Ataque Surpresa

13 0 0
                                    

Boom!...

Aquele era o som que significava acima de tudo, esperança. A quebra da barreira do som. Aquele sonic boom, como chamavam as pessoas, indicava que Superman estava chegando para salvar alguém. Naquele momento não seria diferente. Um trem estava desgovernado prestes a descarrilar.

Por sorte Clark estava por perto quando ouviu pessoas gritarem para o maquinário ao longe. Aparentemente ele havia desmaiado. Bom, não importava, a prioridade seria salvar o máximo de pessoas que pudesse. O plano que montara em milésimos de segundos consistia em soldar as rodas dianteiras ao trilho ao mesmo tempo que parava o trem com suas próprias mãos.

Voava colado ao vagão dos passageiros. Pensou melhor. Sinalizou com a mão para os passageiros que se segurassem. Rapidamente voo para frente, onde viu o maquinista sendo socorrido por algumas pessoas. Segurou firme o trem. Começou a forçar voo para o lado contrário do trem. Faíscas saíam das rodas. A lataria do trem começou a se entortar. O vidro trincou. O trem estava indo rumo a uma rodovia. Aos poucos perdia velocidade. Sentiu seus pés quebrarem os ferros dos duradouros trilhos que ligavam Metrópolis a Smallville.

Crack! Crack!... Ouviu o vidro se quebrar ao tirar suas mãos da lataria, agora amassada.

— Todos estão bem? — Perguntou Superman num tom gentil.

— Sim. — Responderam todos em uma só sintonia.

Partiu. Mas não sem antes passar pelo vagão dos passageiros e acenar com a mão. Fagulhas de memórias recentes lhe vieram à mente. Lois estava viajando naquele momento, dentro de um avião. Seus pensamentos fluíam como água, apesar de estar conformado, aquilo martelava sua mente. Se concentrou. Ouviu gritos. Mais um pra conta. voo o mais rápido que podia, ultrapassando a velocidade do som.

Foi tão veloz que as águas dos rios por onde passava se agitavam. Galhos de árvores acabariam por se desprenderem e as montanhas de areia do vasto deserto se transformavam em um rastro de poeira.

Um carro estava caindo em um desfiladeiro. Uma mulher estava dentro. Não, havia um bebe junto a ela. Os pneus seguravam o carro, mesmo que por pouco tempo. Tempo o suficiente para o rápido raciocínio de Clark extravasar. Voo para o parachoque dianteiro, o lado que pendia para o limbo que escondia aquele desfiladeiro. Sem muitos esforços empurrou o carro de volta à pista. Muitas pessoas circulavam pelo acidente. Aparentemente a mulher e o que presumiu ser seu filho estavam bem. Acenou para as pessoas, que tiravam fotos e ajudavam a mãe a sair do carro. Sentiu gratidão no rosto dela. Partiu voando dali.

Minutos haviam se passado desde que Clark chegara na fazenda. Estava sentado na frente de sua casa, ouvindo música em seu velho radinho que achara junto a carta. Sentiu algo estranho.

— Há algo de errado, filho? — Disse Martha, surpreendendo Clark.

— Não mãe. — Sorriu com a mão apalpando a nuca.

Sentiu um cheiro específico. Eram panquecas. Panquecas essas cobertas de mel. Martha estendeu seu braço com o prato em mãos, oferecendo-lhe.

Estava de barriga vazia. Não comera nada naquele dia. Não que precisasse constantemente comer, mas era uma necessidade que adotara.

— Aceito.

As deliciosas panquecas. Clark nunca soube fazer panquecas tão boas quanto as de sua mãe. Ela dizia ser um ingrediente especial que as fazia tão suculentas.

— Mãe, tenho que elogiar, essas panquecas são maravilhosas. Quando vai acabar me ensinando? — Brincou Clark.

— Qualquer dia lhe ensino. — Disse Martha sentando-se em uma cadeira de balanço próxima a porta.

Superman - The Hope Above UsOnde histórias criam vida. Descubra agora