CAPÍTULO 25 - Eu posso dizer

2.5K 169 6
                                    

Eu o havia procurado por toda a escola, todos os dormitórios, e todos os cantos que ele poderia estar fumando ou cheirando. Ele não estava em canto nenhum. Por fim, fui procurar dentro da escola, mesmo sendo sábado de noite, ele poderia estar aprontando alguma merda.

Eu conhecia meu parceiro.

Perguntei ao porteiro se o Sr. Cullen tinha entrado aqui essa noite, ele não podia me dizer nem me deixar entrar para procurá-lo. Eu precisava ver como ele estava depois de tudo o que aconteceu.

Foi difícil pra mim também, mas com toda certeza foi mais para ele. Toda a escola desconfiando de nós. Mas eles não tinham sequer uma prova concreta contra nós.

Mas o pior não foi todos nos chamando de Assassinos, o pior foi nossa briga.

Eu estava chapada, doidona pra porra. E ele estava sério desde que contamos toda a verdade para nossos pais. E eu sendo uma escrota do caralho chamei o Edward, um cara como o Edward, de covarde.  Isso era quase um pecado. Isso era o pior xingamento para alguém da personalidade dele.

Eu precisava vê-lo e conversar com Edward. Eu sabia que ele devia estar se entupindo

de bebida e drogas. E ele não precisava dessas coisas, ele não precisava, porque ele não conseguia. Ele ficava lúcido o tempo todo. Mesmo estando bêbado.

Era uma grande merda.

Eu queria que ele pelo menos ficasse um pouco chapado pra esquecer, mas ele não conseguia nada além de enjoos e dor de cabeça.

- Você sabe que eu sou Bella Swan não é? Meu pai é dono desse colégio.

- E eu sou o Obama.

- Qual seu nome? – Perguntei impaciente.

- Peter.

- Bom Peter. Foda-se você e o Obama, seu merdinha. Se você me deixar entrar eu não falo nada para o meu pai e você estará com seu emprego intacto.

- Eu não acredito em você sua mimadinha.

- Quer pagar pra ver? – O desafiei, ele não tinha dinheiro nem pra comprar um lanche na padaria da esquina. Porteirinho de merda.

Bufei porque ele me olhava fazendo uma careta.

Entreguei uma nota de 100 dólares que eu tinha no bolso da calça jeans ao porteiro e ele me deixou entrar, me dizendo que Edward havia pedido – subornado –  para conseguir a chave do estúdio de balé.

- Obrigada. – Falei divertida e sai andando.

Não entendi muito, Edward no estúdio de balé? Isso era pra porra muito estranho.

Andei apressadamente, minhas sandálias altas fazendo barulho no piso de madeira brilhante.

A escola a noite até parecia decente, com pessoas inocentes. Escura, só com a luz de fora iluminando internamente.

Subi algumas escadas de madeira escura, até chegar ao estúdio de balé.

A grande porta de vidro naquele corredor enorme tinha uma luz não muito forte, que iluminava parcialmente o lugar. Olhei pelo vidro, e ele estava lá. Sentado no piano, no meio do estúdio enorme.

Ele apenas dedilhava no ar, sem tocar nas teclas do piano. Ele mantinha seu olhar concentrado no que fazia.

Eu andava lentamente, sem fazer barulho, não precisava, ele estava concentrado demais para sentir minha presença.

Os enormes espelhos o refletiam, refletiam seu rosto aflito. 

Fui até ele. Encostando-me no piano de lado. Ele parou o seu dedilhar invisível e me olhou.

CRUEL INTENTIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora