C A P Í T U L O 2 5

452 52 16
                                    

MELINDA

— Finalmente a vadia do FBI acordou. Dormiu bem princesa? — Controlo a bile que sobe em minha garganta quando Tobias chega bem perto de mim, me obrigando a sentir seu cheiro nojento, me deixando cheia de nojo e uma vontade fora do comum de matá-lo.

Um grito esganiçado atravessa minha garganta quando sou surpreendida por um tapa no rosto que me faz cuspir sangue sobre os pés de Tobias, que gargalha como um doente. Travo o maxilar quando suas mãos imundas agarram meus cabelos, forçando minha cabeça para trás, me deixando nervosa, quase entrando em pânico quando percebo que estou com as mãos e pés amarrados. Grito como se minha vida dependesse disso quando ele trás sua boca fedendo a fumo até a minha, me obrigando a beijá-lo.

Mordo seu lábio inferior, sentindo o gosto metálico de sangue invadir minha boca. Tobias se afasta de mim,  soltando xingamentos, todos eles direcionados especialmente para mim.

— Sua vadia dos infernos!

— Espero que tenha aprendido que nunca se deve beijar uma mulher à força.

— Você se acha muito corajosa, não é mesmo? Vamos ver até onde essa coragem idiota vai. Será que quando eu estiver rasgando sua roupa seus olhos vão me olhar com essa mesma coragem tola? Estou curioso para saber, mas infelizmente teremos que deixar a diversão para mais tarde.

— O que você quer de mim, seu nojento? — Grito, me debatendo na cadeira, esperando que isso seja o suficiente para que de forma mágica as amarras de desfaçam.

Passo a língua em meus lábios secos quando ele vem se aproximando de mim, sorrindo de forma perigosa, exibindo de forma nojenta seus dentes idiotas de ouro.

— O que eu quero de você? — Olha para o meu corpo, me deixando petrificada quando vejo um desejo doente em seus olhos — Muitas coisas... — Suas mãos tocaram meus seios por cima da blusa e tudo o que quero nesse momento é correr para longe daqui, não quero reviver isso mais uma vez. — A principal delas é te foder para depois te matar.

— Seu nojento! — Cuspo em seu rosto e como punição outro tapa é desferido em meu rosto, dessa vez um pouco mais forte,  fazendo tudo ao meu redor girar violentamente.

Sem condições de me manter firme e com doses de frieza em minhas veias, eu deixo que as lágrimas caiam e que os soluços sacudam violentamente meu corpo machucado, implorando por cuidados e descanso. Preciso sair daqui, mas como? Não se pode fazer muita coisa quando se está com os pés e mãos amarrados.

Solto um grito de raiva, arrancando mais uma gargalhada nojenta do velho barrigudo que saí, me deixando sozinha com meus medos e receios e isso não é nada bom, não quando eu não sei até quando vou aguentar espantar as lembranças do meu irmão para longe. Eu o encontrei em um lugar como esse, sujo, úmido e escuro e seu corpo estava como o meu, amarrado em uma cadeira velha e seus lindos olhos antes vívidos estavam sem vidas, ver os olhos que eu tanto amava nublados e cinzentos foi como ter uma estaca atravessando meu coração, deixando um buraco profundo, que jamais irá se curar.

Aquele maldito filho da puta matou o meu irmão, ele o matou apenas por ele ser um polícial fazendo seu trabalho e algo me diz que a história irá se repetir novamente, mas dessa vez será eu e quem irá me encontrar sem vida será Devil, porque sei que ele deve está procurando incansavelmente por mim e apesar das circunstâncias, isso acalma um pouco meu coração.

— Devil — Sussurro o nome do homem que me ver como nenhum outro foi capaz e apenas de pensar nele, eu consigo me manter mais firme e esquecer um pouco de onde estou e da dor que sinto em meu braço, onde um corte profundo está aberto, coberta por sangue e com alguns cacos de vidros cravados na pele.

Meus olhos se prendem no teto velho e por longos minutos fico olhando para o furo nos telhados, esperando que de forma divina eles tragam até mim qualquer coisa que possa me ajudar a fugir daqui.

(...)

Acordo assustada quando sinto um líquido gelado em meu rosto. Ainda com os olhos carregados de sono, eu os forço a ficarem abertos e dar de cara com o rosto de Tobias bem perto do meu, me analisando minuciosamente, como se eu fosse uma peça rara e valiosa. Encaro Tobias, ignorando todo o nojo que sinto por ele e mostrando através do meu olhar que isso não vai ficar assim, até porque o cerco está se fechado e será uma questão de tempo até que o FBI chegue até mim, então se eu morrer, morrerei feliz por saber que o assassino do meu irmão irá passar o resto da sua vida miserável trancafiado em uma prisão.

— Você está fedendo, isso não combina com a mulher bonita que você é — Acaricia meu rosto, apertando com força minhas bochechas, me fazendo apertar os olhos para engolir a dor — Não quero foder uma vadia que fede a sangue, então antes de tudo você irá tomar banho.

Pânico me domina quando ele desamarra as cordas que me mantinham presa. Apontando uma arma para minha cabeça e mantendo um dedo firme no gatilho, ele ordena para que eu levante, mas eu não consigo, só agora após fazer esforço eu percebo está com a perna machucada e quando olho para minha coxa, vejo outro corte profundo.

— Não! — Grito, caindo de joelhos no chão quando Tobias desfere um chute em minha barriga — Por favor...

— Levanta sua cadela! — Outro chute me acerta e inevitável o choro de dor vem à tona.

— Na.. Não consigo... — Solto em um sussurro, voltando a cair no chão quando minha tentativa de levantar se torna inútil.

— Já que você não consegue, cabe a mim levá-la até lá.

Mãos impiedosas agarram meus cabelos e Tobias começa a me arrastar  até a banheira que vejo no canto do espaço abandonado. O ambiente silencioso é invadido pelos meus gritos de dor de ter minha pele sendo rasgada pelo chão áspero, ao mesmo tempo em que as gargalhadas de Tobias se misturam com meu sofrimento.

— Tire a roupa, princesa.

— NÃO! Por favor...

— TIRE A PORRA DA ROUPA E ENTRE NA BANHEIRA! AGORA! — Engulo a seco quando sinto o cano gelado da arma em minha testa e sem ter outra opção eu tiro minhas roupas ensanguentadas, me arrastando até banheiro, que percebo está cheia de pedras de gelo na água.

— Eu vou morrer de hipotermia.

— Você não é a fodona? Então entra nessa droga logo, quero vê até onde você aguenta, se você sobreviver, você irá ganhar um prêmio, que é me der fundo dentro de você.

Entro na maldita banheiro, sentindo meus ossos doerem quando a água coberta de gelo cobre minha pele. Meu corpo inteiro treme de forma violenta, contribuindo para a diversão de Tobias que esbanja seu costumeiro sorriso nojento, como se não bastasse o fato de até meus ossos estarem congelando, ele vai atrás das cordas e mais uma vez amarra com força meus pés e mãos, me condenando de vez a morte e por mais que isso doa profundamente em mim, eu aceito que seja esse meu fim.

Não me orgulho de está fracassando mais uma vez na promessa que fiz para meu irmão, muito menos me orgulho que meu fim como uma agente do FBI seja morrer de hipotermia em uma banheira cheia de gelo enquanto um homem nojento e doente sorrir com meu sofrimento sua verdadeira e doentia diversão.

𝐴𝐺𝐸𝑁𝑇𝐸 𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝐴 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora