SUBMUNDO
- Por favor, Lys... eu sei que o que estou lhe pedindo é demais e eu não tenho o direito de fazer... mas... - Hades suplicava com um rosto aflito.
Lys olhou para Perséfone que estava agarrada a filha com cara de desespero e seu coração se apertou. Não as conhecia há muito tempo, mas a menina era doce e meiga, e Perséfone a ajudou em um momento de extrema dificuldade, mesmo não tendo nenhuma razão para fazê-lo, e agora, estavam em risco por sua causa.
- O que preciso fazer? - a mestiça perguntou ao pai da criança.
Afrodite que havia chegado a pouco permanecia calado diante da discussão, recostado em um canto do corredor mal iluminado. Ele estava muito preocupado com a possibilidade de uma invasão ao Submundo, porque ele era um dos padrinhos de Pandora e sabia que os dons que havia lhe dado seriam muito perigosos se utilizados por Ares. O pedido que Hades estava fazendo a Lys era um último recurso, um desejo desesperado de um pai. Ele não estava pensando como um deus, e para Lys aquilo era realmente uma tarefa bem mais complicada de aceitar... Ele não podia interferir, não tinha esse direito, mas aguardava ansiosamente pela decisão dela. Aquilo mudaria muita coisa...
- Eu faço! - Lys disse convicta.
Afrodite virou-se em sua direção, surpreso.
- Você está ciente do que significa tudo isso, Lys? – perguntou, o deus do amor.
- Lhe explicarei o que acontece e como funciona, se ainda concordar depois de tudo, faremos isso. Chamaremos Hera. – declarou Hades.
Lys concordou com a cabeça e se preparou para ouvir as implicações de sua decisão. Um espectro surgiu assustando a mestiça que quase caiu. Afrodite rapidamente a susteve pela cintura.
- O que é? - Hades perguntou a criatura.
- Senhor, Hermes deixou isso nos portões. - entregou-lhe um rolo de pergaminho.
- Isso é o que penso que é? - Afrodite perguntou apreensivo.
- Conselho do Dodecateão*.
- Péssima hora! - Afrodite resmungou.
Hades bufou.
- Como se o timing de Zeus falhasse... - o deus dos mortos virou-se para o espectro – Ele espera uma resposta?
- Sim, Senhor, nos portões.
- Mande que me aguarde por alguns instantes...
O espectro afirmou com a cabeça e logo desapareceu.
- Amor... O que vamos fazer?! - Perséfone perguntou apavorada.
Seus olhos marejados foram do marido para a criança adormecida em seu colo.
- Afrodite, pode levar a Pan para o quarto? - Hades pediu ao outro.
O deus do amor assentiu com a cabeça e pegou a criança dos braços da mãe. Pandora gemeu e agarrou a camisa do padrinho com os dedinhos pequeninos. Ele a beijou na testa, acalmando-a.
- Está tudo bem, minha morceguinha... Vai ficar tudo bem, eu prometo. - acalentou-a.
- O que preciso fazer, Hades? - Lys perguntou resoluta. Estava decidida a salvar a menina.
Hades explicou rapidamente a Lys as condições e no que aquilo tudo implicaria para todos eles. O impacto maior, claro, seria nela e por isso o pedido era tão delicado. A mestiça pensou por alguns instantes, enquanto Perséfone se agarrava ao marido sendo consolado por ele.
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Poseidon (Autora: Sra.Jeon)
Fantasy[...] Quando há oitocentos anos o reino entrou em colapso por causa do golpe malsucedido de Heiya e Apôgeon, rei do clã de sereianos do qual Lys descendia, Hades preferiu fazer com que Poseidon acreditasse na morte dela. Seria mais fácil, mas o que...