Nada aconteceu...

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Domingo, 19:00 PM

Depois daquele incidente, eu estava em casa de repouso após sair do hospital. Descobri que foi uma das caixas que caiu em cima de mim e que ela deixou uma cicatriz na minha cabeça, agora tenho que usar chapéu porque o médico raspou uma parte do meu cabelo pra dar ponto... que azar do caralho que eu tive, pelo amor. Fiz algo muito errado na vida passada pra tudo dar errado na minha vida, só pode.

Enfim, depois de toda aquela confusão, eu e Minho não estamos nos falando mais por motivos óbvios, até falei pra ele esquecer o que tinha acontecido lá no quartinho. Foi babaca pedir isso? Foi e até um pouco hipócrita da minha parte já que não paro de pensar no beijo, mas tenho medo do que possa acontecer. Não quero perder meu melhor amigo, então, no momento foi a melhor escolha a ser feita.

Felix iria vir aqui hoje, então estava o esperando para assistirmos um filme e nos entupir de besteira, inclusive, depois daquela brincadeira de vampirão, os dois estão mais próximos que tudo. Parecem até carrapatos... falando em carrapato, acho que ele chegou.

Tiro o balde de pipoca do meu colo e o coloco na mesinha de vidro que ficava em frente ao sofá, levanto e caminho até a porta, abrindo-a e dando de cara com Minho.

- Minho? - pergunto surpreso. Não esperava que ele viesse querer falar comigo tão cedo, não depois do clima desconfortável que ficou entre nós.

- Oi... - Minho fala dando um sorriso tímido. Pra mim, ainda é novo ver o Minho tímido, ele sempre tem aquele olhar e semblante confiante e intimidante, então ver ele tímido é algo bem raro. - Podemos conversar? - Minho pergunta.

- ... sim, claro. Entre. - falo dando espaço para o mais velho entrar. Minho entra parecendo meio hesitante e acanhado enquanto olhava por toda sala evitando me encarar.

Fecho a porta e me sento no sofá sendo acompanhado por Minho que se senta um pouco longe. Senti como se eu estivesse carregando um vírus altamente mortal pela distância que ele sentou, o espaço entre nós não era tão grande, mas era estranho visto que antes, Minho chegava a ficar colado em mim de tão perto que ficávamos. Era disso que estava com medo.

- Então... - Minho começa a falar olhando pro chão. - Eu queria pedir desculpas pelo o que aconteceu... no quartinho.

- Tudo bem, também te devo desculpas, já que não foi só você que... beijou.

- Acho que foi o calor do momento, sabe? Não que você não beije bem ou algo do tipo, tu beija muito bem mesmo, até repetiria... quer dizer, somos melhores amigos então foi no calor do momento porque estávamos naquela brincadeira, ha. - Minho fala todo enrolado e por fim, solta uma risada nervosa.

- Eu entendi, fica calmo ou vai ter um treco desse jeito, Lino. - falo brincando. Minho me encara e solta uma risada baixa, assentindo em concordância.

Nos encaramos em silêncio sem saber mais o que dizer, acabo desviando o olhar para a boca do mais velho, vindo com a força a imagem de nós nos beijando. O que teria acontecido se não tivesse caído aquela caixa em cima de mim? Acho que nada, pois o Chan provavelmente iria nos soltar então com caixa ou sem caixa, nada teria acontecido muito além. Tudo bem, não sei o motivo de estar pensando nisso, então vamos apenas ignorar.

- Jisung? - escuto Minho me chamando, trazendo-me de volta a realidade.

- Sim? Desculpa, estava distraído, tinha falado algo? - pergunto desviando o olhar para seus olhos.

- Tinha perguntado se queria fazer algo. - Minho fala me fazendo prender a atenção novamente eu seus lábios. Por algum motivo, os lábios do Minho estavam bem, mas bem atraentes e... convidativos. Uma enorme vontade de beijá-lo novamente me atinge com força, fecho os olhos respirando fundo para não cometer nenhuma burrada.

- Jisung?

Estava ficando difícil, muito difícil de controlar minhas ações, ainda mais com ele mordendo os lábios. Céus, eu estou ficando doido por querer beijá-lo novamente.

- Tudo bem, Hannie? - Minho pergunta se aproximando mais enquanto tocava em meu ombro. Observo seu rosto atentamente sentindo minha respiração ficar desregulada, olho novamente para seus lábios... que se foda também. Jogo tudo pelos ares ao segurar o rosto de Minho e beijá-lo.

Estava esperando um empurrão da parte dele, mas ao invés disso, ele correspondeu ao beijo apertando levemente meu ombro enquanto sua outra mão ia em direção a minha nuca, me puxando para mais perto. Sua boca tinha um gosto leve de morango com mente, ele provavelmente estava mastigando algum chiclete antes de vir pra cá, Minho era viciado em chicletes e até mesmo gloss de sabores.

Retiro minha mão direita de seu rosto e pego em sua cintura ao mesmo tempo que aprofundava o beijo. Sem nos darmos conta, estávamos deitado no sofá com ele por baixo de mim, nos afastamos pela falta de ar e levo meus lábios para seu pescoço no automático. Sinto Minho agarrar meus cabelos e afastar a cabeça para o lado, dando mais acesso.

- Ji... assim não... - Minho fala manhoso, puxando meu cabelo para mais perto de seu pescoço. Faço um caminho com meus lábios até sua clavícula, sugo a pele e passo a língua por cima do chupão, sentindo o corpo abaixo do meu tremer. - Hum... Ji... - Minho geme. Arregalo os olhos ao me dar conta do que estava acontecendo e com quem estava.

- Ai meu deus!! - falo entrando em pânico e saí de cima do Minho, caindo sentado no sofá. Minho, que também parecia ter se dado conta, se senta rapidamente no sofá com as mãos na frente da boca.

- Nós quase... meu deus. - Minho fala desacreditado, parecendo estar em pânico tanto quanto eu.

- Onde eu estava com a cabeça...

- No meu pescoço. - Minho debocha.

- Oh, sério? E você estava adorado pelo jeito que puxava meu cabelo. - falo e vejo as bochechas e as orelhas do mais velho ficarem vermelhas. Touché.

- Foi você quem me beijou primeiro!! - Minho grita.

- Foi você que deixou!! - grito indignado.

- M-Mas, você... você... Argh. - Minho grunhi frustrado.

- Somos melhores amigos, isso não é certo. - falo. Ficamos em silêncio tentando entender o que tinha acontecido. Deveria ter me controlado melhor, isso não teria acontecido se eu tivesse me controlado. Cacete, só complico as coisas mais ainda.

- ... podemos esquecer, claro, se você quiser. - Minho sugere.

- Pode ser... tudo bem pra você? - pergunto o encarando-o

- Sim. - Minho responde.

- Ok, nada disso aconteceu. - falo.

- Isso, nada aconteceu...

Espero conseguir esquecer o que pode ser difícil, mas tenho que tentar ou estaremos perdidos e me sentiria muito mal caso nossos grupos se afastem porque os outros também estão de certa maneira envolvidos nisso. Oh, estou realmente perdido, não sei o que fazer e muito menos o que sentir.

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Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo. Ah, ñ matem o jijico viu
🐱🌈💜

Euphoria - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora