Capítulo 10

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NARRADORA

- M-Maria Clara era a minha irmã mais nova. Nós éramos muito apegadas, na verdade éramos melhores amigas. Nossa família era perfeita, até que um dia algo aconteceu. Eu tinha 5 anos, a Maria Clara havia acabado de fazer 4, e estávamos na área da piscina enquanto nossos pais estavam dentro de casa. Estávamos brincando normalmente até que acabamos discutindo por uma besteira e eu me virei para brincar sozinha. Foi tudo tão rápido...que quando eu me virei ela já estava se afogando na piscina. Eu entrei em choque e fiquei paralisada vendo ela se debatendo na água. Eu não conseguia mover um dedo sequer, e quando consegui despertar do meu transe o corpo pequeno e morto dela já estava sendo levado, e foi aí que tudo desmoronou. Minha mãe entrou em depressão e meu pai começou a me tratar com indiferença. Todos os dias eles me lembravam que a morte da Maria Clara havia sido minha culpa e isso foi me destruindo cada vez mais. Eu comecei a me fechar para todos ao meu redor, e assim que completei 18 anos saí de casa. Desde então eu tive que aprender a me virar sozinha em tudo, tive que crescer mais rápido, aprender a ser responsável mais rápido, mas mesmo com o passar do tempo eu nunca consegui me esquecer dos olhares de ódio do meu pai, dos gritos desesperados da minha mãe, e da cena da minha irmã se afogando naquela piscina por minha culpa. Foi tudo minha culpa, se eu não tivesse me virado ou brigado com ela por uma bobagem ela ainda estaria aqui. Se eu tivesse gritado por ajuda enquanto ela se afogava talvez ela ainda estivesse viva. Eu tinha que cuidar dela, eu era mais velha, era o meu dever, mas eu não consegui, e hoje por minha culpa a minha irmã está morta. M-Minha culpa, minha culpa, é tudo minha culpa! 

Carla repetia em meio aos soluços e lágrimas, mas rapidamente sente os braços de Arthur voltarem a lhe envolver. O empresário segura as mãos da loira com delicadeza, a fazendo olhar para ele. Rapidamente Picoli enxuga as lágrimas da jovem, sentindo uma dor terrível invadir seu coração ao ver o quanto a jovem sofreu e ainda sofria com aquela perda.

- Ei, olha para mim! Não foi sua culpa, está me ouvindo?! Não foi sua culpa, meu amor!

- Mas eu devia...

Arthur interrompe.

- Você devia ter recebido todo o amor e carinho dos seus pais, pois a culpa não foi sua, minha linda. Você era somente uma criança, não se culpe por um acidente tão triste assim, a culpa não foi sua, me ouviu bem?! Por favor, não chore mais, você não imagina o quanto parte meu coração te ver assim. Eu gosto de te ver com aquele sorriso que me enlouquece, me deixa sem ar, e me encanta ao mesmo tempo.

Picoli declara enxugando as lágrimas da jovem e logo sente a mesma se aconchegar em seu colo o abraçando fortemente.

- Obrigada por tudo, não sei o que fiz para te merecer!

- Eu estou aqui para o que você precisar, meu amor!

Diaz sorri com o rosto escondido no pescoço de Arthur e o empresário percebe o ato, não demorando a sentir sua pele se arrepiar.

- Que foi?

O empresário questiona sorrindo e logo a loira volta a olhá-lo.

- Gosto quando você me chama de meu amor!

Arthur sente seu sorriso aumentar ainda mais e começa a acariciar o rosto de Carla.

- Pois é isso o que você é...o meu amor! A mulher que me enlouquece, que tira o meu sono, a razão dos meus sorrisos, a dona dos meus pensamentos, a causa do meu coração disparar feito louco, a minha loirinha, a minha Carla, o meu amor!

Os olhos da jovem voltam a se encher de lágrimas de emoção e rapidamente a mesma volta a unir seus lábios aos de Arthur. Carla nunca havia recebido amor e carinho daquela forma, mas a sensação de ser importante para alguém fazia seu coração bater feliz. Nunca iria imaginar que logo Arthur viraria sua vida de cabeça para baixo, mas aconteceu, e naquele momento Diaz não se arrpendia de nada. Não se arrependia de ter aceitado o caso quando Sarah à solicitou, não se arrependia de encontrá-lo naquela festa, e não se arrpendia de entregar seu coração nas mãos do loiro. Carla sabia que estava no lugar certo, nos braços de seu Arthur Picoli, seu amante, e acima de tudo...

Beije-Me - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora