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Sarah

Já andei em muitos meios de transportes no decorrer da minha vida, mas nunca imaginei que um dia estaria num camburão da polícia. Era no mínimo constrangedor ficar como uma latinha espremida e para completar o nível de vergonha, a sirene estava ligada.

Torcia para que a imprensa não tivesse sido avisada. Essa vergonha não precisava ser registrada por ninguém.

Juliette estava espremida ao meu lado, parecia muito mais calma que eu, diria até que tranquila. Sua cabeça repousava em meu ombro e ela olhava para o nada. Em nossa frente, estava a tal da Alison e a amiguinha, cujo nome era Mona Vanderwaal.

Eu queria muito esmurrar a Alison. Esmurrá-la por ter dado encima de Juliette. Esmurrá-la por ter me afrontado. Esmurrá-la por estar num camburão. O pior era que ela sempre me olhava com aquela altivez que me irritava um pouco mais.

Sempre que os seus olhos batiam em Juliette, um ronronado estranho escapava da minha garganta como se eu estivesse me bestificando. Era o ciúme. Forte, intenso e devorador. Tinha sido muito difícil para mim vê-la abordado a Juliette e ter o autocontrole para não fazer nenhuma bobeira, mas... A ousadia de ter mandado o drinque tinha sido a gota de água para explodir. Eu já não estava querendo me segurar mesmo...

Eu teria dado uma bela surra na Alison, se não fosse um gemido de Juliette que tinha me despertado a atenção e me distraído na briga.

— Você está bem? — Murmurei no ouvido da minha mulher que ergueu os olhos para mim. — Quer dizer, diante da situação... Vi que se machucou no restaurante durante a briga.

— Eu estou bem. — Juliette respondeu com um suspiro. — Tirando esse calor infernal e acho que minha perna está ficando dormente. — Ela dobrou os joelhos.

De fato, o calor estava horrível e a posição desfavorável. Bati na proteção da viatura que nos deixavam separadas dos bancos aparentemente confortáveis onde estava os policiais. Um olhou para trás com cara de poucos amigos.

— Minha mulher está grávida e não está muito confortável aqui atrás, você poderia deixa-la ir na frente o resto do percurso? — Perguntei á ele.

O policial me olhou com desdém.

— Não. Não posso deixa-la, agora cale a boca. — Respondeu com ignorância.

Isso me deixou mais irritada.

— Ela está grávida! — Praticamente gritei.

— Pensaria nisso antes de fazer o restaurante um ringue de galinha. — Retrucou e voltou a olhar para frente.

Fiquei ultrajada, ninguém iria ofender a Juliette dessa forma. Esmurrei a tela de proteção, todos os policiais na viatura me olharam com o mesmo olhar de advertência, mas não me intimidei.

— Por que vo... — Comecei, mas Juliette colocou a mão em minha boca, sufocando as minhas palavras. Olhei para ela em busca de resposta.

Os olhos de Juliette também estavam em advertência e ver os castanhos brilhando daquela forma me deixou com medo. Devo admitir.  

— Já estamos detidas pela bagunça no restaurante, quer incluir também desacato a autoridade? — Juliette me perguntou baixinho.

Suspirei, balançado a cabeça em negativo. Então, Juliette tirou a mão da minha boca, dei uma rápida olhada para os policiais que pareciam satisfeitos com o meu silêncio.

— Então, quer dizer que a barraqueira é dominada pela mulher? — Alison perguntou com deboche.

Tanto eu como Juliette fuzilamos a Alison que deu uma risadinha divertida.

True Love || Sariette • ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora