Superman - The Hope Above Us

Abrigo

 O sol nascia vagarosamente ao leste, mas não indicava nenhum aquecimento aos corpos de Kara e ao seu curioso salvador. Por horas ela tentou algum tipo de interação com ele, porém todas falhas, a única coisa que conseguiu arrancar dele foram grunhidos específicos e caretas confusas demais para se entender. Apesar de tudo ela estava com uma extrema gratidão por ele tê-la salvo. Alguns minutos de caminhada e estavam longe das grandes geleiras. Uma cor diferente de terra. "Uma estrada", supôs Kara.

Seguiram por algumas horas pela estrada e ao longe avistaram uma pequena civilização. Uma placa verde. Algo estava escrito nela. "The Oakland", leu ela. O rapaz a observa de um jeito totalmente novo, deixando-a curiosa. Desde que ele o havia salvado ela notou que assim como ela, ele não sabia nada daquele planeta. Supôs então que ele também não era de lá. "T-Theo-", ela soletra com dificuldade.

— The-o. — Disse o homem.

Sua voz doce e macia encantou-a. Era nítido que ela e ele não sabiam falar aquela nova língua. "Irei te chamar de Theo daqui pra frente.", disse em seu idioma natal.

— Theo. — Disse ele com dificuldade.

— Irei te chamar de "Theo" — disse, embora o mesmo não entendesse, apontando para seu peito.

Uma forte dor. Kara cai no chão. Sentiu seus ouvidos em colapso. Era ensurdecedor. Ouviu tudo e todos ao mesmo tempo. Sentiu todos os seus músculos contraírem e relaxarem em um curto tempo. Lembrou-se com muita dificuldade das aulas que teve em Krypton sobre como outras estrelas poderiam influenciar na sua raça. Não era por acaso. Era um sol amarelo. Seus sentidos todos se aguçaram de uma só vez. A dor que sentia era insuportável. Sentiu Theo pegar em sua mão. Sentiu um pouco de calma. Conseguiu se controlar. Se concentrou apenas nos batimentos cardíacos dele. Sentiu seu corpo pulsando ligeiramente. Estava genuinamente preocupada com ela.

Um forte clarão. Faróis. Kara colocou sua mão em frente aos olhos. A dor passava aos poucos. Theo se levantou vagarosamente, parecia um animal quando se sentia ameaçado. Seus punhos cerraram. ''Alguém desse mundo?'', pensou ela. A porta do carro se abriu.

— Vocês estão bem? — Comunicou uma voz rouca.

Kara não entendia aquela língua. Apenas respondeu com um grunhido. Ela sentiu. Sentiu algo pulsar. Era o coração de Theo. Estava tão acelerado que naquele ritmo parecia explodir. Seus olhos pareceram ficar acesos. Sentiu medo por um momento.

— Tá frio aí fora, vocês não querem uma carona?

Levantou—se vagarosamente. O mundo parecia girar. Theo por alguns segundos voltou a si. Ajudou Kara a se erguer.

— Theo. — Anunciou Theo com dificuldade.

— Espero que isso seja um sim. — Disse o homem no carro.

Eles entraram no carro.

— Meu nome é Joseph Eskon. Sorte de vocês que eu estava passando aqui na hora. Na verdade, como que vocês não ficaram congelados nesse pouco tempo ai? — Franziu o cenho.

Nenhuma resposta.

— Vocês falam minha língua?

Kara disse algo que soou como uma canção.

— Espanhol? Eu não falo espanhol. Uma pena. Levarei vocês até a cidade mais próxima.