7. Revelação

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Na manhã seguinte, Loki encontrou o número comercial para entrar em contato com a cartomante.

Ansiosamente sentamos no sofá para discarmos o número.

- Oi, eu gostaria de agendar um horário para me consultar com a Mãe Marlene... - ele começa olhando para um ponto a sua frente, mas com a atenção na ligação. - Oh! - seus lábios se abrem, e seu rosto se ergue para me fitar. - Isso é uma pena! Sim é uma imensa perda para todos nós. Sim, ela era uma mulher especial... eu imagino... certo... então até mais.

Ele desliga o celular e sua expressão sustentava um misto de condolência e frustração.

Pela conversa, eu já sabia qual seria a notícia.

- É, a cartomante não estava brincando.

- Imagino que não - suspiro frustrada.

Certamente eu era a mulher mais azarada do mundo.

- Ela havia me dito, que uma irmã me confiaria uma situação impossível e que eu precisaria ouvi-la atentamente - ele lança a lembrança no ar. E ela pairava como uma nuvem densa ao nosso redor, enquanto pensávamos na mesma coisa.

- Bia, se ela acertou até aqui, então... você... é alguém especial, não é? - ele concluiu, ao mesmo tempo que tentava confirmar.

- Loki, eu nunca havia cogitado algo assim até o dia em que ele apareceu aqui. Parecia tudo certo, mas então... - olho para minhas mãos sobre minhas coxas sem saber como terminar a frase.

Subitamente Loki gargalhou, como se tivesse pensado numa piada. Suas mãos vão parar no topo da cabeça, parando em sua nuca enquanto entrelaçava os dedos.

- Já imaginou, se isso tudo é uma pegadinha de mal gosto da velha satânica? - ele engasga numa nova gargalhada. - E nós estamos aqui, quebrando a cabeça.

- A melhor pegadinha do século, porque nada consegue me explicar Edward - digo, roubando-lhe o momento de histeria.

A risada desaparece em seu rosto como um vulto.

- É... ele é o maior mistério. - suspira, aparentemente exausto, como eu estava. - Eu ponderei a sua ideia ontem. Pensei no que faria se estivesse no seu lugar.

Ele exprime com o dedo indicador alisando sua têmpora de baixo para cima.

- E...? - pergunto ansiosa.

- Eu lhe daria sangue. Não é a única coisa que o fortalece? Talvez ele precise. - observa Loki ainda pensativo. Meu estômago se embrulha só de contar com a possibilidade de precisar trazer um animal até a minha casa para ele fazer sua refeição. - Ei, não me olha com essa cara, o vampiro purpurina é seu.

- Não chame ele assim. - Eu o censuro. - E acho que essa não é a melhor ideia. Ele anda rejeitando todo o sangue que bebeu e contou que a dor só piora a medida que se alimenta. - Conto. - Se ele chegasse a conclusão que precisa de sangue para melhorar, teria feito ontem quando toquei nele.

Os olhos de Loki arregalaram, absorvendo minhas palavras.

- Espera aí, você tocou nele? O que você estava fazendo? Queria molestar o pobre?

Rolo os olhos para o alto. Nem em uma situação como essa Loki conseguia segurar suas piadinhas.

- Estava checando sua temperatura, ele estava suando. Eu nunca ouvi falar disso, um vampiro do universo de Crepúsculo suar. - Articulei confusa.

- Certo Bia, mas ele não está mais em Crepúsculo, agora está aqui, certo? Já considerou que Edward pode estar sofrendo algum tipo de alteração por estar no universo errado? - Loki nota.

Solstício Secreto (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora