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Juliette

O que tinha dado em Sarah para sair desta forma da mesa?

Eu tinha percebido uma leve mudança no clima. Um minuto, eu estava falando descontroladamente sobre o Brasil, no outro, estava perdida nos olhos esverdeados que estavam tão intensos e olhavam-me de forma única. Senti-me única, especial com a forma que Sarah me olhou. Senti-me esplêndida, inflamou o meu ego, mas mesmo isso acontecendo, não me senti em cima de um pedestal. Envaidecida sim, mas de forma positiva. O olhar mexeu comigo por isso que devolvi o mesmo, inocentemente e senti-me agitada com o fogo cruzado que foi. Mas a Sarah interrompeu o contato visual e foi para o banheiro.

Sarah não sabia, mas tinha acordado algo dentro do meu peito que nem eu mesma conseguia identificar. Balancei a cabeça, espantando o pensamento, tinha bebido vinho demais e os meus sentidos estavam ficando enrolados. Era melhor parar de beber, estou imaginando coisas que não existem. Sarah é minha irmã de alma. Irmã!

Depois do jantar, agimos como se nada tivesse acontecido. Era mais fácil assim, não iríamos comprometer a amizade. Era melhor camuflar alguns pensamentos e também desejos do que estragar uma amizade tão bela de dez anos por bobagens.

Caminhamos pelas ruas movimentadas de Manhattan, até que arrastei Sarah para um show da banda Camila.

— Camila? Sério? — Sarah perguntou desolada.

— Não faça essa cara. Sei que por debaixo dos panos, você adora essa banda. — Disse com um sorriso maroto, entramos no Pub que eles se apresentariam.

Amo essa banda. As músicas são tão românticas e inspiradoras. Era um excelente show para se curtir com a pessoa amada. Por isso que tinha muitos casais. Mas, eu estava feliz em aproveitar com minha loirinha.

— Eu mesma não. Veja se tenho cara de quem curte bandinha melosa. — Ela resmungou, mas me seguiu de todo o jeito. — Aonde vai? — Questionou-me. Eu estava cotovelando as pessoas para abrirem caminho para frente do palco montado.

— Para as grades. — Respondi o óbvio. — Aproveitar o show de perto, sabe? — Dei uma rápida olhada para trás.

Sarah bufou, mas também estava cotovelando as pessoas para me seguir. Recebemos algumas reclamações, mas ignoramos. O Pub estava lotado. Sei que não faz parte do cotidiano dela ficar amontada com várias pessoas e que não gostava disso, mas estava fazendo isso para me agradar.

Essas pequenas grandes coisas me faziam ama-la mais.

Segurei nas grades e senti a Sarah por trás de mim.

— Espero que o show seja realmente bom e que todo esse esforço vala a pena. — Ela murmurou em meu ouvido, ergueu as mãos e segurou nas grades, mantendo o meu corpo preso ao dela.

Arrepiei-me ao escutar a voz dela tão próxima ao meu ouvido, sua respiração causou-me novamente aquela sensação distinta do restaurante. Respirei fundo e apenas meneei a cabeça. Tudo foi esquecido quando Camila entrou no palco. Todos foram á loucura. Cantávamos as músicas ao berro.

Que dia feliz!

A banda Camila era conhecida pelas suas músicas românticas. Era um bálsamo para os corações apaixonados. As pessoas começaram a empurrar, parecia que o lugar tinha ficado mais lotado, um empurrão á mais e Sarah encostou o corpo no meu. Isso voltou a mexer comigo.

Mas o que era que estava acontecido comigo, no final das contas?

Álcool e música romântica. Bateu a carência. Baixei o meu olhar do palco para a minha mão que segurava a grade. Ali, estava meu anel de noivado. Eu amava o Adam. E o queria ali.

True Love || Sariette • ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora