Jogos Vorazes - A Esperança (Continuação)

Cap. 9

Por Katniss
  
      Eu não posso acreditar em tudo que acabei de ouvir de uma garota mimada. Não consigo esconder minha indignação, Marisol, neta de Snow. Uma garota alta, olhos verdes, cabelos castanhos, lisos e compridos até a cintura. Marisol chama muita atenção pela beleza. Mas todos esses atributos, ela os usa para ganhar pessoas para o seu lado. Quando mais nova, Marisol, parecia uma garota simples e sonhadora. Mas cresceu com a malícia do avô. Espero que Paylor saiba o que está fazendo! Jamais permitirei novos jogos, nem que para isso, eu tenha que ser a Katniss como nunca fui...

      Haymitch, Peeta e Effie estão sentandos no sofá, Peeta tenta acalmar a situação junto a Haymitch.  Eu explodo.

       - Jamais permitirei isso, jamais!! - Digo com raiva.

       - Katniss, se acalme. - Fala Haymitch. -  Foi a primeira vez que essa garota se pronunciou nesses cinco anos.  -  Ele diz calmo.

       - É, Haymitch! Mas tudo tem a sua primeira vez... Depois a segunda, a terceira, quarta... e quando você percebe, todos já aceitaram. Mas eu não! Ninguém odeia tanto Snow, como eu. - Digo chateada.

Peeta me olha.

      - Ok, meu amor. Eu entendo o que você está sentindo, eu também sofri com esses jogos, todos nós sofremos. - Peeta me olha nos olhos - Estamos juntos, seja pro que for.

Encaro Peeta e Haymitch. Effie está com as mãos no rosto. Ela não disse nada desde cedo, algo que me deixa desconfiada.

       - Effie? O que foi? Você sabe de algo? - Effie continua com as mãos no rosto, e isso me deixa com mais raiva, confirmando minhas suspeitas. - Effie!! Você sabe de algo, sim!

Ela finalmente me olha, e balança cabeça em reprovação.

       - Katniss, Marisol pretende futuramente apoiar o tio como governante de Panem. - Effie me olha com frustração.

Effie sabia disso e não nos contou! Sinto uma mistura de raiva, tristeza e decepção ao mesmo tempo.

      - Por que você não nos contou?? - Pergunto chateada.

      - Eu iria contar para vocês, hoje ainda. Soube disso ontem, Katniss me perdoe por isso. - Ela tenta se explicar.

Olho para Effie e minha chateação passa, não vale a pena ficar brigando agora. E nesse momento, tenho uma idéia, claro! Eu vou para a Capital. Haymitch, Peeta e Effie estão discutindo, e eu os interrompo.

       - Ei, vocês! Me escutem. - Todos se calam e me fitam. - Tive uma idéia, eu vou para a Capital.

Haymitch me olha e cai na gargalhada, fico furiosa com ele.

      - Eu estou falando sério, senhor bêbado! - Digo.

Ele para aos poucos de rir,  e pergunta :

       - Ta bom, docinho. E o que você pretende fazer? - Haymitch me lança um olhar desafiando-me.

Quando abro a boca, Peeta fala por mim.

       - O que você está querendo fazer, Katniss? - Ele pergunta curioso.

      - Escutem! Eu vou para a Capital, preciso falar com Paylor sobre isso.

      - Eu vou com você. - Peeta da um passo a frente.

       - Tudo bem, mas se apresse. - Finalizo e vou para o quarto.

Peeta vem atrás de mim, deixando Effie e Haymitch na sala.

       - Quando partiremos? - Ele pergunta.

       - Amanhã de manhã. - Digo enquanto procuro as malas.

Estou tão ocupada, que nem escuto o "tchau"  de Haymitch. Peeta desce correndo e diz algo para ele, mas não escuto e nem ligo também, pois, afinal, tenho algo mais importante para me preocupar agora: Marisol White. Peeta está voltando ao nosso quarto, um pouco confuso e preocupado também.

       - Acho que não vou dormir hoje.  - Ele diz encostado na parede.

Paro o que estou fazendo e encaro-o.

       -  Nem eu. Mas preciso mesmo resolver isso. Estou me perguntando se Paylor sabe disso tudo. Desse plano de Marisol.

       - Não sei, amor. Mas eu estou com você por onde for. - Ele anda até mim e eu o beijo.

O companherismo de Peeta me quebra todo o stress que me domina.

     

       - Eu amo você, Peeta Mellark. Pra sempre...

Ele me olha com um brilho no olhar, como quem espera a vida toda só por isso. E então o puxo para mais perto de mim, aos poucos vou tirando sua camisa, beijo seu peito musculoso e forte, ele passa sua mão sobre minha nuca, e desejo ainda mais tê-lo aqui, agora... Pra sempre. As mãos macias de Peeta, pode-se comparar a um algodão e veludo. A cada centímetro que ele percorre meu corpo, desejo-o ainda mais. Jogo-o na cama, e subo em cima dele, encaro-o, e Peeta nem pisca, ele treme, e sou capaz de ouvir os batimentos de seu coração. Beijo-o ainda mais forte, ele acaba rasgando minha roupa, jogo para longe. Ele fica ainda mais louco, ataco-o beijando todo o corpo musculoso de Peeta, e ele termina de tirar as únicas peças que eu ainda usava, meu sutiã! Ele lança um olhar desejável, o que me deixa ainda mais louca... Peeta se deita ao meu lado, nossos olhares se encontram, e nos beijamos.

       Já amanheceu, e como sempre, Peeta já está de pé na cozinha. Olho procurando minhas roupas, que estão no chão. Enrolo-me em um cobertor, e vou para o banheiro, tomo um banho demorado, e quando saio do banheiro, Peeta está sentado na cama, me olhando, fico sem jeito um pouco.

       - O que foi? - Pergunto rindo. - Por que esse olhar?

Peeta sorri.

       - Só pensando sobre ontem, eu e você... - Ele levanta a sobrancelha.

Eu sorrio, e encaro-o.

     

       - É mesmo, é?! - Digo rindo.

Ele ri mais ainda e fala:

     

       - É, vim para te avisar que, se você quiser mesmo ir para a Capital, tem que se apressar, pois o trem sai as 10hs.

       - Nossa, então vou correr! Não posso perder essa oportunidade.

Peeta vai para a cozinha e me chama para tomar café. Ele preparou bastante coisa, como sempre! Comemos e nos apressamos. Vamos até a casa de Haymitch, que também nos acompanhará até a Capital. Haymitch se apronta e juntos saímos da Vila. Estamos indo para estação de trem. Já são 10hs, estamos atrasados, o trem já está quase saindo, quando chegamos, gritamos pedindo para que ele espere. E por sorte, embarcamos no trem. Ufa! Falta pouco para que eu esteja frente a frente com Paylor e Marisol. O trem acabou de sair, mas pela velocidade em que indo, chegaremos o mais rápido que posso imaginar . Sento perto da janela para admirar a bonita paisagem, Peeta senta bem ao meu lado, Haymitch vai para outro vagão, disk procurar "suco". Peeta e eu ficamos calados, por onde olhamos, só avistamos árvores e a bela floresta, ela está tão linda, tão intocável, tão... livre. Não canso de olhá-la, abro a janela, e deixo a leve brisa gelada tocar o meu rosto. Isto é magnífico. Estamos chegando na Capital, a hora está chegando, e eu não me sinto tão disposta a falar com alguém desde os jogos, o trem está parando, e está chegando a hora de esclarecer toda essa história de perdão e novo governante.