Salto Mortal

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O sol raiava ao longe. A fazenda parecia mais viva do que nunca. Era escondida por um quilômetro e meio de um vasto milharal e cercas. Jonathan e Martha haviam com muito esforço construído tudo por anos. Theo estava sentado em cima do telhado do celeiro quando Jonathan acordou. Tentou não se perguntar como o garoto havia subido lá.

A noite passada tinha sido exaustiva de informações para Clark. Precisou de sete horas de sono para estar totalmente revigorado. Kara não conseguiu dormir, passou sua noite em claro, descobrindo o mundo novo que estava pelas notícias que a televisão de tubo noticiava. Tinha medo de fechar seus olhos e voltar ao mesmo pesadelo de antes de acordar. Theo não parecia precisar dormir, ao contrário de Kara e Clark.

Kara agora dormia no sofá da sala. Acordada subitamente pelo canto do galo. O menino de orelhas pontiagudas admirava o sol a olho nu, nem sequer se incomodava com o intenso brilho.

— Espero que tenha conseguido dormir bem. — Disse Clark vestindo uma blusa.

— Não consegui dormir... — Disse Kara se espreguiçando no sofá.

— Cadê ele? — Disse Clark se referindo a Theo.

— Deve estar pela fazenda. — Deu de ombros.

Percebeu Theo em cima do celeiro. Desde que viu Theo pela primeira vez, viu algo diferente em seu olhar. Mesmo não sendo kryptoniano, era como se fosse. Era muito improvável que fosse kryptoniano. As informações que seu pai lhe deu sobre sua própria raça anulam a possibilidade de Theo fazer parte da linha genealógica de krypton. Um fato, ele tinha um grande potencial, ele em força bruta poderia rivalizar com Clark, mas não superar. Sua agilidade era um ponto a se elogiar. Era uma pena não saber voar.

Boom!...

Que barulho era aquele? Vinha de muito longe. Gritos. Pedras caindo. Pela distância conseguiu mapear... Não... Não podia ser. Não pensou duas vezes antes de rapidamente entrar e vestir seu traje. Voo tão rápido que algumas galinhas se assustaram.

— Será que eu não tenho um minuto de paz? — Resmungou Clark.

— Primo!

Clark parou em meio ao ar para ver que Kara uniformizada o acompanhava ao longe.

— O que pensa que está fazendo? E ainda mais de traje. — Disse Clark com o braço na direção de Kara, a palma da mão aberta.

— Eu quero lhe ajudar! — Disse Kara com as mãos segurando o quadril.

— A fazenda vai ficar sozinha. É perigo que meus pais fiquem só.

— Deixei com que Theo cuidasse disso.

Clark a olhou sério.

— Se alguma coisa acontecer, por favor, salve quantos humanos puder.

●●●

— É... Theo? Cadê a Kara e o Clark? — Perguntou Jonathan saindo de casa.

Theo observava atenciosamente alguns patinhos que andavam pelo terreno. Não ouviu nada sobre o que Jonathan havia falado.

— Theo não ouviu nem Kara, duvido que vá me escutar. — Induziu Jonathan para Martha.

— Acha que ele pode ser surdo?

— Já notou as orelhas dele? São estranhas. — Disse Jonathan entrando para dentro de casa.

A sala de estar era bastante tradicional, um sofá grande e duas poltronas ocupavam metade do espaço. Uma televisão de tubo centralizada no meio da parede. Nessa mesma parede estavam dois grandes janelões. Semana passada Jonathan havia mandado pintar todas as paredes da casa com uma cor bege.

Superman - The Hope Above UsOnde histórias criam vida. Descubra agora