XXIII

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Antony


Uma hora e cinquenta e dois minutos. Foi exatamente esse o tempo que consegui dormir depois deitei.

Depois que acordei, minha cabeça fervia tanto, e a pressão dentro dela, era insuportável, e eu gostaria muito que isso fosse culpa da bebida, mas não era.

Ela ainda estava lá, perturbando meus sentidos, e gerando ainda mais "porquês". Eu ia acabar ficando louco tentando entender os motivos que ela teve para ficar comigo de novo, e pior ainda, ter me deixando nesse estado.

Eu, incondicionalmente, estava apaixonado por ela, e isso era o que me deixava com ainda mais raiva.

Nós ficamos juntos por mais de nove anos, e eu nunca tinha me sentido desse jeito antes. Era como se lembrar do que ela pensa sobre mim, e que nós nunca fossemos ficar realmente juntos, me deixasse desesperado. Era uma angústia crescente, e a raiva queria se sobrepor a tudo isso, mas definitivamente, eu estava era magoado.

Eu não sou nem um pouco o inocente por ela pensar o que pensa de mim, mas antes eu não me importava com isso, ou me deixava abalar pelo que ela dizia. Agora, ao lembrar do que ela dizia para a Crystal, me faz sentir como um derrotado.

Tem como se sentir pior que isso?

Mas eu não ia passar a noite toda ali, e descobrir a resposta para essa pergunta. Levantei, vesti uma roupa, peguei a chave do carro, mas logo ponderei as palavras da Dadá de mais cedo, então desisti do meu carro e optei por um de aplicativo.


- Dadá, eu vou sair e não tenho hora pra voltar. - lhe informo quando cruzo com ela na sala.

- Nossa, Antony, você não parecia nada bem mais cedo, e já vai para a noitada?

- Se eu ficar em casa agora, Dadá, acabaria enlouquecendo.

- Isso tá me cheirando a problemas com mulher. - lhe lanço um sorriso maroto.

Ela tinha razão, mas independente disso, era um problema que já estava bem resolvido. Eu não ia deixar que isso me afetasse por mais tempo.

- Você deveria arrumar uma boa moça, e se casar. Essa vida de farra constante, não vai te fazer feliz pra sempre. Vai chegar o momento em que você vai querer muito ter alguém ao seu lado, nem que seja para reclamar do seu ronco, ou que você deixa a toalha molhada em cima da cama. Todos nós precisamos de alguém ao nosso lado no final das contas. - ela diz carinhosamente.

Eu sempre pensei nisso, sempre soube que chegaria o dia em que teria que "sossegar", mas não me sentia pronto, ou até aberto para essa opção.

Mas ela me fez pensar nisso. Seriamente.

- Eu vou pensar nisso, Dadá - eu me aproximo dela, e beijo sua testa com carinho. - eu prometo.




Saio de casa, pensando nas palavras da Dadá. Eu deveria mesmo começar a levar isso a sério, mesmo que não seja a Megan, eu preciso de alguém que esteja ao meu lado, que me faça bem, alguém que, apesar do meu passado, ainda queira estar comigo, assim como eu queria estar com ela. Mas sei que agora eu não consigo me firmar nessa idéia, isso é coisa pra outro dia. Hoje eu só quero me esquecer de tudo.

                            Megan

Acordei no início da noite, me sentindo péssima. Achei que um cochilo a tarde, me faria acordar melhor, talvez até revigorada, mas não foi o que aconteceu.

Minha cabeça está pesada, e meus olhos inchados.

Antony, seu babaca!

Eu ainda não acredito que chorei por causa da forma que ele me tratou. Estou me sentindo tola de ter deixado isso acontecer na frente da Crystal e da Dadá. Ele é só um cretino que já destruiu meu coração uma vez, e pelo que parece, faria isso outra vez se eu permitisse.

Match! Amor e RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora