Crystal
Chego a casa da praia, acompanhada do meu pai, que sem precisar de muito esforço, topou essa viagem de fim de semana prolongado para comemorar meu aniversário.
Ele ainda acha que eu devia ter falado com a minha mãe, sobre a vinda dele, coisa que não fiz, para obter todos nós, reunidos para um evento em família. E eu espero que dê tudo certo.- Eu vou subir, e guardar minhas coisas em um dos quartos de hóspedes. Pois sei que sua mãe, e o namorado dela, ficarão com a suíte principal. Ela não abriria mão daquele quarto por nada. - ele diz indo em direção a escada.
- Bom, eu farei o mesmo, pois logo, eles devem estar chegando. - o sigo até o andar de cima.
Arrumei minhas coisas, no quarto que costumava ficar quando era pequena. Eu sempre gostei muito desse quarto, e muitas de minhas recordações, estão dentro dele. Eu amo tanto essas lembranças.
Quando tudo está em seu devido lugar, desço, e encontro meu pai, encarando a vista da praia, já de bermuda, e com uma camisa sobre o ombro.
- Vai encara a água? - o surpreendo.
- Acho que sim. - se vira para me encarar. - Vai ser bom relaxar um pouco antes da sua mãe chegar. - se aproxima de mim. - Já sabemos a guerra que vem por aí. - beija minha testa.
No momento em que faz isso, noto uma nova tatuagem em seu peito.
- Tatuagem nova?
Até os meus 10 anos, meu pai não tinha uma única tatuagem, mas depois disso, faz uma nova sempre que lhe dá na telha.
- Sim. Eu gosto das minhas tattoos, e pretendo fazer mais algumas. - diz sorridente.
- Logo não haverá mais onde tatuar. - o encaro descrente.
- Sempre há como dar um jeito. - segue em direção a porta, e logo está caminhando pela areia.
Eu nem me lembro mais como era meu pai antes de todos esses desenhos.
No último fim de ano, vim para a casa de praia com algumas amigas, e a babá da vez foi o meu pai. Acho que nunca passei dias com tanto nojo como aqueles. Minhas amigas ficavam encarando meu pai, de uma forma totalmente repulsiva, e faziam comentários sobre seu corpo, que me viravam o estômago. Credo, como elas conseguem pensar nele desse jeito. Ele é só um cara, que já está ficando velho demais para sair por aí fazendo academia e tatuando o corpo como se fosse um garotão.
AntonyUm banho de mar é sempre revigorante. Pelo menos pra mim. Já sei bem o inferno que vou passar depois que Megan souber da minha vinda pra cá.
Crystal me disse que, falou a ela que eu apenas a traria, e que ela esperaria a chegada deles ansiosa.
Eu não sei o que me deu na cabeça de aceitar vir, sem que a Crystal contasse seu real interesse a sua mãe.
Mas eu só preciso fazer o mesmo de sempre, ignorar por completo a Megan, e aproveitar um pouco do meu tempo aqui. Se tudo desde certo, ela não precisaria cruzar comigo, mais do que o necessário.
Sem falar que, ela vindo com o namorado, teria mais com o que se preocupar, do que ficar enchendo meu saco.
Apesar que já fazem 3 anos que não nos falamos, talvez ela nem sequer, dirija a palavra a mim. O que seria ótimo.
Ao sair da água, noto duas garotas andando pela areia, me encarando, e trocando alguns burburinhos. Acho que meu fim de semana pode ser muito proveitoso.
Megan- Crystal, meu amor! - estendo os braços para lhe abraçar. - Como foi sua viagem até aqui? - eu a abraço forte, e recebo um igual em troca.
- Foi tudo bem tranquilo, mãe. Não pegamos trânsito.
- Ah filha, que bom. Por que nós, não demos a mesma sorte. - arrasto minha pequena mala para um canto na sala.
- Crystal, minha florzinha! - Deborah já entra animada.
Enquanto as duas se cumprimentam, eu ajudo Lucy, com a bagagem dela.
Depois e a vez de Lucy a cumprimentar.
- Onde está o Peter? - Crystal pergunta.
- Ele não veio, querida.
- O que houve? - ela me encara confusa, e percebo os olhares de Deborah e Lucy sobre mim.
- É uma história complicada filha, te explico depois. - tento evitar esse assunto por hora. - Eu quero poder aproveitar um pouco desse sol ainda hoje. - sorrio.
Após conseguir evitar falar de um assunto do qual, eu não estava nem um pouco afim de conversar, Deborah, Lucy, e eu, subimos para os quartos, guardamos nossas coisas, e logo nos trocamos para poder aproveitar um pouco da praia.
Já prontas na sala, apenas conferindo as últimas coisas que levaríamos para a areia, percebo o sorriso das minhas amigas se desfazerem, e quando eu olho para trás, vejo Antony parado do lado de fora da casa, sacudindo de um lado para o outro, os cabelos molhados.
- Mas que...- não consigo terminar a frase, pois evito a todo custo, usar palavrão diante da Crystal.
Mas que merda é essa? Que porra Antony está fazendo aqui?
Meus olhos se atentam nele, e a vontade que tenho, é de xingar ele de todos os nomes que fossem possível.
Desde quando ele ficou tão petulante, e tão... gostoso? Minha nossa senhora.
CrystalPercebo o olhar da minha sobre o meu pai, e logo vejo ela engolir seco.
Pronto, lá vem os berros.
- Calma, mãe! - entro me sua frente, antes que qualquer grito possa ser ouvido. - Eu convidei meu pai para vir também.
Seus olhos agora estão em mim, e eu consigo perceber a confusão que se forma em seus pensamentos.
- Porque? - pergunta simples.
- Mãe, não acha que já era na hora de acabar com todas essas desavenças, e seguir em frente como todo mundo faz?
Ela não diz nada, mas ainda me encara confusa.
- Eu sei bem de tudo o que você passou, mas isso já foi há muito tempo. E eu queria muito poder ter uma convivência em família, sem que você estivesse o tempo todo atacando o meu pai. - me justifico.
- Então você está do lado dele, Crystal?
- Não! Não foi isso que eu disse. Eu só estou tentando conviver bem com os meus pais, sem precisar estar o tempo todo fugindo de uma situação como essa. - pego sua mão. - Vamos tentar, por favor?
- Eu...
- Crystal, você deveria aproveitar a água, ela está...- encaro meu pai, e vejo seu sorriso morrer, no momento em que ele vê a minha mãe na minha frente. - Ah, oi! - ele cumprimenta.
Deby e Lucy, o cumprimenta de volta, já minha mãe, se mantém calada, o encarando com o rosto impassível.
- Eu não sei se você sabe, Crystal, mas eu não faço milagres. - ela pega sua bolsa de praia em cima do sofá. - Vamos meninas. - chama suas amigas, e logo saem em direção a praia.
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Match! Amor e Redenção
RomantikO amor, por muitas vezes, pode se assemelhar a uma árvore seca, que por muitos anos não dá flores ou frutos. Mas de uma primavera à outra, tudo pode mudar. Megan se sentia como essa árvore, e não pensava mais em amor de uma forma ardente, ou avass...