CAPÍTULO 18 - Doença (POV Edward)

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”Toda pequena coisa que você faz é trágica. Antes toda minha vida era mágica.”

Aqui estava eu, deitado na varanda gelada. Estava com alguma calça jeans idiota, e sem camisa, deitado no chão frio demais. O cigarro preso entre meus lábios, e um copo de whisky em cima de um guardanapo rasgado e molhado. O copo estava quase no fim, e garrafa de Macallan Cask Strenght ao lado também. Espero que o amadurecimento em barris de carvalho junto com os 58% de graduação alcoólica juntos, fizessem algum efeito em mim, mas eu só conseguia sentir minha mandíbula travado com o líquido forte.

Pelo menos um pequeno efeito.

Levantei e tomei cuidado com a nova tatuagem nas minhas costas. O lado esquerdo delas estava com um tipo de curativo. Eu a tinha feito a uns dois dias atrás.

E só Deus, se é que ele existe, sabe porque eu a fiz. Eu estava ficando completamente louco.

Aquela miserável me deixava assim. A frase da música tatuada nas minhas costas só deixava claro a minha “afeição” por ela.

Vadia que eu...

You are a hell on wheels in a black dress.

“Você é o inferno andante em um vestido preto.”

Definitivamente, ela era.

Fechei meus olhos quando a brisa invadiu a varanda, balançando meus cabelos desarrumados. Tomei outro gole, que não queimou minha garganta mais.

Joguei a garrafa longe, se espatifando na parede.

Inútil. Falei mais para mim do que para a bebida.

Flashback

Eu tinha chegado do colégio naquele dia.

Estava suado, com cheiro de sexo, desarrumado, e completamente cansado pelo meu dia exaustivo.

Eu só precisava de um banho, um Marlboro e um copo de whisky. E precisava que ela dormisse ao meu lado naquele dia.

Cheguei em casa e ela estava sentada comendo algo e um copo de vinho. Ela parecia deslumbrante por fora, e por dentro ela estava com uma raiva, ódio que eu só identifiquei porque estava marcado em seu olhar.

Eu fiz tudo o que ela queria, e ela me olhava daquela forma.

Eu me humilhei na frente de todos. Isso tomou uma proporção que não imaginava que tomaria. Mesmo se ela ganhasse, ela não precisaria mais acabar com minha reputação, já estava quase acabada. Eu não estava me sentindo bem do jeito que achei que me sentiria no final.

Eu servi minha cabeça como prato principal.

E todos estavam se deliciando com ela. Menos eu.

Eu quase fui expulso. Meu pai teve que ligar para Jane Grace. Ela quase me dá uma suspensão de dois meses. Meu pai teve que usar seus recursos, no fim eu fiquei sem meu cartão de crédito por duas semanas.

Eu poderia sobreviver. Tinha dinheiro no cofre do apartamento para viver do meu jeito por um mês.

- Ganhei, Bella.

A comuniquei sério. Não estava a fim de sorrir. Eu queria bater nela por me olhar com toda aquela maldita raiva.

Ela levantou – estava inclinada lendo a nova postagem do Ciarlo – tirando seu sorriso no rosto, por saber que ela também tinha ganhado. Ganhou piedade, e agora o Demetri estava solteiro.

Bella agora era uma santa vítima para todos. Menos pra mim.

Ela nem passaria perto do céu.

Ela pensou alguns minutos antes de falar.

CRUEL INTENTIONSOnde histórias criam vida. Descubra agora