C A P Í T U L O 1 5

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DEVIL

Eu não deveria estar tão surpreso assim, até porque Melinda é uma vagabunda e fazendo jus ao seu papel,  voltou como uma cadela no cio para Tobias.

Ao imaginá-la na mesa dele, permitindo que ele toque seu corpo com suas mãos nojentas eu sinto vontade de voltar até aquela merda de boate e arrancar Melinda de lá a força, mas eu não posso, não quando olhando em meus olhos ela disse querer Tobias, então por mais amargo que seja eu devo aceitar o gosto da derrota, mas por que diabos não me conformo com isso?

Só de pensar que ela agora deve está gemendo o nome dele eu sinto vontade de destruir o mundo, ou quem sabe apenas socar Tobias até que seu rosto esteja desfigurado, seria um enorme prazer matá-lo com minhas próprias mãos.

— Porra Devil, eu estou falando com você... — A voz irritada de Sam me faz bufar e esfregar as mãos com força no rosto — O que você não me contou?

— Nada, eu apenas... — Estou pensando na mulher que mexe com minha sanidade e que agora está gritando o nome de outro, penso em silêncio, e apesar de ridículo, dou uma gargalhada interna por estar parecendo  um idiota. Ela é uma vagabunda, porra! Eu realmente acreditei que ela fosse diferente? — Estou pensando na melhor forma de fazer meu trabalho, hoje, apenas isso.

— Engraçado, eu jurava que estava escrito na sua testa que você está assim por causa de um rabo de saia. Anda se envolvendo com o lado inimigo? — Recebo um olhar acusador, o que me faz pensar em mandar Sam com sua conversa idiota para o Inferno. — Você está apaixonado, cara.

— O quê? — tomo minha bebida de uma vez só e a ardência do líquido forte não é nada comparado ao incômodo que sinto com as palavras de Sam. — Você só pode está brincando.

— Eu não, mas espero que você esteja. Não é bom para o nosso lado ter você de  quatro por uma das vadias de Tobias, isso pode fazer você esquecer dos seus planos.

— Isso nunca irá acontecer — Afirmo, não completamente seguro das minhas  palavras, mas disposto a provar que sim — Farei o que for preciso para que tudo dê certo. É da minha reputação que estamos falando.

—  Ótimo, agora vamos até a tal boate do inimigo de Tobias. já sei o que preciso fazer.

— Não faça nada sem o meu comando, espero que não passe por cima das minhas ordens.

— Não sou um garoto desobediente, achei que já tivesse deixado claro isso — Recebo um tapinha em meu ombro e antes de segui-lo, encho o copo até a borda e bebo de uma vez só uma grande dose de whisky, esperando que isso seja o suficiente para fazer  a frieza circular em minhas veias e impedir que  meus pensamentos idiotas vão correndo até Melinda sobre aquela mesa, sendo tocada por Tobias.

Inferno!

Talvez Sam esteja certo, pode ser que eu esteja sentindo algo além de um desejo desenfreado por aquela mulher infernal e isso não é nada bom, não quando seus comportamentos me fazem duvidar de qual lado ela irá escolher.

De forma automática minhas pernas me levam em direção ao quarto onde Melinda passou uma única noite e como era de se esperar, seu cheiro está grudado em cada parte do cômodo e assumo que isso me incomoda como uma pedra em meu sapato. Irritado eu soco o criado mudo e afogo um grito ensurdecedor dentro de mim.

Essa não é a melhor hora para eu surtar como um homem descontrolado que não sabe lidar com a rejeição de uma mulher infernal e ardilosa, tudo que tenho que fazer agora é seguir meus planos e não desviar deles por causa de um rabo de saia cujo os lábios me atraem como uma maçã suculenta, porém venenosa.

𝐴𝐺𝐸𝑁𝑇𝐸 𝑆𝐸𝐶𝑅𝐸𝑇𝐴 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora