Capítulo 9 - Presságios

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SUBMUNDO

Lys acordou sentindo uma estranha necessidade de encontrar Afrodite. A pele lateral dos olhos da garota estava tomada por minúsculas veias negras. Ela se levantou da cama e deixou o quarto. Não fazia a mínima ideia de onde Afrodite estava, mas, como se pudesse seguir o cheiro dele, num piscar de olhos a garota se encontrava no quarto onde ele dormia.

A mestiça deslizou as mãos pelo peitoral exposto do deus, que dormia sem camisa e estava descoberto. Ele acordou assustado, mas a reconheceu pelo cheiro, embora não pudesse vê-la na escuridão do quarto.

Lys subiu na cama e montou sobre ele, iniciando um beijo lento e cheio de luxúria. Sua língua brincava com a dele provocando-o. Ela começou a mover os quadris sobre os dele, assim que sentiu a excitação do homem pronunciar-se sob seu centro. Ele emitiu um gemido rouco com o atrito e agarrou-a pela cintura de forma brusca invertendo rapidamente suas posições, de modo que ele ficasse entre as pernas dela. Lys afundou as unhas nos braços dele, que aprofundava cada vez mais o beijo e se movia contra ela, fazendo ondas de prazer se irradiarem pelo corpo feminino com o simples atrito de suas intimidades ainda cobertas por suas roupas.

Afrodite deslizou a mão por dentro do vestido dela, acariciando-a. Subindo por sua coxa em direção ao seu ventre, depois desceu novamente agarrando a lateral da peça íntima de Lys, pronto para retirá-la. Mas uma dor intensa em lóbulo temporal o fez recuar em seu ato e rolar o corpo para o outro lado da cama, saindo de cima da menina.

Ela sentou-se assustada com o urro de dor emitido pelo deus e despertou sem saber onde estava e o que estava fazendo. Rapidamente ela buscou pela luz na lateral da cabeceira, acendendo-a. Percebeu que estava descomposta e abaixou o vestido envergonhada. Afrodite respirava pesadamente e tampava os olhos com o braço direito.

- Afrodite?! Você está bem? - ela perguntou tocando de leve no antebraço dele.

- Vai embora, Lys, por favor... - disse com dificuldade.

- Eu não sei o que está acontecendo. Me desculpe... - ela tentou se explicar mas foi interrompida por ele.

- SAIA, LYS! – gritou, assustando-a.

Lys se levantou e saiu correndo, o problema é que não fazia ideia de como voltar para o seu quarto. O imenso corredor mal iluminado e cheio de entradas que davam para corredores anexos, a deixava tonta. Ela pensou em chamar por Hades ou Perséfone, mas estava envergonhada demais para encará-los. Próxima como estava do quarto de Afrodite, seria fácil deduzirem o que ela fazia ali. Resolveu então que procuraria a escada para o salão principal. Seguiu em frente por uns bons metros e nada. A luz ficava cada vez mais fraca até que o breu total preencheu o lugar.

A mestiça ouviu um ruído estranho, como de patas e estancou imediatamente. Ouviu um rosnado após o outro, enquanto olhos brilhantes emergiam da escuridão.

O enorme cão negro de três cabeças surgiu em seu campo de visão. Ela congelou. Suas pernas bambearam. Os rosnados tornaram-se latidos ferozes à medida que o animal se aproximava a passos lentos da garota, as bocas babando em profusão, como se ela fosse aos olhos dele um suculento pedaço de carne.

- Cérberus, senta!

O animal de pronto obedeceu a voz.

Lys suspirou aliviada reconhecendo a tom infantil que vinha detrás de si. E logo sentiu a mãozinha fria segurar a sua. Ela olhou para Pandora que sorriu de volta fazendo seus olhinhos azuis amendoados virarem duas meias luas.

- Você está bem, tia Lys?

Lys assentiu.

- Obrigada.

Poseidon (Autora: Sra.Jeon)Onde histórias criam vida. Descubra agora