutar. Mas não me levem a mal, eu não odeio crianças, eu gosto delas, adoro crianças, principalmente quando estão a pelo menos dois metros de distância ou no colo de suas mães. Eu apenas observo, para me convencer todos os dias que eu nunca seria boa no assunto maternidade e nem preciso me esforçar muito para isso.

Como cada ação gera uma reação, e ao que se faz e ao que se paga, provavelmente, o universo entendeu que eu não gostava realmente de crianças e me enviou Roseanne Park, uma mulher de vinte e um anos com uma alma infantil, que estava fazendo birra depois de vomitar nos meus lindos e tão adorados oxfords.

Não que o jeito dela não fosse adorável, pelo contrário, era realmente uma visão celestial, mas ali, parada, com a coluna dolorida por causa da posição persistente que eu estava a uma hora, esperando que ela me deixasse limpá-la, não chegava a me aborrecer, porque eu nunca teria algum sentimento negativo em relação a ela. Entretanto, eu não era a pessoa mais paciente do mundo, estava até surpresa que ainda não havia a carregado em meus braços até o banheiro.

A Srta. Park estava fazendo com que eu me questionasse mais que o normal, e isso é muito, muito raro.

Com toda a paciência do mundo - que eu descobri que só tinha com ela- suspirei e pedi calmamente.

- Rosé, por favor, vamos ao banheiro. Caso contrário, a senhorita irá sujar a casa toda.

Eu tinha noção de que quando eu usava aquele tom, ela me ouvia melhor, e novamente funcionou, porque ela parou de dançar e me olhou. Senti uma imensa vontade de rir por causa de seu estado, mas me contive, porque ela iria se contagiar e nunca mais pararia de rodopiar pela casa e aí sim, eu teria que carregá-la contra a sua vontade até ao banheiro.

Ela caminhou até mim e cambaleou, e tive que passar os braços pela cintura dela, a puxando para mim, para mantê-la firme. Por algum milagre, ela manteve seus olhos nos meus, coisa que era difícil de acontecer, devido a sua timidez que sempre a fazia desviar o olhar e, consequentemente, me fazer pensar que estava sendo invasiva.

Contemplação 1 | ChaeLisaOnde histórias criam vida. Descubra agora