Capítulo 7

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ARTHUR

Havia chegado em casa às 04:00 horas da manhã, e para minha sorte não teria que ir trabalhar hoje. Seu cheiro delicioso estava grudado em minha pele e as lembranças da nossa noite permaneciam mais vivas há cada segundo. Carla me levava à loucura com um simples toque, e eu adorava perder o controle com ela. Ainda não consigo acreditar que estou mesmo traindo a Sarah, mas foi mais forte que eu, não consegui evitar. Sinto uma atração muito forte por aquela loira de olhos castanhos, e hoje não faço mais questão de negar. Meu casamento com Sarah nunca foi algo totalmente sincero, casamos para unir as ações de nossas família e tornar o império de nossas empresas mais poderoso. O pai dela e o meu sempre foram amigos, e agora que eu assumi grande parte das ações não posso pisar em falso e me divorciar da filha dele, seria o fim de tudo o que meu pai lutou para construir, e não posso fazer isso. Meu pai havia trabalhado durante toda sua vida para cuidar de nossa família. E mesmo após minha mãe, e o seu grande amor, não resistir ao câncer de mama, ele continuou batalhando para me dar uma vida melhor. Desde cedo me preparei para assumir a presidência do império que ele havia construído com tanto esforço por nós, o que acabou tornando minha infância livre no interior numa lembrança distante. Minha vida havia se tornado séria demais e profissional demais, mas agora que Carla entrou nela, parece que tudo está se tornando uma bagunça. Uma bagunça que por muito tempo esperei e desejei que acontecesse em minha vida. Por um momento paro e penso na regra principal que ela impôs entre nós. 

"Não se apaixone por mim!"

Não entendo o porquê, mas foi difícil concordar com aquela condição. É como se algo dentro de mim me avisasse que isso um dia poderia chegar a acontec...

Não, não! 

Balanço a cabeça negativamente e afasto esses pensamentos absurdos. Acho que nunca me apaixonei de verdade por alguém, e duvido que isso aconteça. Não sou nenhum adolescente bobo e Carla também não parece ser mulher de se apaixonar. A nossa relação está relacionada somente ao prazer. Confesso que gostaria de conheça-la melhor, mas talvez ela esteja certa, talvez seja melhor nos encontrarmos somente entre quatro paredes. Carla deixou bem claro o que queria, e eu quero a mesma coisa...

Eu acho!

MESES DEPOIS 

NARRADORA

Alguns meses haviam se passado e com o tempo já era impossível negar como a relação de Carla e Arthur se tornava ainda mais intensa há cada dia. No princípio o que havia entre ambos eram somente sexo, mas com o passar do tempo as coisas começaram a mudar lentamente. As noites quentes ao lado do loiro pareciam derreter um pouco do coração de gelo da jovem, a tornando um pouco mais carinhosa. Porém, sempre que percebia a forma como estava agindo, Diaz tratava de voltar ao normal. Com Picoli as coisas não eram tão diferentes. Antes Carla tinha um efeito assustador sobre o seu corpo, mas agora começava a ter o mesmo poder sobre o seu coração. As brigas com Sarah se tornavam cada vez mais constantes, e nos braços da loira o empresário conseguia encontrar a paz e o bem estar que tanto precisava. A verdade é que o homem gostava de estar perto de Diaz, gostava dos momentos que passavam juntos, e adorava as vezes em que a jovem acabava pegando no sono antes que ele saísse, pois dessa forma podia admira-la dormir antes de ir embora. Ambos sabiam que algo estava acontecendo, e o fato de não saberem explicar o que sentiam começava a assusta-los.

Carla observa o sol começar a se pôr e continua a correr na calçada da praia enquanto sentia o vento fresco arrepiar sua pele quente e suada. Correr parecia ser a única forma de fazer a loira conseguir colocar seus pensamentos em ordem, mas ultimamente nem aquilo parecia ser o suficiente para tirar Arthur de sua cabeça. Era difícil admitir aquilo, mas o empresário a fazia se sentir de uma forma que nunca havia se sentido antes, e aquilo era incrível e assustador ao mesmo tempo. A jovem sentia que as coisas entre eles estavam começando a mudar, mas freiar aquilo se tornava uma missão ainda mais impossível há cada dia que se passava. A música tocava alta nos fones de ouvido de Carla e por um momento a loira desvia seu olhar para o mar, sendo surpreendida ao sentir seu corpo se chocar com o de outra pessoa segundos antes de caírem no chão. A respiração de ambos estava ofegante e o corpo de Diaz se encontrava em cima do homem. Carla já se preparava para pedir desculpas e se levantar, mas antes que o pudesse fazer seus olhares se encontram e todo o mundo ao redor parece parar.

Beije-Me - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora