Capítulo 33 - Reviravoltas

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* Capa: Fê_kim

Olimpo

Enquanto Adrian explorava com calma a ala de Poseidon, tal qual uma criança curiosa, Lys tentava convencer Merida de que não pressionar o filho em relação à Afrodite era a melhor coisa a se fazer no momento.

Depois da moça sereiana ouvir Lys atentamente e secar vez ou outra algumas lágrimas furtivas que escorriam por sua face, sempre se preocupando em disfarçá-las devidamente para que Adrian não as visse, por fim, ela concordou que manter a calma era o melhor a se fazer por enquanto. Afinal, já estavam sofrendo muita pressão com a guerra.

Lys ouviu um praguejo vindo de Adrian, talvez seu décimo naquele curto período de tempo e viu-o desconsolado tentando ajeitar a pesada cortina em volta do corpo. Ele parecia bastante desconfortável na vestimenta improvisada.

Ela sorriu e sacudiu a cabeça.

- O que foi? - Merida indagou.

- Já volto. - disse Lys se levantando. - Espero não ser assassinada pelo que vou fazer.

- E o que vai fazer?

Lys apenas sorriu travessa e se retirou dos aposentos.

Chegando a ala de seu ex marido, ela adentrou no enorme closet, que ele mantinha repleto de roupas humanas caras e de marcas famosas. Embora os tecidos dos deuses o envolvesse a hora que ele quisesse, com o passar dos séculos observando os humanos, o vaidoso deus do amor adquiriu o gosto pela alta costura. Gostava da sensação mais rústica e não tão diáfana dos tecidos da terra, quando estes envolviam seu corpo.

A deusa dos sereianos não se demorou muito. Por sorte, assim como Merida dissera, Adrian e o pai pareciam ser exatamente do mesmo tamanho. Exceto pelos braços do rapaz serem um pouco mais grossos devido a musculatura proeminente. Por isso, Lys preferiu pegar uma camisa que fosse mais larga nos bíceps.

Ela olhou satisfeita para as peças. Uma camisa de seda oversize branca. que cairia como um tamanho padrão no garoto, e uma calça preta justa, de tergal grosso. Um tanto quanto formal, mas era a peça com as pernas mais compridas, já que Afrodite por vezes preferia as que deixavam seus tornozelos à mostra. Lys aproveitou-se também da chance e escolheu um bonito par de sapatos de couro italiano preto, para completar o visual.

A deusa então, deixou o closet reavaliando o material que tinha nas mãos e sorrindo satisfeita com suas escolhas. Com toda certeza Afrodite aprovaria tal combinação. Será que ele estava bem? Suspirou presa momentaneamente a esse pensamento. Ela tinha muito carinho por ele, apesar de seu casamento meteórico e a partida conturbada dele.

De repente, sentiu-se chocar contra algo quente e firme, e de imediato alguém segurou seus ombros, firmando-a. Ela reconheceu o cheiro. Mesmo que se passassem mil anos, ela ainda o reconheceria...

- Ficarão enormes em você, pequena sereia. - disse Afrodite.

Ela ergueu os olhos marejados diante do tom calmo, uma lágrima escorreu por sua bochecha sem que ela sequer percebesse. Tinha tanto tempo desde que ele se fora. Afrodite sorriu e secou-lhe o rosto com o dedão. A deusa soltou as roupas e o abraçou com força. Demorou um pouco para que ele reagisse, chocado com a recepção dela, mas ele se permitiu, apenas por alguns instantes, tê-la de volta em seus braços.

- Pelos deuses, Afrodite! Achei que nunca mais o veria de novo. - falou a deusa dos sereianos.

- Você... Não me odeia? - perguntou com a voz abafada contra os cabelos loiros da deusa.

Ela se afastou e deu um soco no peito do homem.

- Odeio, idiota! - franziu o cenho secando as lágrimas com as costas das mãos, mas logo sua carranca se aliviou num sorriso. - Só imbecis deixam uma ex-esposa grávida preocupada desse jeito.

Poseidon (Autora: Sra.Jeon)Onde histórias criam vida. Descubra agora