C A P Í T U L O 8

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MELINDA

Empurro Devil para longe, como se ele fosse portador de uma doença contagiosa eu passo minha mão violentamente sobre meus lábios inchados tentando limpar o rastro do beijo de um homem que exibe com orgulho suas mãos sujas de sangue.

Saio da cama e começo a andar de um lado para o outro, puxando meus cabelos com força, lançando para Devil um olhar frio, não escondendo o quanto estou o odiando mais nesse momento, mas acima de tudo o quanto me odeio.

Oque eu fiz? Não consigo acreditar que gostei de ser beijada por uma assassino e o pior de tudo, eu retribui intensamente e por algumas frações de segundos cheguei a desejar ter muita mais do que um beijo de Devil.

- Você está proibido de me beijar, seu cretino - aponto um dedo furioso para ele e tento não me importar em vê-lo caminho até mim calmamente. - Fique bem longe de mim.

- Está com medo de não conseguir resistir?- Droga, porque ele precisa chegar tão perto assim para falar? - É melhor admitir logo que me quer.

- Você só pode estar brincando comigo - sorrio sem humor, dando três passos para trás. - Você me ameaçou com minha adaga, me forçou a ser sua parceira e matou uma jovem inocente e sem se importar sai ostentando o sangue dela por ai, como vou querer um homem como você?

- Falando assim parece até que Tobias é diferente de mim- Me olha irritado, imobilizando meus braços acima da cabeça. Isso não pode está acontecendo de novo- Não sei se você sabe Melinda, mas quem de fato aqui é um assassino é ele.

- Você também é um! Eu Senti o... O cheiro metálico de sangue e...

- Está com medo de mim?

- Não tenho medo de ninguém, Devil, achei que já tivesse percebido isso.

- É verdade, por isso te peguei vasculhando a sala do chefe, deu sorte que foi eu, se fosse ele você já estaria com a boca cheia de Formiga.

- Gosto do perigo...

Eu realmente gosto. Me tornar uma agente do FBI só fez esse meu gosto peculiar se tornar ainda mais forte. Sempre fui atraída pelo o perigo e sempre preferi andar ao lado dele, de certa forma essa adrenalina que uma situação perigosa tem me atrai e talvez seja por isso que sou atraída por Devil.

Odeio admitir isso, mas ele está certo, é difícil para mim resistir a ele, por mais que eu tente tudo acaba desmoronando quando fito seus olhos e vejo aquilo que me atrai. É desconcertante ver que lindos olhos são carregados de perigo, adrenalina e uma poderosa chama de desejo.

Minha parceria com ele não vai dar certo, então o que me faz acreditar que ter um caso com ele seguiria outros trilhos? Eu sou muito burra, não posso me envolver com o homem que também irei colocar atrás das grades, mas mesmo assim meu corpo grita para que eu me entregue.

- Temos coisas em comum, é uma pena que você não queira admitir isso.

- Não vejo o porquê admitir algo que não tem relevância - Olho para os seus lábios carnudos e por Deus, como eu quero beijá-los de novo.

Matias vai me matar por eu estar sedendo aos desejos da minha carne fraca, uma vergonha para meu lado agente, mas oque posso fazer? Devil é meu inimigo, será vantajoso tê-lo por perto e não é como se eu fosse me apaixonar, estou fazendo tudo isso em nome da minha profissão.

Balanço minha cabeça, tentando expulsar o amontoado de pensamentos que só está servindo para me dar ainda mais dor de cabeça. Respiro fundo e quando dou por mim desfiro um tapa no rosto de Devil e antes que ele chegue a reclamar eu agarro com força sua camisa e aproximo meu rosto do dele.

𝐴𝐺𝐸𝑁𝑇𝐸 𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝐴 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora