Parte 11

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momento nojinho abaixo, me perdoem, vou tentar recompensar vocês.

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Estou em minha cama beijando Hugo.

E a culpa é de Villanelle .

Eu nunca teria convidado Hugo para meu apartamento se não houvesse encontrado Villanelle. Mas , por alguma razão, vê-la me despertou... sentimentos. e assistir ao beijo que deu na tempora de sua acompanhante me encheu de ciúmes. E observar enquanto ela segurava a mão dela sobre a mesa ao passarmos por elas me encheu de arrependimento.

 porque nunca liguei para ela? 

devia ter ligado.

-Eve- Hugo havia parado de beijar meus pescoço, e agora olhava para mim com uma expressão carregada de tantas emoções   que nem quero considerar no momento. - Voce tem camisinha ?

Minto e respondo que não.

- Desculpe. não pensei que iria trazer você aqui essa noite.

-Tudo bem- diz ele, levando a boca até meu pescoço novamente. - Vou vir preparado da próxima.

eu me sinto péssima. Tenho quase certeza de que nunca vou transar com Hugo. Tenho certeza de que ele não voltará a meu apartamento depois desta noite. Tenho ainda mais certeza de que vou pedir que vá embora. Não tinha tanta certeza antes do jantar. Mas, depois de encontrar Villanelle, me dei conta de como deveria me sentir com alguém do que sinto quando estou perto de Villanelle.

Hugo murmura algo inadiável no meu pescoço. Seus dedos trilham o caminho até minha blusa e sobre meu sutiã.

graças a Deus a campainha toca.

Deslizo para fora da cama, apressada.

-Deve ser minha mãe- digo a ele , ajeitando minhas roupas.- Espere aqui. Já volto.

Hugo deita de costas e me observa sair do quarto. Corro até a porta e sei exatamente quem espero que seja antes mesmo de abri-la. Mas, mesmo assim, arquejo quando espio pelo olho mágico

Villanelle está parada no corredor, observando os próprios pés. Encosto  na a testa na porta e fecho os olhos.

o que ela está fazendo aqui?

tento ajeitar a blusa o cabelo antes de abrir a porta. Quando enfim estou frente a frente com ela, fico irritada com o modo como a sua presença me perturba. Villanelle  nem mesmo mesmo me toca, e já sinto em toda parte. Hugo me toca por toda parte, e não o sinto em lugar algum.

- O que...- As palavras que acabaram de sair de minha boca são mais sussurros que voz. Pigarreio e tento outra vez.- O que você está fazendo aqui?

Villanelle sorri de leve, levando a mão até o batente da porta. O sorriso em seu rosto e o fato de que está mascando chiclete são duas coisas mais sexy que já vi juntas.

-Pensei que esse era o plano.

estou tão confusa.

- O plano?

ela gargalha com vontade Em seguida, inclina a cabeça. Gesticulando para trás de mim, para dentro de meu apartamento.

- Pensei...- Ela aponta sobre o ombro, para trás de si.- No restaurante. Rolou esse olhar... logo antes de voce ir embora. Achei que estava me convidando para vir até aqui.

seu tom de voz é mais alto que o ideal se Hugo não saiu do quarto. Então tento esconder Villanelle um pouco melhor, me aproximando mais do outro lado da porta.

-Que olhar?

Os olhos de Villanelle se estreitam bastante.

-Voce não me deu o olhar?

Balanço a cabeça.

- Não dei olhar nenhum. nem saberia como conjurar um olhar que dissesse: " Ei,se livre de seu encontro e venha até meu apartamento hoje á noite"

Os lábios de Villanele  formam uma linha fina, e ela olha para o chão, ligeiramente constrangida. Então ergue os olhos.

-Ele está aqui? O cara que você estava saindo - pergunta, com a cabeça ainda inclinada.

Agora dou eu que me sinto constrangida. Assinto. Villanelle suspira e se apoia na maçaneta.

- Uau! Entendi tudo errado.

Quando me encara novamente, noto que o lado esquerdo de seu rosto está vermelho. Eu me aproximo e estendo a mão para sua bochecha.

- O que houve?

Ela sorri e segura minha mão para afastá-la de seu rosto. Mas não solta. E não quero que solte.
- Levei um tapa. Tido bem. Eu mereci.
Então eu vejo. O contorno de uma mão.
-Foi a garota com quem você estava?
Ela levanta um dos ombros.
- Depois do que aconteceu com Anna, prometi ser honesta em meus relacionamentos dali em diante. Nadia...a garota de hoje.... não acha que isso seja uma qualidade.

- O que disse a ela?
-Terminei com ela. Confessei que estava a fim de outra garota. E que estava a caminho do apartamento dela.
-Porque essa outra garota, supostamente, lhe deu um olhar.

Ela sorri.

-Foi o que eu achei, pelo menos.- Ela acaricia as costas de minha mão com o polegar, em seguida a solta. - Bem, Eve. Quem sabe outra hora.

Villanelle recua um passo, e a sensação é de que arranca todas as minhas emoções ao se virar para ir embora.

-Villanelle- chamo, saindo para o corredor. Ela dá meia volta,  e não se se vou me arrepender do que estou prestes a falar, mas  vou me arrepender ainda mais se eu não o fizer.  - Volte em quinze minutos. Vou me livrar dele.

Villanelle abre o perfeito sorriso agradecido, mas, antes que se vá, seus olhos desviam de meu rosto. Para alguém  atrás de mim.  Eu me viro e vejo Hugo parado na porta. Parece furioso. E com razão.

Ele abre mais a porta e sai pelo corredor. Passa por villanelle de cara feia. Villanelle apenas fica parada, em silêncio,  encarando.

Eu me sinto péssima. Mas , se não tivesse acontecido assim, eu teria lhe dado o tiro de misericórdia quando ele saísse de meu apartamento mais tarde. Rejeição é um saco, não adianta dourar a pílula.

A porta da escada se fecha com a batida, e nenhum de nós fala enquanto ouvíamos os passos de Hugo sumindo degraus abaixo. Quando tudo se acalma, Villanelle enfim faz contato visual comigo.

- Ainda vai precisar daqueles quinze minutos?
Balanço a cabeça
- Não.

Villanelle caminha em minha direção enquanto recuo até o apartamento. Mantenho a porta aberta para ela, certa de que não vai sair daqui tão rápido quanto da ultima vez. Assim que entra, fecho a porta, então me viro. Villanelle está sorrindo, observando a parede ao lado de minha cabeça. Sigo sua linha de visão até o post-it que deixou ali há meses atras.

- Ainda está aqui.
Sorrio, encabulada.
- Eu teria ligado, em algum momento. Talvez.

Villanelle arranca a nota adesiva e a dobra ao meio, enfiando o papel no bolso.

-Você não vai precisar disso depois de hoje. Vou garantir que saiba meu número de cor, antes de ir embora amanhã.

- Isso tudo é confiança de que vai passar a noite aqui?

Villanelle avança um passo, determinada. Coloca a mão na porta, do lado de minha cabeça, forçando minhas costas contra a madeira. Só quando faz isso é que me sou conta do porque a acho tão atraente.


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