⚜️CONCLUÍDA⚜️
Em meio ao verão de 1986, Roseanne Park, uma estudante de Artes, resolve sair de Sydney, na Austrália, para finalmente experimentar a vida. Se matriculou em uma universidade chamada; Thinkers, em Durham, na Inglaterra, para concluir o...
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"Nunca lhe confessei o meu amor com palavras, mas se os olhos falam, o último dos tolos poderia verificar que eu estava totalmente apaixonado."
O Morro dos Ventos Uivantes
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ROSÉ
Enquanto esperava pela volta de Lisa, após ser deixada no apartamento das tias dela, eu não conseguia parar de pensar na forma que ela me tratou naquela tarde. Não conseguia pensar em nada que eu tivesse feito que pudesse justificar o quanto ela parecia aborrecida comigo. Havia a hipótese de eu estar errada, ou pensando em coisas que não fazia o menor sentido, talvez ela não estivesse aborrecida comigo, mas sim com aquela situação da garota e das cartas, que Jennie me contou durante a viagem de trem para Londres, (quando eu acabei deixando aparente que eu não sabia das cartas), e provavelmente foi a primeira vez desde que cheguei a Thinkers que Jennie e eu tivemos uma conversa duradoura.
Jennie parecia não conseguir criar laços comigo, ou talvez apenas não paramos para conversar de verdade, uma conversa que me fizesse conhecê-la mais a fundo, coisa que eu com certeza tentaria assim surgisse uma oportunidade.
A probabilidade de Jennie saber mais sobre o comportamento de Lisa do que eu, era obviamente grande e, eu estava começando a cogitar perguntar a Jennie antes de ter uma conversa direta com Lisie, pois sinto que não serei capaz de dirigir nenhuma palavra sequer a ela sem me desmanchar em lágrimas, estava me sentindo sufocada com tantas possibilidades (apesar de ter quase certeza que seu problema naquela tarde era diretamente comigo).
Além dessa nuvem cinzenta que cobria o ambiente ao nosso redor, como se estivesse prestes a desmanchar o céu em água, eu ainda estava com saudades de casa. Aquele jardim de rosas brancas me fez lembrar de como minha mãe e avó adoravam dar festas no jardim de nossa casa, e de como minha mãe sempre usa a frase "Temos o jardim mais bonito da cidade, coisas bonitas, deixam as pessoas felizes, Rosé" como desculpa para fazer festas em datas aleatórias.
Mas ela estava certa.
Coisas bonitas deixam as pessoas felizes, e talvez fosse esse o motivo pelo qual meu coração quase pulava do meu peito, os sorrisos escapavam, e as mãos tremiam em empolgação, quando eu encontrava Lisa, (mais especificamente quando eu olhava para ela), pois ali estava a definição de algo belo.
Ela era a própria beleza personificada, eu nunca pararia de dizer para mim mesma que eu deveria pintar o retrato de Lisa e pendurar na minha primeira exposição depois de me formar na faculdade, ou até mesmo o pendurar no teto do meu quarto apenas para o observar todas as noites antes de cair no sono, apenas para que as chances de sonhar com ela fossem maiores. Vou pensar em fazer isso depois de nos resolvermos.
