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oito

:-(-: Sarah :-)-:

E Rodolffo renunciou. Não fez questão de concluir o aviso prévio o que nos pegou de surpresa, uma reunião de última hora fora convocado, por isso que deixei o meu celular no silêncioso. Infelizmente, a reunião consumiu á tarde toda e não tive tempo de olhá-lo. Imagine o susto ao ver ligações do hospital. O meu sangue esfriou com a possibilidade de Juliette ter passado mal... Assim que saí da sala de reunião, liguei imediatamente e falei com o neurologista.

Assustei-me quando ele disse que Juliette tivera uma hemorragia nasal, pensei que o seu cérebro tinha entrado em colapso, mas para o meu alívio não era sério, porém eu só ficaria satisfeita depois que falasse com minha esposa.

— Sarah? — Escutei á voz atrás de mim. Respirei fundo e me virei, encarando o covarde do Rodolffo. Ele estava muito abatido e com olheiras, parecia um homem doente. — Quero agradecer pela compreensão e ter aceitado a minha demissão de maneira profissional.

Eu estava muito irritada com o Rodolffo por me deixar a deriva! Felizmente, depois da reunião prolongada o conselho entrou em consenso sobre a pessoa que assumiria o lugar na vice-presidência. Estudamos bastante os perfis dos nossos diretores nas nossas filiais do mundo, e a escolhida fora uma americana que tem mostrando um excelente trabalho na filial de Nova York.

Kerline Cardoso. Esse era o nome dela. Falei com ela rapidamente ao telefone, a convidando para o trabalho. Para a minha surpresa, ela não titubeou, aceitou de primeira. Parecia decidida. Gosto de pessoas assim, que sabem o que querem. Ela chegaria depois de amanhã.

— Ora, não posso obrigar á ninguém a se manter na minha Corporation. — Disse com um dar de ombros. — Eu sei me manter profissional, mas pelo visto, você não. Acho que o ar está contaminado. — Gesticulei com o dedo. — Ou a falta de caráter deve ser de nascença. Primeiro a Viviane, e agora você que abandonaram o barco sem pensar nos efeitos que isso causaria. Mas que saber? Há males que vem para o bem, tenho certeza que a Srta.  Cardoso fará um excelente trabalho. Enfim, tenha uma boa vida.

Rodolffo apenas meneou a cabeça, não me respondeu. Achei que a conversa tinha dado por encerrada, a minha irmã estava saindo da sala de reunião, acenei para ela.

— Como está a Juliette?

— Bem. — Respondi vagamente.

— Ela recuperou a memória?

— Ainda não. — Respondi desconfortável.

— Sinto muito. — Rodolffo murmurou. Parecendo mais pálido que antes.

O analisei, esse homem apático na minha frente não parecia em nada com o homem de semanas atrás. Ele estava destruído. Não sei se sentia pena ou indiferença.

— Por que sente? Foi você que causou o acidente, por acaso? — Perguntei com um sorriso malvado nos lábios.

Era apenas implicância, mas o esverdeado que surgiu no rosto de Rodolffo me fez questionar o porquê dessa reação. Achei que iria vomitar em cima de mim. Ele balbuciou alguma coisa como “perdão e seja feliz” e se retirou como se eu tivesse com lepra.

Olhei para trás, acompanhando-o com os olhos. Para um homem aparentemente doente, até que estava andando bem rápido.

— O que tanto olha? — Carla me perguntou.

Virei-me para ela e meneei a cabeça.

— Nada demais, não tem mais importância. Enfim, recebi uma ligação do hospital informando que Juliette teve uma hemorragia nasal, felizmente, ela está bem. Estou indo agora para lá.

True Love || Sariette • ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora