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Ainda no sentado, juntos com seus pais, Cirilo perguntou:

"Por que isso está acontecendo? Por que está acontecendo isso comigo?"- Ele chegava a soluçar.

"Não sei, filho! Não sei!"- Paula estava desconsolada.

"Quero minha família de volta, quero ter eles em meus braços, mãe!"

"Filho!"

"Não é justo! Isso não é justo!"

"Droga!"- José estava furioso.

"Deus me abandonou, ele não gosta de pessoas negras, ele não gosta de mim!"

"Não fale assim, filho! Um dia isso terá algum motivo."- Paula.

"Não quero ver motivos, mas quero meu filho e minha esposa, eu amava os dois."

"Eu queria ter meu netinho, para brincar!"

José foi até a cama onde estava a ex nora e o neto, e falou.

"Era tão pequeno meu neto, por que fez aconteceu isso?"

Os três ficaram mais um tempo tentando assimilar tudo que aconteceu, mesmo não sendo uma situação fácil, e nunca será. Nesse meio tempo entrou os enfermeiros para levar os corpos, isso deixou Cirilo ainda pior.

"Desculpem, interromper!"

"Não tem problema!"- Respondeu Paula.

Cirilo se levantou, então saiu do quarto, ele ia até a entrada, quando a mãe de Ingrid apareceu.

"Isso é tudo culpa sua, moleque! Se não conhecesse minha filha, ela ainda estaria viva!"

"Desculpas, senhora!"

"Quero que suma de perto de mim, por causa dos seus castigo de ter nascido dessa cor, minha filha teve que pagar com a morte dela, e do meu neto!"- Cirilo ficou só escutando, não tinha forças para responder.

"Lena, já deu de discussão, o Cirilo está sofrendo a mesma coisa que a gente, os dois foram felizes juntos."

"Eu amei a filha senhora, queria poder dar a minha vida, de estar no lugar dela."- Ele ia sair do hospital, mas foi impedido pelo seu pai.

"Não vai a lugar nenhum, Cirilo!"

"Eu preciso pensar um pouco!"

"Eu sei, mas não faça mais nenhuma loucura, do que está sendo essa terrível noite, vamos resolver a questão do enterro dos dois, e depois vamos para casa."- José falou sério.

"Tá bom!"

Os amigos estavam todos ali, quando Jaime se levantou, e foi até o amigo.

"Maninho!"

"Tiraram a minha família de mim, Jaime!"

"Cara, não sei nem o que dizer, mas você precisa ter forças!"

"Sem o meu filho, não serei nada."

"Isso também está doendo na gente, Cirilo!"- Carmen estava chorando, junto com o namorado.- "Imagino que para você, está sendo muito maior!"

"Obrigado, por esse apoio pessoal!"

"Não precisa agradecer, Cirilo!"- Paulo lhe abraçou.- "Muitas coisas boas vão acontecer ainda.

"É verdade, Cirilo!"- Alicia.- "Sempre levaremos esse bebê na lembrança."

Nisso se aproximou o médico que estava acompanhando a gravidez de Ingrid.

"Doutor Cirilo!"

"Fala, Elias!"

"Me desculpa!"

"Não tem problema, só quero ir para casa."

Cirilo assinou o papel, depois foi para casa, e se trancou sozinho no seu quarto, vendo as lágrimas caírem de novo.

Na mansão Medsen, Miguel chegava em casa, com caras de poucos amigos, quando Clara percebeu, e perguntou:

"O que houve no hospital, Miguel?"- Clara fez Miguel se emocionar ainda mais.

"Pai, o que houve?"- Foi a vez da Maria Joaquina ficar preocupada.- "A sua prima e o filho do Cirilo faleceram!"

"Como?"- Maria Joaquina ficou paralisada.

"Isso é sério, senhor?"- Henry.

"Sim, a Ingrid pegou uma infecção no último mês de gravidez, e isso acabou afetando o bebê, então os dois não resistiram."

"E o Cirilo?"- Maria Joaquina.

"Ele está arrasado, não sei como ele vai reagir daqui para frente."

"Hum!"- Maria Joaquina se sentou no sofá, mas seu pensamento era em Cirilo, pois queria estar com ele, para lhe dar força. Só que ela sabia que uma visita seria um fracasso.

Nisso a noite se passou, já era outro dia de manhã, Cirilo não tinha conseguido dormir, assim ele se arrumou para o enterro, estava com uma roupa preta de luto.

A família Rivera já se encontra no local, assim como a família de Ingrid, foram chegando os amigos dando pêsames pro Cirilo, e depois foi chegando os Medsen.

"Oi!"- Clara falou triste.

"Oi!"- Cirilo estava bem sério.- "Meus pêsames, Cirilo!"

"Obrigado!"

Cirilo falou com todos os Medsen, faltando a Maria Joaquina, ela lhe abraçou forte, e Cirilo acabou deixando as lágrimas caírem.

"Eu perdi a minha família, Maria Joaquina!"- Ela também chorando.

"Sinto muito, Cirilo!"

"Tinha tantos planos, tantos sonhos, e minha vida se acabou em uma noite."

"Olha, sei que será difícil, mas pode contar comigo pro que precisar."

"Obrigado!"- Ele se afastou dela, limpou seus olhos, e foi para perto do filho.- "O papai ama você!"- Deu um beijo na testa dele.

Cirilo teve mais 15 minutos, para poder se despedir do filho, e da esposa, pois estava na hora de enterrá-los. O pastor fez orações, as emoções de todos eram grandes, Cirilo se despedia da família.

"Eu nunca vou deixá-los de amá-los."

O rapaz foi abraçado pelos amigos, depois do enterro todos foram para suas casas.

"Filho, por que aqui com a gente?"

"Não, mãe! Prefiro ficar sozinho."

"Fica sozinho em casa, vai lhe fazer mal."- José.

"Eu preciso!"

"Então deixe a gente ficar com você? Se não, irei ficar preocupada."- Paula.

"Preciso de alguns dias assim, para assimilar tudo que aconteceu."

"Tem certeza, filho?"

"Sim!"

"Tudo bem!"

Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora