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treze

Juliette

Estou trêmula, muito trêmula. Os presentes deveriam achar que era por conta do meu nervosismo para saber como estava o meu bebê. Mas na realidade, o meu corpo ainda estava sofrendo os efeitos que os lábios de Sarah me causaram. Os meus próprios lábios estavam formigando e queimando, ansiando para receber mais dos seus beijos de fogo...

Sorrateiramente, olhei para á Sarah que estava com os olhos fixos na tela da ultrassonografia, Karine e Dra. Linda também estavam compenetradas. Observei á Sarah. Ela estava com as bochechas levemente coradas e os lábios avermelhados e inchados. Suspirei com a imagem, e pressionei a minha nuca contra o travesseiro. A minha corrente sanguínea ainda estava embriagada pela adrenalina que ia me arrematando á cada segundo que se passava.

Encarei os seus olhos esverdeados, parecia que o ar ia fugindo dos meus pulmões na medida em que contemplava a beleza tão distinta e única do seu olhar... Seus olhos tinham vida, um brilho e um calor que aquecia a minha alma e me mantinha presa neles...

Um sorriso involuntário escapou dos meus lábios, e minhas bochechas queimaram ao me deparar com o seu sorriso tão belo. Os nossos olhos se encontraram e o ar voltou me falhar... Como era bela. Uma beleza distinta que merecia ser contemplada e enaltecida. Os seus olhos verdes faziam com que o mundo desaparecesse, existindo apenas eu e ela...

Os meus batimentos cardíacos estavam acelerados. Um furacão parecia que habitava dentro do meu estômago, causando-me um rebuliço e um frio intenso. Voltei a suspirar num misto de encantamento e admiração. Sentia as pequenas asas das borboletas baterem em cada pedacinho do meu estômago, forte e intenso, como se á qualquer momento, meu estômago fosse se desprender da minha anatomia.

Não dava para negar á verdade e muito menos a omitir... Eu estava me apaixonando por Sarah Andrade. Isso explicaria toda a reação do meu corpo e do meu coração. Reconhecer esse pensamento me lançava á uma paz única e intensa, uma felicidade genuína brotou em meu peito, fazendo-me suspirar novamente...

Não sei se esse sentimento que sinto pode ser igualado ao que sentia no passado, mas a única certeza que tinha era que mesmo sendo algo que estava me fazendo bem, ainda era muito prematuro, como um pedaço de seda, extremamente fino e que qualquer coisa poderia rasgá-lo. Sarah é uma mulher maravilhosa, e sei que isso que cresce dentro do meu peito e vai ganhando intensidade é merecido. Ela merece o meu amor, o meu querer, o meu tudo... Mostrou-se digna aos longos dos dias. A intensidade é que a paixão está brotando no meu coração, me assusta um pouco, mas... Ela é a minha esposa, por que temer se a mesma diz claramente que me ama? Talvez, seja o pano que cobre o meu passado. Talvez, seja isso que me deixa um pouco insegura, mas juro que quando olho bem dentro dos olhos de Sarah, qualquer vestígio de medo vai embora. É uma sensação poderosa.

Estou confusa, mas estranhamente feliz.

— Bem. — A voz de Dra. Linda me tirou do meu devaneio. Ela passava suavemente o aparelho em meu ventre, mantinha o sorriso no rosto. — Aqui. Duas vesículas vitelinas. — Apontou com o dedo para dois pontos redondos separados, estendi á minha mão para Sarah que rapidamente á pegou. Sua mão estava gelada, o seu rosto estava com uma expressão séria assim como o meu.

— Isso significa quê? — Perguntei meio área mesmo que no fundo soubesse a resposta.

— Gravidez gemelar, gêmeos não idênticos. — Dra. Linda sorriu. — Parabéns, mamães. Vêm mais dois bebês para adoçarem as suas vidas.

— Você jura? — Sarah perguntou abobalhada, sua mão apertando mais firmemente á minha.

— Eu juro, e eu lá sou de brincar com essas coisas? — Dra. Linda riu. — Não sei como não descobriram antes, com a disponibilidade de Juliette á ter gravidez assim, seria estranha se não fosse gemelar.

True Love || Sariette • ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora