Capítulo 19 - A caixa de Pandora

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- Está mandando-a nos braços de outro? - Zeus questionou, erguendo uma sobrancelha. O deus dos deuses não conseguia compreender tal nível de entrega e abnegação.

Afrodite sempre fora um deus que se entregava as paixões arrebatadoras e fugazes, mas nunca se prendia a elas. Vê-lo assim, não se colocando em primeiro como sempre fizera, mas sim colocando o bem da esposa acima do próprio ego, ego esse que sempre fora tão grande quanto a beleza do deus do amor, era para Zeus uma coisa única de se presenciar.

Um dos arqueiros de Ares mais que depressa apontou sua flecha para os dois que ganhavam os céus, mas Ares o deteve.

- Estão em posição de retirada, eu não atiro em um inimigo desarmado pelas costas. - fuzilou seu comandado com o olhar.

- Mas, Senhor, ele a está levando...

- O marido dela está aqui, ela vai voltar quando acordar, eu aposto todas as minhas armas nisso! - sorriu. - Lys é leal. - O sorriso de Ares era de admiração.

Por alguns momentos Athena se sentiu estremecer. Aquele sorriso costumava ser exibido para ela quando a mesma executava algo em campo de batalha que fazia com que Ares se sentisse orgulhoso dela. Não pôde evitar o sentimento de amargura. Afrodite estava completamente entregue a Lyz e Ares parecia estar balançado por ela agora. A vontade dela era de voltar no tempo e em vez de levar Lys para ver seu irmão no Olimpo e também para consolar o choroso Afrodite na cela, apenas ter sumido com a garota e ela própria consolado o deus do amor. Sem a garota, sem problemas e sem sentimentos humanos tão mesquinhos como ciúmes e inveja.

Assim como Afrodite recomendara Poseidon voou com Lys em seus braços até chegarem ao Mar Negro, livrou-se do vestido dela que estava lotado de partículas radioativas e do alto saltou com ela mergulhando seus corpos nas frias e escuras águas do mar.

A garota despertou sobressaltada mas se acalmou logo que seus olhos encontraram os azuis profundos dele. Sabia que estava segura. Poseidon acariciou-lhe a face num gesto aliviado, a proximidade dos dois fazia com que Lys respirasse pausadamente e que seu coração palpitasse como louco dentro de seu peito. Seu lado humano gritava por Poseidon e por isso não o afastou quando os lábios dele por fim, tocaram os seus. O beijo longo e demorado estava carregado de saudade, amor genuíno e desejo. Desejo esse que logo fez com que o deus dos mares estreitasse o braço ao redor da cintura da deusa e aprofundasse o dançar das línguas, transformando a carícia antes quase casta numa urgente, luxuriosa e selvagem.

Logo as mãos dele escorregaram de sua cintura para as nádegas, onde ele apertou com vontade e suspendeu-a nos braços fazendo-a enganchar as pernas ao seu redor e senti-lo contra seu centro. Os lábios dele deixaram os dela momentaneamente, a energia de Lyz tinha sido reestabelecida e aquele olhar violeta o encarava de volta, faiscante e confuso. Gentilmente o deus dos mares deu-lhe um último selar e a afastou de si. Por mais que a desejasse, aqueles olhos púrpura que o encaravam, eram os olhos da esposa de Afrodite.

- Por que fez isso? - ela perguntou ainda trêmula pela mistura de emoções.

- Um pedido de seu marido.

Ela olhou ao redor assustada, lembrando-se subitamente da batalha.

- Afrodite... Onde ele está?! - Lys perguntou aflita.

- No campo de batalha.

- Eu tenho que voltar para lá, não posso deixá-lo sozinho! Por que você me trouxe?!

- Você estava fraca. Afrodite estava desesperado por vê-la naquele estado, por isso que eu a trouxe. - Ele respondeu encarando-a.

- Poderia ter simplesmente me deixado sofrer, você me odeia. Que diferença faria?!

Poseidon (Autora: Sra.Jeon)Onde histórias criam vida. Descubra agora