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Juliette

Eu não queria contar a Sarah que estava supostamente grávida por que não tinha certeza. Amanhã compraria um teste de farmácia e o faria. Uma parte – ou toda parte de mim – estava torcendo para que a minha dúvida estivesse errada. Eu não queria estar grávida. Não nessa altura do campeonato em que eu tinha tantos projetos para iniciar.

Pela primeira vez, entrei em meu apartamento e não me importei que estivesse virado pelo avesso. O silêncio foi reconfortante, sempre que estava em casa, o Adam era espaçoso e sempre estava fazendo barulho. Quando não era com a televisão, era com o violão.

Fui diretamente para o quarto e me deitei. Estava exausta. Aproveitei a paz no lar para dormir...

Acordei com o meu despertador. Esfreguei os meus olhos um pouco desnorteada, virei-me ficando de bruços e abrir os meus olhos. O relógio alarmava em cima do criado-mudo e me surpreendi ao ver que eram sete horas da manhã! Outra coisa também que me surpreendeu foi o Adam não estar na cama.   

Levantei-me e fui para o banheiro. Tomei um banho para despertar e arrumei-me para o trabalho. Fui para a cozinha fazer o meu desjejum, mas antes passei na sala, o Adam não estava dormindo no sofá como presumi. Fiz uma salada de fruta para mim e comi. Depois voltei para o quarto em busca da minha bolsa e do meu celular.

Tinha uma mensagem do Adam avisando que passaria a noite na casa de um amigo. Ele enviou ontem, mas como apaguei, não tinha visto nada. Ignorei sua mensagem.

Fui para trabalho. Manhã cheia. A construtora estava com um projeto de um edifício empresarial. Eu e outros engenheiros formos visitar a área. Não parecia adequada, mas iríamos estudar a fundo. De lá, dispensei a ida para empresa. Estava no meu horário de almoço, fui ao shopping, comprei um teste de gravidez na farmácia e depois rumei para o banheiro.

Tentei me manter calma. Principalmente depois que fiz o teste e  anunciou o que eu mais temia: Gravidez.

Inspirei e expirei. A expiração sempre feita pela boca. O suor deu na telha. Quando foi que eu fui burra o suficiente para não usar camisinha? Ah, lembrei-me. Umas semanas atrás que o Adam insistiu para eu dar um tapinha no cigarro de maconha. Depois que fumei, me transformei numa gatinha safada digna de uma atriz pornô. Foi tão intenso que a camisinha passou totalmente despercebida.

Não tive mais pique para trabalhar. Enquanto dirigia, mordia meu lábio inferior. Imaginei um futuro não muito distante: Eu e o Adam casados e um monte de filhos em nossas costas. Na minha, porque até na imaginação ele não trabalhava. Esmurrei o volante, fazendo o carro buzinar.

Mas que droga!

Estacionei o carro na minha vaga e fui para o meu apartamento. Eu tinha que contar essa novidade para Sarah, já imaginaria o grande sermão que receberia e desta vez, ela tinha toda a razão do mundo. Abri a porta e para minha grande surpresa, o meu noivo estava emaranhado com uma mulher no meu sofá.

— O que significa isso? — Gritei furiosa ao entrar.

Adam empurrou a mulher que estava no colo dele, nua. Ele ficou pálido, depois arregalou os olhos. A mulher parecia em pânico, recolheu sua roupa em tempo recorde e correu para fora do apartamento. Nem dei importância para ela, minha questão era com ele.

— Posso explicar. — Ele disse, vestindo a sua cueca.

— Não quero explicação. — Gritei o fuzilando com o olhar. — Eu quero saber é desde quando isso está acontecendo em meu próprio apartamento!

— Algumas vezes. Mas me escute, não significou nada. — Disse na maior cara de pau.

Dei uma risada histérica.

True Love || Sariette • ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora