”A tolice, o pecado, o logro, a mesquinhez
Habitam nosso espírito e o corpo viciam,
E adoráveis remorsos sempre nos saciam,
Como o mendigo exibe a sua sordidez.” – Charles Baudelaire
Andei apressadamente pelos corredores do colégio. Queria chegar por uma porta diferente, estava chovendo muito forte. Não precisava estragar minha roupa.
Estava no fim da tarde, estava frio, e não estava tendo aula naquele dia.
Olhei o celular, e nenhuma ligação de Edward. Ele estava atrasado. Liguei para ele.
- Estou chegando, mulher. – Ele falou entediado.
- Mas que porra! Já pedi pra você não me chamar assim, seu escroto do caralho.
- Tudo bem... Mulher. – Ele riu.
- Você está atrasado idiota. Não preciso das pessoas falando mais.
- Já estou indo. Acha que é fácil achar a porra de um estacionamento quando quase toda a Irlanda vem para Convington?
- Idiotas.
- Eu sei. Me espere, acho que encontrei uma.
- OK.
Desliguei o celular colocando na bolsa. Um porteiro de terno esperava com um guarda-chuva, e eu só não tive uma crise de risos porque eu precisava fingir.
Edward veio correndo com seus cabelos apontando pra todos os lado, olhando para os lados. Como ele podia ficar sexy apenas olhando para os lados? Com aquele olhar másculo. Seu sobretudo preto o protegendo.
Ele entrou sorrindo pra mim, já fora de alcance da chuva, segurou meu rosto com suas mãos geladas e deu um beijo em mim. Arrancando sorrisos e gemidos. O afastei sorrindo.
- Vamos! – Falei rindo.
Ele ofereceu a mão dele, que eu segurei firmemente e fomos com a ajuda do porteiro de terno e seu guarda-chuva. Ele nos levou para a Igreja. As portas abertas, alguns alunos fumando do lado de fora, ou apenas conversando.
Entrei e estava quase lotado, não tinha começado ainda. Procuramos um lugar pra sentar. Algumas pessoas nos olhavam como se fôssemos um casal de assassinos... E erámos mas ninguém precisava saber dessa parte.
Sentamos no final. E tivemos que ficar ali fingindo luto. Olhei mais de 10 vezes para ver se minha meia preta estava esticada o bastante.
Edward ficou atento ao culto. Ele só falava comigo quando eu o chamava. Eu percebia que ele olhava bastante para a foto, em um tamanho grande de Cecile. Estava sendo segurada por um suporte, ela estava com a farda azul e um sorriso no rosto. E a merda de seus olhos azuis.
Eu odiava qualquer coisa que envolvesse religião. Eu odiava essa gente bitolada pra caralho. Odiava essa gente que gritava.
Eu não odiava a religião. Ou as religiões, mas eu odiava as pessoas que a adoravam.
Não ouvi o que o padre falou. O colégio era basicamente católico, mas não chegava a ser um colégio religioso. Meu pai era católico, ele cresceu na Itália, não tinha como não ser católico.
Tentei ocupar meu tempo ou simplesmente olhei para aquela gente chorando.
A Morte não era ruim.
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CRUEL INTENTIONS
Fiksi Penggemar● ♦ PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS. CONTEÚDO MADURO. ♦ ● Alpha Academic é um dos melhores colégios preparatórios, e lá se concentra parte da elite jovem influente. Herdeiros de impérios, destinados a grandes futuros, os estudantes do AA gostam mes...