CAPÍTULO 16 - Traições - Parte I

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A gente tinha feito campeonato de quem bebia mais.

Tinha um bar nojento de estrada no caminho para Convington. Ele abriu o teto do seu carro, e a gente tentava voltar para o dormitório.

Mas acho que a gente tentava voltar morto pelo modo que ele dirigia.

- Você queria adrenalina!! Aqui está querida.

Ele aumentou a velocidade, acho que mais de 180km/h, enquanto eu sentia aquele vento gelado fazer estragos com meu cabelo.

Levantei os braços e me levantei um pouco enquanto ele ria, e eu tentava sentir o frio na barriga.

Nós estávamos tão bêbados, que eu podia jurar que estávamos em um foguete. Na verdade só eu estava bêbada e com sintomas de bêbada.

Ele só falava enrolando a língua, e as vezes parava de rir de repente.

Eu sabia que ele estava “lúcido” e que eu ia ser a única com estragos piores no outro dia.

Mas enquanto o outro dia não chega eu não preciso pensar nele.

Eu poderia planejar toda minha vida, uma vida perfeita e morrer agora mesmo.

Não ia valer de nada.

Ele me puxou para sentar de volta já que nós estávamos sem cinto.

Peguei a garrafa de vodca das suas mãos e tomei em alguns goles rápidos. Tossi e joguei a garrafa lá fora, na estrada, só deu tempo de escutar ela se espatifando em um som alto no asfalto.

Foi ai que escutamos a sirene da polícia, bem atrás de nós.

- Merda! - Ele falou encostando o carro no acostamento.

A polícia parou atrás de nós e comecei a entrar em desespero.

- Vocês está louco? Vamos embora daqui. Já viu com quantas garrafas nós estamos?

- Cala boca Bella!

- Cala a boca você, Edward! A mulheres não queimaram sutiãs anos atrás para um idiotinha metido a merda como você falar assim comigo agora.

- Porra! Fecha a matraca.

- Edward! Seu idiota, estamos nos Estados Unidos, se o papa for pego dirigindo o papamóvel nessa velocidade, ele vai preso.

- Caralho! Cala a boca.

- Os documentos, por favor. – O policial se inclinou falando com a gente.

- Você pode vir daqui a 10 minutos? Estamos discutindo a relação. – Eu disse.

- Preciso disso agora. – O policial insistiu.

- Você vai ficar do lado dele é isso? – Perguntei ao policial.

- Senhorita calma. Só preciso dos documentos.

Edward estava em silêncio pegando com dificuldade na sua carteira os documentos.

O policial foi até lá e eu ainda estava brigando com o Edward.

- Tome. – O policial entregou os documentos e olhou o carro inteiro. – Opa, opa! Venha comigo. – Ele chamou o Edward quando viu duas garrafas de vodca no canto do carro.

Edward não falou nada e abriu a porta descendo.

- Querido! Querido! – Tirei uma pastilha da bolsa. – Tome a pastilha, vai enganar o bafômetro.

Ele fingiu que não viu e foi até o policial, enquanto eu ainda insistia.

- Psi, psi querido! – Ele assoprou no balãozinho e o policial viu número. – Ele já terminou, podemos ir agora.

CRUEL INTENTIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora