Lys desfrutava da sensação da língua quente e doce deslizando pela sua. As mãos de Poseidon desciam pela sua cintura apertando-a e explorando o corpo com urgência. Sua cabeça girava, o cheiro dele a estava entorpecendo, impedindo-a de pensar com coerência. Os braços dela estavam ao redor do pescoço do deus dos mares e a garota já não oferecia nenhuma resistência ao corpo masculino que se apertava contra suas formas. A boca de Poseidon deixou a de Lys, que sentiu um súbito vazio e o encarou confusa.
- Oitocentos anos... - ele passou a mão pelos cabelos, frustrado.
Ela piscou algumas vezes sem entender. E ele riu e em seguida urrou de ódio empurrando-a para longe. A garota caiu sentada e assustada, não conseguia compreender o porquê de tamanha fúria do nada.
- Passei oitocentos anos esperando e meu irmão me traz uma farsa! - gritou.
Lys não ousava encará-lo. A voz do grande imperador das águas reverberava pela caverna de forma assustadora, sua ferocidade impondo-se mil vezes ao seu tamanho.
- Eu não... - ela ensaiou alguma explicação.
Ele a olhou com ódio descomunal e isso a feriu dilacerando seu peito.
- Quanto Hades está lhe pagando? Você se deita com ele também?! - o homem disparou para ela, olhando-a como a um inseto.
Os olhos dela faiscaram de raiva e naquele momento a garota se esqueceu de que estava em frente a um deus que poderia destruí-la em segundos.
- Eu disse desde que cheguei aqui que não era a maldita mulher de quem estava falando, mas você simplesmente parecia não querer entender, agora, porque de repente descobriu que está errado vai dizer que sou uma qualquer?! Imbecil! - ela gritou de volta, levantando-se do chão e sacudindo a poeira das roupas.
Lys passou por ele feito um furacão em direção a única saída que conseguia distinguir, mesmo sem saber muito bem para aonde estava indo. De repente foi interpelada por Afrodite, que junto aos outros deuses tinham assistido toda a discussão do Olimpo.
- Docinho, você não tem amor a vida, não é mesmo? - disse encostado no corredor pedregoso com os olhos fechados.
O belíssimo homem abriu vagarosamente apenas um olho, como se estivesse com preguiça e encarou a mulher com cara de brava a sua frente. Ela bufou, exibindo sua melhor carranca ao deus do amor.
- Ele já sabe que não sou ela. Posso ir para casa agora?!
- Hummmm, não. Foi só uma pequena mudança no plano original. Isso não muda em nadinha o fato de que ele sente atração por você. - Afrodite respondeu, desencostando-se da parede.
Ela encarou o homem de um metro e oitenta com um olhar matador. A pequena e delicada mão na cintura e o cenho franzido demonstravam sua raiva.
- Ele me jogou no chão e falou comigo como se eu fosse uma qualquer! - disparou, furiosa.
- Não seja dramática, amor, ele só insinuou...
Ela deu dois passos em direção a ele ficando na ponta do pés para encará-lo. O deus se surpreendeu com a atitude da garota, ele não tinha reparado, ou ainda tivera tempo, que ela era tão ousada. Afrodite não pode deixar de admirar a pequena híbrida por isso.
- Ele disse que eu estava dormindo com Hades enquanto tentava seduzi-lo, de onde eu venho isso é ser chamada de puta! - bufou.
Afrodite deu uma meia risada.
- Vou provar minha teoria docinho... Aí vem ele.
- O quê vo...?
O homem alto segurou o queixo da garota com o polegar e o indicador trazendo os lábios dela até os seus. Lys não ofereceu resistência. Quem oferecia quando se está sob o encanto do próprio Afrodite? Foi um beijo suave e sem muitos volteios, seus lábios se demoraram nos dela apenas o tempo necessário para que pudessem ser vistos pelos irritadiço deus dos mares.
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Poseidon (Autora: Sra.Jeon)
Fantasy[...] Quando há oitocentos anos o reino entrou em colapso por causa do golpe malsucedido de Heiya e Apôgeon, rei do clã de sereianos do qual Lys descendia, Hades preferiu fazer com que Poseidon acreditasse na morte dela. Seria mais fácil, mas o que...