Superman - The Hope Above Us

Despedida

 Clark estava na fazenda. Dormindo. Sua paz foi destruída quando ouviu um noticiário. Lex Luthor havia sido desmascarado. Como se já não fosse óbvio. Uma caçada estaria sendo feita por Lex.

 Exausto, Clark não pensava em uma só coisa a não ser tirar uma soneca. Uma faísca de lembrança antes. Sentiu quase como um dejavu. Lembrou de uma carta que havia escrito. Antes de dormir vasculhou todo o quarto. Em uma fresta do armário envernizado estava a carta. Na época que a escreveu sentia muita insegurança. Porventura, acabou realmente sendo inseguro e não entregando-a a Lois. Junto com a carta, já um pouco velha pelo tempo, abrigava uma foto ainda intacta. Era a foto deles. Ela segurava um urso de pelúcia. Ele se lembrava bem daquele dia. Tão bem quanto todos os outros dias de sua vida.

 Decidiu-se. Assim que se levantasse da cama iria ver Lois. Entregaria a ela uma última lembrança como Clark Kent.

 O sol já raiava. Fora um sono rápido. Tivera apenas 4 horas de sono. Mas para ele era o suficiente. Eram seis horas da manhã. Jonathan já havia se levantado. Apesar da idade era bem conservado e disposto. Estava fazendo o seu café matinal. Clark deu bom dia e recebeu o seu em troca.

— Dormiu bem filho? Vi quando chegou ontem. Não está exausto?

 Clark sorriu. Seu pai era uma pessoa muito sábia e prestativa.

— Não, pai. Estou ótimo. Tenho vantagens em não ser daqui.

 Jonathan soltou uma bela gargalhada. Aquilo era uma verdade a ser dita. Clark não necessitava dormir muito. Apenas algumas horas.

— Como está Lois? — Questionou seu pai, sentando na cadeira.

— Ótima. Acho que percebeu o porquê de eu ter saído ontem.

 Clark bebeu um gole de café quente. Aquele era o melhor café que já havia tomado. Sentiu uma enorme nostalgia dos tempos em que era adolescente. Jonathan por outro lado estava boquiaberto.

— O café estava pegando fogo. — Disse Jonathan.

— Nem percebi. — Brincou Clark — Tenho que ir.

— Boa sorte filho.

 O caminho até Metrópolis era rápido. Apesar de ter que tomar muito cuidado para sequer triscar em um dos colossais prédios. O prédio onde Lois morava era um dos que tinha acesso pelo telhado. Especificamente por onde entraria. Trocou estupidamente rápido de roupa e pegou o elevador.

Tic Tac

Tic Tac

 O relógio do elevador indicava que eram seis e meia. O voo de Lois seria às sete e dez pelo que lhe havia contado. Sua roupa social branca bagunçada e sua calça bege indicavam o que Lois já sabia. Ele havia chegado ali às pressas. Soltou uma leve risada. Clark se aproximava. Aquele prédio onde morava era o maior da cidade. Maior e melhor em qualidade. O óculos meio caído era o seu charme, lembra Clark de uma fala de Lois. Ela estava do lado de fora, enquanto alguns homens ajudavam a levar suas coisas.

— Pensei que não viria aqui. Ainda mais quando se tem mais a fazer. — Disse Lois sorrindo.

— Porquê não né. Eu vim aqui me despedir melhor.

— Espero que seja breve, estou quase de saída. — Brincou ela.

 Ela estava empolgada. Distinguiu pelos batimentos. Estava acelerada.

— Vim entregar uma coisa. Uma última lembrança minha para você.

 Clark tirou a carta envelhecida do bolso da blusa.

— Há muitos anos guardo isto. Agora pertence a você. Mas. Não abra agora. Eu queria te dizer que todos esses anos com você foram essenciais para mim. Espero que o tempo que você passe lá fora sirva como uma ótima experiência.

"Nunca esqueça da época em que fomos felizes. Assinado, Clark Kent.", leu o bilhete colado à carta.

— Guardarei como recordação, para sempre. — Disse Lois.

 Lágrimas escorriam pelo rosto de Lois. Abraçou Clark com toda força que tinha. Seus braços envolviam um ao outro.

— Estarei lhe esperando quando voltar, Lois.

 O abraço fora curto, porém fora como uma eternidade para ambos.

— Tenho que ir, o avião me espera. — Disse Lois enxugando as lágrimas.

— Boa sorte.

 As portas do elevador fechando foram um tanto quanto libertadoras para que uma lágrima percorresse o rosto vivido de Clark.