Cap. 6

3.6K 100 11
                                    

Por Peeta :
Mal posso acreditar em tudo que vivi e estou vivendo. É felicidade demais para um único ser. Katniss está bem ao meu lado, ela acabara de contar-me sobre seus sentimentos, ainda estou sem palavras, isso tudo é demais para mim; sinto que agora poderei chamá-la de Katniss Mellark, em breve estaremos casados difinitivamente. Ela está olhando para mim, seus olhos cinzas, seu rosto macio, e sua boca quente, minha garota em chamas. Convido-a para sentarmos em frente a lareira, ela levanta e me segue. Um silêncio paira no ar por alguns instantes, Katniss está um pouco tímida, pois tudo o que disse a mim... avivou ainda mais o que sinto aqui por ela. Tudo está tão perfeito, tão maravilhoso... que não deixaria nada, nem ninguém estragar tudo o que lutei para conseguir : o amor de Katniss. Ela se deita em minha perna, percebo que está tremendo de frio, digo a ela que vou buscar um cobertor quentinho para se aquecer. Katniss balança a cabeça assentindo. Levanto e corro até o quarto, procuro no meio dos cobertores o melhor para ela, revirando as coisas, encontro uma caixa fechada, fico curioso, tento não abrir, mas logo sou vencido por minha curiosidade, abro a caixa e encontro várias coisas, e pelo que estou percebendo, eram de Prim. Desde o primeiro dente de leite, até a última recordação, uma foto delas com a Sra. Everdeen, todas sorrindo abraçadas, pelo ambiente da foto, deve ter sido no treze. Fico imaginando como Katniss se sente quando olha para tudo isso. Guardo tudo na mesma hora. Pego o cobertor e volto para a sala, Katniss está se levantando e diz:

- Você demorou. - diz ela com voz de sono.

Procuro uma boa desculpa.

- Eu estava procurando o melhor cobertor para que você fique bem quentinha. - digo preocupado caso ela suspeite de algo.

- Hummm... Tudo bem, deita aqui perto de mim? - Ela pergunta sonolenta. - Lembra que só consigo dormir sem ter pesadelos quando vc está por perto?! - Ela fala sorrindo.

Sorrio de volta.

- É claro que lembro. - Deito-me ao lado dela enquanto a escuto cantar a canção do vale.

Essa canção me trás boas recordações (risos). Ela me lembra quando vi Katniss pela primeira vez, ambos com cinco anos. Enquanto ela canta, fico do mesmo jeito que fiquei quando era criança, hipnotizado. Ela erdou o dom do pai, sem dúvida nenhuma. Fico ouvindo Katniss, que aos poucos vai adormecendo, mas ao contrário dela, não estou com sono, essa noite talvez eu nem durma, pois o que aconteceu conosco ainda pouco, não sai de minha cabeça. Nossa! Vamos casar, isso sim é demais, sei que ainda é cedo para ela, mas se fosse por mim, nos casaríamos o mais rápido possível e teríamos nossos filhos, essa idéia sempre vaga em minha mente, e as vezes fico pensando, como será a personalidade de nossos filhos? (risos), teimosa e forte como Katniss, ou paciente e amoroso como eu? Bem, esses pensamentos me deixam maluco as vezes... (risos). Já está amanhecendo e eu aqui com meus devaneios pela madrugada, vou tentar dormir um pouco, pela manhã preciso conversar com Katniss sobre os preparativos, o dia... etc.

Pela manhã, acordo e Katniss não está ao meu lado, a lareira continua acesa, amanheceu nevando e está muito frio, levanto e vou ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Ouço barulhos vindo da cozinha e um cheiro maravilhoso de café, ela está lá, de costa prepaparando uma geléia de morango silvestre, colhido diretamente na floresta, nunca tinha provado geléia de morango silvestre. Katniss continua entretida em aprender algo sobre cozinha, tanto que nem percebe que estou bem atrás dela, e, bem devagar, passo minhas mãos sobre sua silhueta; ela treme na hora, mas sorri ao me ver. Ela vai dizer algo.

- Sorte sua que é você, senão, levaria uma flechada. - Ela diz sarcasticamente.

- Eu corro o risco, você sabe. - digo sorrindo.

- Eu sei, você tem muita coragem. - ela fala me encarando e muda de assunto. - Já viu o que estou tentando preparar para nós? - Ela franze o lábio.

Olho para o café e a geléia. Fico feliz em Katniss se preocupar em me agradar.

- Nossa, que delícia. Vou comer tudo! - Digo sorrindo. - Obrigado por isso, fico feliz em saber que você acordou cedo só para preparar nosso café.

Katniss sorri, como quem fica boba com elogios.

- Bom, eu já estou morrendo de fome, você não? - Ela pergunta toda feliz.

- Claro, não vamos deixar tudo isso esfriar. - Respondo.

Tudo está uma delícia, não sabia que Katniss cozinhava, essa geléia está divina. Estamos comendo, e lembro que devo conversar com ela sobre o casamento, preparar tudo.

- Amor, estava pensando, mas quando você acha a melhor data para o nosso casamento? - Pergunto.

- Bem, eu ainda não sei. Você tem um dia em especial? - Katniss fica pensativa.

- Por mim poderia ser qualquer dia, se você quiser, até hoje mesmo. Mas decidiremos juntos. - Digo.

- Humm... - ela fica pensando - que tal na primavera? Já estamos perto mesmo, e nessa época do ano a campina fica linda, cheia de flores e... - Ela para - Seria incrível.

- Por mim tudo bem, creio que será maravilhoso assim. - Digo concordando.

- Então na primavera, na campina. - Katniss finaliza.

Enquanto estamos tomando nosso delicioso café, olho pela janela, lá fora a neve cai em pequenos flocos, cessando aos poucos o inverno, avisando que em um mês, no máximo dois, a primavera estará a nossa porta nos convidando para o nosso casamento. Fico hipnotizado com todo esse show da natureza, e também, que não precisaremos de nossos casacos de inverno, Katniss para por um instante e se junta a mim nessa apreciação da natureza. Ficamos ali, parados, um ao lado do outro, como uma forma de dizer: "Estou aqui, sempre."

A cada caída de neve, a frequência diminui. Estou tão entretido com isto, que na hora ouço barulhos na porta. E tenho certeza que é Haymitch, quem mais viria aqui esse horário da manhã? Levanto da mesa, Katniss fica me esperando, vou até a porta, e, é ele mesmo! Haymitch. Abro a porta e ele entra pedindo algo para beber, digo que não tenho nada, mas ele começa soluçar e acaba soltando um segredinho.

- Effie me proibiu de beber, ontem ela foi me visitar. - Ele soluça. - Ela foi dura comigo, disse que se eu não parasse, acabaria morrendo, isso foi duro, mas na hora foi diferente, apenas a obedeci. - Ele diz abaixando a cabeça. - O que você acha disso, Peeta? - Ele pergunta me encarando.

- Acho que Effie se preocupa com você o bastante para te visitar e cuidar toda semana, abre o olho, Haymitch! - Digo sendo sarcástico .

Haymitch da um sorriso bobo, como quem está gostando da situação.

- Effie Trinket se preocupa comigo. Gosto disso. - Ele diz.

- Pois é, então pare de beber e ela ficará feliz com você. - Digo tentando parecer rígido.

Jogos Vorazes - A Esperança (Continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora