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Juliette

Lily não quis ficar com a Sarah... Até que a Sarah fez de tudo para convencer á pequena, mas ela não quis se soltar dos meus braços. Ela estava meio chatinha, os dentinhos estavam nascendo, então, só queria o meu colo e minha presença. Tive que levá-la á reunião com os organizadores do evento. Ela ficou quietinha, encolhidinha nos meus braços e com uma chupeta na boca. Vez ou outra erguia a cabeça e me procurava com os seus olhos castanhos.

A reunião não se estendeu muito. Era apenas para confirmar tudo. Daqui uns dias seria o evento, e sentia-me muito feliz por saber que todos os ingressos tinham sido vendidos. Depois que se encerrou, coloquei a Lily no carrinho de bebê e saí arrastando para fora do hotel. Ajudaram-me a descer as escadas e como não era muito longe do apartamento de Sarah, resolvi ir caminhando...

Ultimamente passava mais tempo no apartamento de Sarah do que o meu próprio. Depois do aniversário dos meninos, iria para lá. Não tinha mais lógica viver em apartamentos separados, estávamos mais unidas que nunca, e mesmo não recuperando a minha memória, sabia que ao lado de Sarah era o meu lugar, não tinha porque protelar mais isso.

Estávamos felizes, realizadas e plenas. Os nossos filhos estão crescendo maravilhosamente bem, minha gravidez está sadia, não tinha o que reclamar. Sou sortuda, muito abonada e agora sabia que nada desse mundo poderia estragar a nossa felicidade. O que o destino uniu, nada era capaz de separar. Só me ressinto um pouco comigo mesma por ter perdido tanto tempo, meu Deus!

Mas ainda bem que existia uma segunda chance... Amém por isso. O amor que eu sinto por Sarah é tão forte e tão único que a minha alma se sentia entristecida sempre que ficava um minuto longe dela... Eu preciso de Sarah para sobreviver, para sorrir, para ser feliz... E eu a tinha. Assim como ela me tinha.

— Mama... — Lily choramingou me olhando com os olhos lacrimejantes.

— O que foi, meu amor? — Perguntei ao parar o carrinho e pegá-la nos braços. Estava pesada, juntando com o peso da minha barriga, meio que me cansava rápido. — O que a princesinha da mamãe quer? — Retirei os fios de cabelo da testinha suada.

Lily fez um biquinho gracioso e o seu rostinho ficou todo vermelhinho.

— Não meu amor... Não chore... — Pedi dando vários cheirinhos em sua testinha, a ninando. — Shhh...

Mas o choro veio. Inclinei-me e procurei na bolsa dela a mamadeira com chá de camomila. Depois de muito bajulá-la, consegui que pegasse a mamadeira. Fiquei a ninando até que bebesse um pouquinho do chá e ficasse mais calminha.

— Calminha agora?

Lily apenas me olhou, séria. Sorri e guardei a mamadeira na bolsa. Depois voltei a colocá-la no carrinho e voltei a empurrá-lo. Eu não conseguia ver nenhum dos meus filhos chorando que o meu coração parecia que iria se despedaçar. Eles são o meu tudo, e o fato de vê-los tristes ou doentinhos, me arrasava demais.

— Juliette? — Uma voz me chamou e olhei para a pessoa.

— Alison! — Disse surpresa. — Oi...

— Oi sumida. — Alison sorriu e deu um beijo na minha bochecha. — Nunca mais a vi.

— É... Você sabe, eu estou com a vida bem atarefada.

True Love || Sariette • ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora