Cap. 16

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Por Katniss:

Um, dois, três!!! Katniss acorde. Parece que ouví Prim me chamar, isso foi um pesadelo. Olho para o lado e Peeta ainda está dormindo. Tento acordá-lo.

- Peeta!! - Balanço seu corpo e chamo-o novamente. - Peeta!!!

Ele abre um olho, meio zonzo e todo descabelado.

- Katniss? O que houve? - Ele pergunta enquanto boceja e coça o olho esquerdo.

- Acho que ouví Prim me chamando.

Peeta me encara sem entender nada. Pela sua expressão, deve achar que estou ficando doida, e isso é tudo que não quero que ele pense. Vou esquecer isso, foi apenas um pesadelo.

- Desculpe, foi só um pesadelo. - Digo tentando ser menos estranha.

- Tudo bem, amor! Eu também tenho pesadelos. Isso é normal. Não fique constrangida. - Peeta solta um sorriso bem de leve.

Sorrio de volta, como um "obrigada". Já amanheceu e nem tinha me dado conta disso.

- Bem, já amanheceu. Você gostaria de tomar café comigo?

- Sim, só se for agora. - Responde Peeta.

Ambos levantamos juntos. Tomamos banho e descemos para encontrar os outros. Como os outros dias, todos já estão na mesa. Exceto Effie, que ainda está colocando sua peruca loira. Mas logo desce e ambos tomamos nosso café juntos. Conversamos e até fazemos algumas brincadeiras uns com os outros. Paylor comigo, Peeta com Haymitch e Effie. Gostei muito de ter ficado esses dias aqui na Capital. Ter a oportunidade de conhecer Marisol e Claus, e poder mostrar para Paylor quem são, isso já me alegra. Terminamos o café, Peeta e eu voltamos para o quarto, para arrumar nossas coisas. Haymitch faz o mesmo. Enquanto Effie nos espera no sofá. Terminamos tudo e descemos. Vamos andando com algumas bolsas na mão, quando Paylor segura meu braço.

- Obrigada Katniss! Obrigada por me mostrar quem é Claus. - Ela sorrí para mim com bondade e gratidão.

Solto uma pequena bolsa e abraço-a. Apenas sorrio de volta. Peeta nos olha com orgulho.

- Agora vão. - Ela diz tentando não se emocionar. - Vocês vão acabar perdendo o trem.

Descemos as escadas todos juntos. Saímos e o motorista nos leva até a estação. O trem já está quase saindo. Paylor me chama junto com Peeta.

- Vocês merecem toda a felicidade. - Ela nos abraça antes de qualquer outra reação nossa. - Vão logo. Até o casamente agora.

Corremos de volta para o trem. Acenamos para Paylor em "adeus". Depois que sumimos de sua vista, nos sentamos, sentindo a brisa gelada da manhã. Effie está calada ao lado de Haymitch. E ele, por incrível que pareça, não está com bebida ou cachaça nenhuma na mão, e sim, um suco de laranja. Effie não gosta de laranjas, mas fez com que Haymitch lembrasse do sabor dessa fruta. E ele gostou, e muito. Estamos voltando para o doze. Retornando para nossa realidade. Fácil não vai ser, mas temos um ao outro, e isso é o suficiente. Lembrar disso me deixa em paz, feliz! Família, família. Isso é o que sempre fomos, desde o início dos jogos. Agora só falta o mais esperado por todos nós, só que mais esperado por mim e para Peeta, nosso casamento. Nem posso acreditar que logo estarei casando. Já moramos juntos, mas casar será uma sensação diferente.

- Katniss!

Vupt!! Acordei. Peeta me chama, nem tinha percebido que já tínhamos chegado.

- Oh, desculpe, desculpe. Estava pensando alto.- Sorrio.

Peeta estende sua mão e sorrí para mim.

- Venha, distrito doze te aguarda.

Levanto correndo, sentindo saudade daqui. Os portões estão pintados de cinza, pois encontraram uma nova fonte de trabalho para os homens daqui, o grafite! Entro curiosa, e olho tudo ao redor. Construíram a antiga praça, que antes não tinha nada, além de chicotes e pacificadores andando. Estou com saudades da floresta. Nossa, preciso ir para casa. Chamo Peeta, Haymitch e Effie. Digo para irmos logo para casa. Então assim o fazemos. Chego em casa, tiro as botas, ando descalça. De repente, a caixa de correio toca. Chegaram mensagens. Uma é de mamãe, e a outra... De Gale. Abro a mensagem da minha mãe:
"Querida Katniss, quanto tempo. Gostaria de estar aí com você quando ler esta mensagem. Já se passaram quase seis anos, desculpe por muitas vezes não dar notícia, mas saiba que penso em vocês todos os dias, peço-te que me perdoes por isso, mas não aguento mais viver no doze, pois dói demais todas as lembranças... Logo quando cheguei aqui, comecei um tratamento para depressão. A morte de seu pai, e... Logo depois, Prim! Fizeram-me sofrer ainda mais. Me desculpe por tudo. Por ser ausente durante muito tempo. Talvez agora seja uma boa hora para recomeçarmos, nós duas. Estarei indo para o seu casamento.
Com amor, Sarah Everdeen, mamãe."

As palavras de minha mãe fizeram-me chorar. Peeta está enxugando minhas lágrimas, jamais irei culpá-la, jamais. Quero que ela seja feliz de agora em diante, e sim, recomeçaremos tudo, agora juntas. Pego a mensagem de Gale e abro:
" Oi... Catnip. Saudades... Queria muito te ver, mas ando sem tempo por causa de algumas coisas do trabalho. Terei uma folga daqui há alguns dias, e estarei indo para o doze. E por coincidência, será próximo do seu casamento com o Peeta. Bom... só te enviei essa mensagem para saber como você está. Espero que esteja bem. Sempre lembro das nossas caçadas, e quando dividíamos tudo para alimentar nossas famílias. Você ainda caça? Estou fazendo novas amizades aqui, conhecendo novas pessoas. Estou morando com alguns amigos, para não ficar só, sem família. Sempre falo com a mamãe. Mas esses dias foi um pouco difícil. Bom, se você falar com ela, diga que eu a amo muito, e logo estarei aí. Até a próxima vez, Catnip. "

E essa foi a carta de Gale. Meu amigo. E sim, eu ainda caço as vezes. Lembro bastante das caçadas com Gale, foram tempos muito difíceis para todos. Estou feliz em saber que ele virá para o meu casamento.

- Que bom que sua mãe estava se cuidando. -

Guardo a mensagem.

- Estou feliz por isso. Quero que ela seja feliz agora, pois já sofreu muito. Bom, chegamos agora e... Tenho algumas coisas para fazer. - Digo tentando mudar de assunto.

- Tudo bem, amor. Mas o que você vai fazer agora?

Levanto e ando até o armario debaixo da escada e digo:

- Caçar! Preciso disso agora. - Pego o arco com uma flecha e aponto para Peeta. - Você vem comigo?

Ele fica de boca aberta.

- Cla... Claro que sim.

Ele salta do sofá.

- Então vamos.- Digo.

Saimos para a floresta, e é tão bom senti-la de novo. Ultrapassamos a cerca que está desligada. Corro o mais rápido que consigo, Peeta vem logo atrás. Chego na mata. Tem várias frutinhas, só esperando para serem colhidas. Amoras doces, colhemos bastante. Pego outras frutas como morango, maçãs, e algumas pêras. Ervas também. Até consegui pegar um esquilo, por sorte. Peeta até me dá um elogio por isso. Andamos mais um pouco. Chegamos ao riacho, paramos um pouco e colocamos tudo no chão. A água está uma delícia, bem quentinha. Peeta diz que precisamos molhar nossos pés aqui. E realmente isso é verdade. Tiramos as botas e entramos no riacho de mãos dadas. Isso é magnífico! Uma delícia mesmo. A água quente nesse clima frio é boa demais.

- Isso é ótimo. - Diz Peeta olhando para os pés.

- É. - Concordo.

Poderíamos ficar aqui o resto do dia, quem sabe. Mas temos que voltar, pode aparecer algum urso ou outro bicho por aqui. Chamo Peeta e saimos do riacho. Calçamos nossas botas e andamos de volta para casa, com as mãos cheias. Nenhum pacificador irá nos revistar, pois os mesmos não existem mais. Alguns que agiam corretamente, foram recontratados como polícia. Passamos pela cerca e voltamos para casa. Colocamos tudo na mesa, Peeta pega as ervas e irá preparar um pão. Vou para o quarto e abro a caixa com meu vestido de casamento. Ele é lindo demais, só é muito luxuoso para mim que não estou acostumada com tudo isso, mas Paylor insistiu para que eu use. É um vestido com pedras preciosas. A caixa do Peeta está bem ao lado, a curiosidade é grande em vê-lo. Mas não vou olhar, quero que seja uma surpresa também.



Jogos Vorazes - A Esperança (Continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora