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Passou um mês, desde a morte do filho e da esposa do Cirilo, ele pediu um mês de férias no hospital. Nesse período não saia de casa, mal se alimentava, e dormia pouco. O tempo todo tinha imagens de sua família, chamando para ir juntos com eles, e Cirilo estava disposto a fazer esse sacrifício. O mesmo se afastou dos amigos, dos pais, e de tudo, nada mais no mundo fazia sentido.
"Está na hora de finalmente ir embora!"- Ele falou indo para cozinha, pegou uma faca, quando foi fazer o suicídio, a porta do apartamento abriu com um grande estrondo, e fez ele se assustar, deixando a faca cair nos seu pé.
"Cirilo! Cirilo! Cirilo!"- Era a voz do seu pai.
Depois de deixar a faca cair no seu pé, o sangue desceu, e como estava muito debilitado, Cirilo caiu na cozinha, assim um estrondo enorme causou.
"Cirilo!"- Doutor Miguel foi com José até a cozinha, viu ele caído no chão sangrando.
"Filho!"
"Me deixem! Me deixem!"
"Temos que levar para o hospital, se não você irá morrer."
"Esse é o único jeito de terminar com essa dor."
"Não fala isso, filho!"
"É a verdade, pai!"- Ele falou desmaiando.
Paulo e Jaime estavam com os mais velhos.
"Ajudem-me a levá-lo para o hospital."
Já no hospital, Cirilo tomava soro, por causa da desidratação, e tinha feito curativo no pé, quando ele acordou.
"Onde estou?"
"Filho!"- Paula foi abraçá-lo.
"Mãe, aonde estou?"
"No hospital."
"Não morri?"
"Não, filho, está tudo bem!"
"Droga!"- Ele falou irritado.
"Você queria se matar?"- José
"Não quero ficar sem minha família!"
"Cirilo, está na hora de recomeçar."
"Sem o meu filho?"
"É só você fazer outro."
"Não é fácil!"
"Só você tentar!"
"Seria mais fácil terminar tudo de uma vez."
"Não pode fazer isso!"
"Por que não?"
"Você é nosso filho, e não iremos permitir, também tem muita gente precisando ser curado pelo melhor médico."- José.
"Não consegui salvar nem a minha família, como vou salvar pacientes?"
"Você não vai se matar, Cirilo… Ainda tem muito para ser feliz, e muito história para contar!
"Eu não vou conseguir viver!"
"Filho, você merece ser feliz!"
Nisso, o pai de Ingrid entrou na sala, junto com a esposa
"Cirilo!"
"Oi, senhor Carlos!"
"Vim saber, como você está?"
"Só queria minha família de volta!"
"Isso não vai acontecer, deveria seguir a sua vida, e reconstruir outra família."- Carlos.
"Mas…"
"Eu sempre fui contra esse relacionamento, e sempre vou ser, mas também sei que respeitou muito a minha filha, e que ela foi muito feliz ao seu lado. Então, acho que deve aproveitar a sua juventude, e esbanje amor por aí… Você merece!"
"Obrigado, senhora Lena!"
"Bom, já estou indo, tenho uma consulta marcada!"- Carlos.
Os dois saíram do local, e deixaram a família Rivera conversando.
"Viu só, filho?"- José
"Sim, pai."- Ele falou sério.- "Quero ir para casa!"
"Você não vai ficar sozinho trancado."
"Não vou!"
"Quando doutor Miguel, te der alta, nós te levamos para casa.
"Ok!"
Passou algumas horas, Cirilo estava na casa dos pais, quando ele pegou a chave.
"Onde vai?"
"Andar um pouco, faz tempo que não faço isso."
"Mas não pode andar muito!"
"Vai ser pelo bairro mesmo!"
"Cuidado, Cirilo!"- Paula.
"Tá bom, mãe!"
Cirilo andando pela rua do quarteirão, quando sentiu uma dor no pé, sentou-se no primeiro banco que viu, e ficou vendo seu machucado. O mesmo ficou um bom tempo olhando, mas não percebeu que alguém estava se aproximando, e então ouviu uma voz.
"Oi!"- Cirilo ainda estava de costas, seu coração reacendeu, pois aquela voz lhe deu arrepios de volta. Também fazia tempo que os dois não se viam, desde o dia do enterro da esposa. Cirilo ainda indeciso, passava por todas as situações que viveu com esposa e filho, parecia que seus desejos tinham voltado. Então ele foi se virando bem devagar, até olhá-la, e os dois se encararam.

Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora