Capítulo 21 - TRIDENTE

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A garota sacou a espada e com um grito de guerra correu já com a ponta da lâmina mirando seu alvo.

– POSEIDON, CUIDADO!

O deus dos mares que estava próximo ao irmão mais novo checando o estado da sobrinha, se virou ao ouvir o berro de Lis. Crystal vinha em sua direção com um olhar furioso e a arma pronta para perfurá-lo.Por mais que ela no fundo soubesse que não era capaz de matar um deus, ainda assim mirava seu coração.

Quando o deus dos mares sentiu o impacto contra seu corpo, não fora o de uma lâmina atravessando-o, mas sim o de alguém o abraçando de forma abrupta.

Ele apenas segurou a mulher que entrara em sua frente pela cintura, enquanto o líquido vermelho dos lábios dela respingava em sua armadura na altura do peitoral.

- Lys?!! – gritou Afrodite, desesperado.

Crystal arregalou os olhos assustada e deu dois passos vacilantes para trás. Antes mesmo que qualquer outro pensamento viesse a sua cabeça Poseidon enfureceu-se fazendo o tridente ressusgir em suas mãos. General H logo tomou a frente de Crystal escondendo-a com o próprio corpo.

- Mas o que diabos está acontecendo aqui?! – perguntou J, atordoado.

Afrodite tomou Lys nos braços, ela gemia de dor e tossia muito sangue, a espada de Crystal ainda estava fincada em suas costas. Ele trincou os dentes sentindo a dor de sua esposa reverberar por seu corpo. Com um movimento rápido arrancou a arma, fazendo-a berrar.

- Poseidon...Não... Ela... - a deusa tentou balbuciar, mas a dor tornava sua fala incoerente.

- Pare de falar meu amor, vai piorar a dor! – Disse Afrodite acariciando os cabelos de sua amada.

- CRYSTAL!!! COMO OUSA?! – rugiu o deus do mares.

Lys agarrou a camisa de Afrodite e fechou os olhos. As respiradas eram dolorosas mas ela conseguia se comunicar com ele sem que precisasse falar.

- Tem certeza? – o marido franziu a testa, estranhando a informação.

Ela afirmou com a cabeça.

- Poseidon, Lys está dizendo que Crystal fez isso por um motivo...

Os olhos extremamente azuis do deus dos mares desviaram dos generais a sua frente e se focaram no homem que lhe falava.

- Me dê um único bom motivo para não transformar a primeira general em poeira de sereiana. – respondeu entre os dentes.

- General T está morto, Poseidon. – Afrodite disse por fim.

- O QUE?! – o choque e a palidez estamparam de pronto o rosto bonito e severo de H.

- É tudo culpa sua! – Crystal berrou com ódio - Se você não tivesse o destituído do posto, ele estaria aqui conosco e não morto! - berrou explodindo em lágrimas.

A comoção foi geral em meio aos Marinas, General H abraçou Crystal e chorou com ela, um choro sentido e dolorido. Perdia não só um amigo de séculos, mas também uma parte de sua família. T era mais que um cunhado, era um irmão.

- Meu irmão... - gritou a sereiana em total agonia.

Dentre os generais só haviam dois que não lamentavam a perda. Um deles estava gravemente ferido, e, portanto, desacordado, já o outro, bem, o outro...

Poseidon sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. E mesmo o mar estando a milhares de quilômetros dali, as ondas se levantaram furiosas lambendo as praias num murmúrio ruidoso. 

Poseidon (Autora: Sra.Jeon)Onde histórias criam vida. Descubra agora