C A P Í T U L O 22

592 63 44
                                    

DEVIL

Cruzo os braços, e não escondendo minha falta de paciência para os joguinhos idiotas de Caio, eu solto uma grande lufada de ar, sendo perfurado pelos os olhos analisadores de Matias, também impaciente, porém ainda assim mais calmo do que eu.

— Vou perguntar mais uma vez — Me aproximo de Caio, agarrando com força o colarinho da sua camisa — Onde está Tobias? 

— Eu não sei, porra! — Grita irritado,  desejando ser capaz de me matar apenas com um olhar — Eu não sei onde esse filho da puta está.

— É mentira! Você estava na boate dele, abastecendo uma bolsa com munições e drogas, quer mesmo que eu acredite que você não sabe mesmo onde ele está? 

— Tudo era para mim e alguns homens que se rebelaram contra ele. Depois que  ele descobriu que a vadia da sua mulher é uma porra de agente, ele resolveu punir quem cometeu alguns delitos contra ele e eu assim como alguns homens não gostamos disso e seguimos nosso caminho sem aquele fumante dos infernos.

— Então quer dizer que ele finalmente descobriu o seu esquema de desviar dinheiro? — Sorrio debochado, deixando um tapa forte no rosto de Caio antes de me afastar — Você é um merda!

— Chega, Devil, não sei como vocês da CIA interrogam, mas não é assim que as coisas funcionam por aqui. Você já pode se retirar, deixa que eu assumo daqui. — Matias aponta para a porta e minha grande vontade nesse momento é de manda-lo para o inferno.

Odeio receber ordens, ainda mais de um delegado idiota do FBI, que fede a um ar enjoativo de superioridade. Olho com desdém para ele e estampando uma cara de poucos amigos eu deixo a sala de interrogatório, dando de cara com uma Melinda ansiosa, que me olha com expectativa.

Olho para a sala onde Matias está e como eu bem imaginava, seus olhos estão parados em mim e Melinda. Apesar de me sentir um filho da puta pelo o que vou fazer, eu agarro Melinda pela cintura e beijo lentamente seus lábios, esperando que Matias veja e entenda de uma vez por todas que ela me escolheu, que não importa o que ele faça, ela sempre irá me escolher.

— Ele ja sabe — Sussurra em meu ouvido, sorrindo baixinho quando acaricio seus cabelos. 

— Do que? — me afasto, olhando para seu rosto e acariciando a pintinha logo acima da sua boca.

— Que eu sou sua, então não precisa tentar marcar território.

— Eu não estou fazendo isso — Me defendo, pegando em sua mão e a puxando para fora da base do FBI. — E acredite, não sou homem de marcar território com um beijinho sem graça.

— Uau, estou curiosa para saber como você marca território então — Encosta no carro, cruzando os braços e assumindo a postura de uma agente seria. — Mas podemos deixar isso para mais tarde, agora quero que me conte o que você e Matias conseguiram arrancar de Caio.

— Lamento, mas ele não disse nada que possa nos ajudar. — Me aproximo, odiando ver a decepção invadir seus olhos — Mas eu prometo que o paradeiro de Tobias não será um mistério por muito tempo, vou entrar em contato com o centro de inteligência da CIA, vou pedir para analisarem todas das câmeras da cidade.

Minhas palavras parecem não funcionar ou trazerem qualquer conforto para ela. Melinda trava o maxilar e suas mãos se fecham, mostrando o quanto ela está se controlando para não sair socando a lataria do carro. Sei o quão importante é para ela prender Tobias, mas as coisas não fluem tão rápido como gostaríamos. Ser um agente exige além de coragem, muita paciência também e talvez a bela mulher a minha frente, embalada com um único propósito em mente, tenha esquecido isso.

𝐴𝐺𝐸𝑁𝑇𝐸 𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝐴 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora