17. Regressão

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Nota da Autora: Aviso de Gatilho - Esse capítulo conterá cenas de conteúdo sobre violência sexual. Caso seja sensível ao tema, sugiro que leia até o aviso em negrito do texto (você vai saber qual parte será) e retorne até o segundo aviso em negrito.

Esse capítulo contém palavras em outras línguas, o plano inicial era colocar a tradução, mas com o decorrer da narração é possível entender a que tais palavras se referem. Caso isso atrapalhe o seu entendimento da leitura, me avise, e terei o prazer de lhe esclarecer.

Me esforcei muito para escrever esse capítulo, por favor, me perdoem se eu não tiver conseguido alcançar a qualidade que tanto almejei, mas saibam que fiz com muito amor e carinho.

Obrigada até aqui! Tenha uma ótima leitura.

- Amadah Li

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Ao puxar o freio de mão do carro, Helena cerrou a mandíbula severamente.

Pelo modo que seus olhos se encontravam fixos diante de si, na direção do para-brisa, era notável que minha tia estava tão nervosa quanto eu.

Olhei para os meus dedos entrelaçados sobre minhas coxas e respirei fundo. Uma parte da minha mente estava voltada para Edward e como era desconfortável estar tão longe dele neste momento. Outra parte completamente atônita por tudo o que Helena havia me contado.

Helena suspira ao me espiar no banco ao seu lado.

— Clara é muito supersticiosa. Não dê ouvidos a tudo o que ela disser. — Aconselhou, me observando com seus olhos castanhos.

— Como vou saber no que acreditar?

— Acho que, como toda crença, você precisará escolher. — Informou ao desafivelar o cinto.

— Antes de entrarmos, — murmurei —quero perguntar uma coisa. — Pensei nas minhas palavras por um segundo, antes de continuar. — Sobre os meus pais, você disse que foi acusada, mas que não os matou, você pode me falar como foi? Como mataram eles e quem poderia ter feito isso?

— No que isso vai ajudar, Bia?

— Eu tenho o direito de saber. — Digo firmemente.

Ela volta a mirar o volante.

- Esse é o seu argumento para tudo, não é? - Ela solta uma risada ligeira. - Bem, no dia que eles se foram, eu estava na sala junto com eles, na antiga casa em que moravam, aqui em Porto Alegre. Não estávamos a sós, haviam outras pessoas conosco, membros da seita do Soltício. - Seus olhos voltam a me espiar. - De repente, houve uma explosão, seus pais foram atingidos.

Estreitei meus olhos por um instante, pensando.

No dia em que visitamos Érica e Martin, Edward mencionou a noite do assassinato dos meus pais. Pelo que me lembrava, ele tinha visto na mente de Érica que eu estava lá, e que ela tinha medo de mim por causa daquela noite.

- Eu estava lá? - Perguntei.

- Estava. - Helena comprimiu os lábios, um claro sinal de tensão.

- Eu estava no mesmo cômodo? - Indago. - Com quem eu estava?

- Você estava no cômodo, mas não vai se lembrar, era tão pequena...

- Naquela noite, por acaso eu fiz alguma coisa? - Caço a história de Edward nas minhas memórias. - Um amuleto... eu segurava um amuleto e um livro?

Solstício Secreto (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora