C A P Í T U L O 1 3

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MELINDA

Tola!

Enquanto me perco aínda mais na sedução dos lábios de Devil, eu tento expulsar para longe a voz da minha consciência, gargalhando de mim, me chamando de tola sem parar, me alertar que tudo o que tenho que fazer é quebrar esse maldito beijo e voltar a agir como uma agente infiltrada.

Nesse momento preciso voltar a interpretar meu papel, mas a verdade é que já fugi dele há muito tempo e o único culpado disso é o homem de mãos grandes e firmes que aperta com  força minhas coxas, me fazendo arfar, desejando por mais.

— Precisamos parar — Encerro o beijo, levando minha mão ao peito, como se isso fosse o suficiente para conter minha respiração irregular.

— Eu sei.. — Sorri, e eu não deveria gostar tanto assim do seu sorriso, muito menos deveria gostar de ter agora suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto dele — Mas assumo que não gosto da ideia de parar de beijar você.

Deixo um sorriso escapar e me condeno mentalmente quando ergo meu olhar e dou de cara com os olhos penetrantes de Devil e mais uma vez tenho a impressão que ele está mergulhando fundo em minha alma, tenta encontrar a verdadeira Melinda, a mulher frágil, cheia de medos e receios, completamente diferente da Melinda agente, que interpreta um papel mundano.

— Eu... — Sinto minha boca seca e por mais que eu tente, não consigo formular palavras. Esses momentos estranhos que protagonizamos mexem profundamente comigo, me deixando perdida, sem saber qual caminho seguir entre tantos outros.

— Essa é a primeira vez que vejo você sorrindo verdadeiramente para mim. Você deveria sorrir mais vezes.

— Chega, Devil! — Fujo dos seus braços e vou até o carro, esperando que ele faça o mesmo — Temos que trabalhar.

— Eu sei, não costumo esquecer dos meus compromissos. Só iremos sair para a caçada a noite, podemos aproveitar enquanto isso...

— Não vou transar com você.

— Tudo se resume a sexo para você?

—  E pra você não? — Ergo uma sobrancelha, olhando fixamente para ele que já está ligando o carro — Sejamos sinceros, Devil. Você me quer para satisfazer seus desejos, é apenas para isso.

Como eu já esperava a resposta que tenho é um silêncio cortante que logo é quebrado pelo meu celular, me alertando sobre uma nova mensagem, assim que leio o conteúdo dela, sinto meu coração disparar dentro do peito e sem que eu consiga evitar, minhas mãos começam a tremer, um sinal claro do meu nervosismo ao ler mais uma vez as palavras de Matias.

QUERO VOCÊ AQUI NO DEPARTAMENTO. AGORA!

— Para o carro. — Ordeno, tirando o cinto e esperando que ele pare — Para o carro, agora!

— Você está louca? Estou no meio da avenida.

— Se você não parar eu vou abrir essa droga de porta e pular do carro em movimento, é você quem escolhe.  — sorrio nervosa.

— Onde vai?

— Não é da sua conta — Agarro sua camisa e em um movimento rápido puxo ele para mim e aos som de buzinas altas protestando por Devil ter parado o carro no meio da avenida eu colo nossas bocas, tomando os lábios dele em  um beijo rápido e feroz — Te encontro na sua casa.

Saio do carro e quando Devil segue caminho eu vou até um táxi, entrando nele e ordenando que vá a toda velocidade até o departamento do FBI.

Algo me diz que a conversa que terei com Matias não será muito amigável.

𝐴𝐺𝐸𝑁𝑇𝐸 𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝐴 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora